segunda-feira, 28 de março de 2011

Você se considera um cristão ou uma cristã?


Por Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com

Uma das coisas que eu considero fora dos propósitos cristãos, é quando estamos preenchendo algum formulário e nos deparamos com a costumeira pergunta: Qual é a sua religião?

Se não nos declaramos católicos apostólicos romanos, evangélicos, ou membro de qualquer outra religião cristã, logo passamos a ser olhados como ateus e até mesmo há aquelas pessoas ignorantes, preconceituosas e fanáticas, que chegam a dizer que nós não nos salvaremos (?) do fogo do inferno. Aliás, é oportuno dizer que isso também se aplica às outras religiões que olham como inimigos aqueles que pertencem a outros credos ou porque se proclamam ateus.

Pois bem, eu não sou ateu porque eu não penso que o universo e tudo quanto nele existe, principalmente a vida (vegetal, animal e humana), tenha se originado do nada, sem que houvesse uma causa primeira ou mente inteligente criadora, cuja existência está além da compreensão humana.

Ora, tanto as coisas criadas como a mente criadora (a que chamamos Deus) são inseparáveis, de sorte que uma pressupõe a presença da outra.

Mas e aí? Essas pessoas que agem dessa forma (que olham como inimigos aqueles que pertencem a outros credos ou porque se proclamam ateus. Que por isso não serão salvos) estão cumprindo os preceitos cristãos? É comum encontrarmos cristãos verdadeiros? Aqueles que estariam seguindo à risca os ensinamentos do Sr. Jesus? O que dizer, por exemplo, da história do jovem rico que desejava conseguir a vida eterna e foi ter-se com o Mestre de Nazaré?:

Eis a história retirada da Bíblia:

“E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? (Mt 19.16)”

“Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos. (Mt 19.17)”

“Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; (Mt 19.18)”

“honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mt 19.19)”

“Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda? (Mt 19.20)”

“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. (Mt 19.21)”

E o jovem fez o que Jesus lhe sugeriu? Claro que não, porque quase ninguém suporta o peso da doutrina de Jesus. Então não é fácil dizer-se cristão.

Já no Evangelho de Marcos está escrito que Jesus “chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me. (Mc 8.34)”

E continuando o Mestre disse:

“Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. (Mc 8.35)”

“Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? (Mc 8.36)”

“Ou que diria o homem em troca da sua vida? (Mc 8.37)”

Ora, se refletirmos profundamente sobre esses ensinamentos, só alguém como São Francisco de Assis (refiro-me a ele com base no que se conta a seu respeito) seria capaz de renunciar a tudo para seguir as pegadas do Mestre.

Alguém já imaginou negando-se a si mesmo, tomando a sua cruz e seguindo a caminho do Cristo?

Honestamente eu acho difícil me classificar como um cristão, porque os ensinamentos do Mestre de Nazaré, são muito bonitos, mas não são fáceis de serem colocados em prática.

Outro ponto a considerar é quando Jesus disse:

“Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” (Mt 5.39); e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa” (Mt 5.40); “e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil” (Mt 5.41) “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15, 12).— Estes são outros ensinamentos que eu certamente não adotaria, caso algum bandido estuprasse e matasse minha mulher ou uma filha minha. Eu iria querer ver o criminoso na cadeia, você não? Do contrário essa unilateralidade de tratamento é impraticável.

O islamismo por sua vez ensina que:

"Jamais poderão equiparar-se a bondade e a maldade! Retribui o mal da melhor forma possível, e eis que aquele que nutria inimizade por ti converter-se em íntimo amigo.’’ (Alcorão Sagrado 41:34).

"E o delito será expiado com o talião: mas, quanto àquele que indultar (possíveis ofensas dos inimigos) e si emendar, saiba que sua recompensa pertencerá a Deus porque Ele não estima os agressores." (Alcorão Sagrado 42:40).

Para o islamismo a passividade diante do mal é indício de covardia, principalmente quando o que sofre o mal não é a nossa própria pessoa, mas uma outra. Assim submeter-se aos tiranos e opressões não traz bons resultados porque servirá de estímulo para aumentar o mal e o sofrimento humano. Os maus quando não sofrem o devido castigo são estimulados a explorarem e submeterem os outros aos seus caprichos e as suas sanhas, promovendo a desordem e a injustiça.

Seria realmente muito bom se os bandidos pudessem ser impedidos de praticarem o mal e cometerem injúrias e violências, por terem sido reabilitados com o emprego da compaixão e bondade. Mas casos assim, são raríssimos, porque como se costuma dizer “ passaram-lhes as mãos pelas cabeças” e por isso eles se tornaram mais atrevidos e ousados para continuarem causando mal às outras pessoas. De tal sorte só o castigo aplicado proporcionalmente aos crimes cometidos poderão ensinar.

Mas, voltando às práticas sugeridas por Jesus, o que dizer então de:

“Não julgueis, para que não sejais julgados (Mt 7.1)”.

Alguém já disse: Por acaso este princípio ou advertência é considerada nos tribunais dos países cristãos? Claro que não. Quantos não são os juízes que embora convictos de suas cristandades, acham que estão agindo de maneira contrária aos princípios cristãos? E os padres, os pastores, os rabinos, etc. por acaso agem de acordo com tais princípios? Eles não afirmam e reafirmam seu amor a Cristo e a Deus? Não acham eles que a Bíblia reflete a palavra de Deus? Então? Quantos padres, pastores, gurus, rabinos e outros religiosos já não estupraram ? Não acreditam eles que devem fazer a vontade do Pai que está nos céus?

Foi por essas e outras coisas que o Sr. Jesus predicou aos escribas e fariseus:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.” (Mt 23.14)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.” (Mt 23.150

“Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo.” (Mt 23.24)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.” (Mt 23.25)

“Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.” (Mt 23.26)

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.” (Mt 23.27)

“Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” (Mt 23.28)

“Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?” (Mt 23.33)

Friedrich Nietzsche fez uma advertência sobre o que é ser realmente cristão em seu livro “O Anti-Cristo”, que “[...] A palavra é já um equívoco; no fundo só existiu um cristão e esse morreu na cruz.

“É um erro elevado à estupidez ver na “fé”, e particularmente na fé na salvação através de Cristo, o sinal distintivo do cristão: apenas a prática cristã, a vida vivida por aquele que morreu na cruz, é cristã...”

“Hoje tal vida ainda é possível, e para certos homens até necessária: o cristianismo primitivo, genuíno, continuará sendo possível em quaisquer épocas... Não fé, mas atos; acima de tudo, um evitar atos, um modo diferente de ser.”

Portanto, para mim nada justifica as religiões guerrearem entre si, já que todas dizem buscar a Deus. Já que dizem que todos os seres humanos são filhos de Deus, nada justifica a discriminação. Então que cada um seja respeitado no seu modo de prestar culto ao Criador. Que ninguém possa achar que por pertencer a esta ou aquela religião, só por isso é um cristão. Entendo que ser mesmo cristão é estar em condições de seguir exatamente a doutrina de Jesus.

Para ilustração, transcrevo um trecho do Livro de Carlos Gonzáles Bernardo Pecotche, “O Senhor De Sándara”; tradução: filiados da Fundação Logosófica do Brasil – São Paulo: Logosófica, 1992, 2ª Edição, (p. 467), para referir-me agora aos ateus:

“Tenho me encontrado no mundo com muitos ateus e também com muitos crentes, aos quais tive que considerar tão ateus quanto ao mais ateu. Estes últimos, identifico-os até entre os que mais se gabavam de ser crentes sinceros da religião que professavam. Em realidade esses costumam ser os mais temíveis, porque enquanto proclamam a Deus com os lábios, execram e negam ignominiosamente Seu Nome com seus ocultos e indignos procedimentos. São eles os que em todos os tempos armaram o braço de seus confrades para ferir de morte seres inocentes, pela única razão de não coincidirem com os pensamentos emanados de seus cultos. [...]. Prova evidente do ateísmo do crente são os crimes da Idade Média e do Renascimento. Não foram monstruosos engendros desse ateísmo os que prepararam suplícios e fogueiras para destruir e calcinar as carnes gloriosas de tantos mártires, que pagaram inocente tributo à ingratidão humana sustentada pela barbárie?”

Assim como os crentes tem o direito de seguir esta ou aquela religião, o ateu também tem o direito de não acreditar em Deus, nas religiões e seus dogmas. Os ateus também amam e conheço muito deles que levam uma vida virtuosa. O fato de não acreditarem num deus barbudo sentado nas nuvens é uma decisão que lhes pertence. Tolstoi dizia que “a vida virtuosa é uma vida inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento”.

Bertrand Russel que era ateu, no entanto, também pensava assim, ou seja, o amor sem conhecimento ou o conhecimento sem amor não conduzem a uma vida virtuosa. Tanto que ele mencionava como exemplo de amor sem conhecimento, fatos que se deram na Idade Média, ou seja, quanto uma peste grassava num povoado, os sacerdotes aconselhavam à população para se reunir nas igrejas para orarem pela sua salvação. E como resultado as doenças propagavam mais rapidamente.

Um outro exemplo mencionado por Russel é o do conhecimento sem amor, como a última guerra mundial, que também produziu mortes em grande escala.

Dizia ele que “embora tanto o amor como o conhecimento seja necessários, o amor é, em certo sentido, mais fundamental, pois que leva as pessoas inteligentes a buscar o conhecimento a fim de descobrir de que maneira poderão beneficiar aqueles a quem amam.”

Estamos em pleno século XXI, no entanto a estupidez humana, a torpeza, a ambição ou a ganância, o poder, a vilania, a pusilanimidade, a desonestidade, tem produzido desgraças aos povos de todas as nações. O que o mundo necessita, dizia Russel, é de moderação, tolerância, e compreensão da interdependência das partes da família humana. Essa interdependência aumentou grandemente devido às invenções modernas — e os argumentos puramente terrenos a favor de uma atitude mais generosa para com o próximo são muito mais fortes do que em qualquer época anterior.

É AGORA? COMO É QUE FICA? VOCÊ CONSEGUE ENCHER A BOCA PARA AFIRMAR QUE É UM CRISTÃO OU UMA CRISTÃ MESMO? NÃO SERIA PREFERÍVEL DIZER QUE É APENAS SIMPATIZANTE DA DOUTRINA CRISTÃ, QUE TRABALHA COMO UM (A) OBREIRO (A) DA SUA IGREJA PARA UM APRENDIZADO DE FRATERNIDADE? E QUE RECONHECE COMO IRMÃOS E FILHOS DO MESMO PAI, OS HOMENS E MULHERES EM TODA A FACE DA TERRA?

sábado, 26 de março de 2011

O que é Logosofia e o que ensina?

Homem esculpindo-se a si mesmo, do artista uruguaio Yandí Luzardo, inspirada no princípio da evolução consciente proposto pela Logosofia


Logosofia é a Ciência do conhecimento de si mesmo, da evolução consciente e da superação integral.



Um método para que o homem conheça a si mesmo, o mundo mental e as eternas leis universais, bem como, o conduz ao conhecimento de Deus.



Veio humanizar o homem; dar-lhe uma nova e ampla visão de sua existência e colocá-lo no caminho das grandes realizações.



É uma ciência nova, que revela conhecimentos de natureza transcendente e concede ao espírito humano a prerrogativa de reinar na vida do ser que anima.



Apresenta uma concepção original do homem, em sua organização psíquica e mental, e da vida humana em suas mais amplas possibilidades e proporções.



A Logosofia estimula o Homem a evoluir conscientemente. E tal evolução inicia-se no momento em que o ser, por própria vontade, decide retomar o fio de sua existência, deixando de viver uma vida apenas por viver.



A evolução consciente implica mudar de estado, de modalidade e de caráter, conquistando qualidades superiores que culminam com a anulação das velhas tendências e com o nascimento de uma nova genialidade.



O processo que a ela conduz é o caminho da superação humana pelo conhecimento, que amplia a vida, alarga os horizontes e fortalece o espírito, enchendo-o de felicidade.



Cada indivíduo haverá de encontrar, dentro de si, o caudal hereditário que foi formando através de suas próprias gerações. Haverá de descobri-lo, por exemplo, ao sentir uma acentuada vocação por determinada ciência, arte ou profissão. A facilidade que encontre ao encarar estudos e as idéias que auxiliem sua compreensão, enquanto se encaminha para o pleno domínio do conhecimento a que aspira, serão demonstrações claras de que nisso opera a herança de si mesmo.



Cada um é o que é, conforme o quis, e – salvo nos casos em que aparecem males irreparáveis – será aquilo que se proponha ser, mas pela única via possível: o conhecimento.
Os bens do conhecimento não podem ser herdados pela ignorância. Daí que seja necessário ativar o campo das próprias possibilidades, para que a herança se manifeste onde se lhe ofereça a oportunidade de fazê-lo.



As leis universais sustentam os pilares da Criação e animam a vida de tudo quanto existe. Tais leis estabelecem uma nova relação de causas e efeitos, que permite compreender sem dificuldades o amplo panorama da existência humana, ao mesmo tempo que orientam e prescrevem normas de conduta para percorrer as sucessivas etapas do aperfeiçoamento.
Entre as mais direta e estreitamente vinculadas ao homem, citaremos as Leis de Evolução, Causa e Efeito, Movimento, Câmbios, Herança, Tempo, Correspondência, Caridade, Lógica e Adaptação.



A Logosofia estimula o Homem a superar suas deficiência psicológicas, especialmente os pensamentos negativos que exercem forte pressão sobre a vontade do indivíduo, e que são causas determinantes da incapacidade e impotência dos esforços humanos em busca do despertar consciente para a vida, em seu verdadeiro significado. Não trata de criar um novo tipo de homem, mas ensina ao ente humano, isso sim, a arte de criar a si mesmo, reconstruindo, com os fragmentos dispersos de sua vida–individualidade–destino, a imagem genuína de sua própria concepção.



Entre as tantas coisas que devem preocupar o ser humano, acha-se a de buscar a unidade dentro de si mesmo, para não se perder no labirinto de suas próprias contradições. Para tal fim, se buscará estabelecer a união entre os pensamentos e os sentimentos, entre a razão e a consciência, visto que enquanto essa união não existir, se viverá em uma permanente contradição consigo mesmo e, em conseqüência, com os demais.



A Logosofia ensina que o espírito - força anímica que alenta o ser - é uma parte inseparável dele, cuja existência real é inegável e perfila os caracteres da própria vida. A vida humana, em seu conteúdo espiritual, é tudo aquilo que, transcendendo o comum da vida física, interessa vivamente à inteligência humana. Demonstra que o espírito do ser se manifesta à sua razão por dois meios e expressões diferentes, os quais se comunicam entre si e se identificam como propriedade individual. Esses meios a que nos referimos são sua mente e sua sensibilidade.



Através dos conhecimentos Logosóficos, o Homem pelo simples fato de evitar o cometimento de uma falta constitui o primeiro passo para a remissão das culpas, porque não cometê-las é um princípio de redenção própria inquestionável. O homem terá reparado o mal em si mesmo, eliminando-o antes que se materializasse, e isso terá sido feito por um ato livre da vontade, sem necessidade de nenhuma intervenção alheia. Eis aí o belo; eis aí o grande e o sublime.
Finalmente a Logosofia ensina que Deus é o Supremo Criador da Ciência Universal, porque todos os processos da Criação se cumprem seguindo os ditados de Sua Sabedoria. A ciência do homem é tão-só um débil reflexo daquela, fonte permanente de todas as suas inspirações. Esta é a causa pela qual a Logosofia menciona com freqüência o nome de Deus. Um Deus despojado de artifícios, que mostra ao homem a plenitude de seu esplendor natural em sua Magna Ciência e em sua Verdade Absoluta.



Essas informações o leitor encontrará no site da Fundação Logosófica, que para acessa-lo basta clicar no link a seguir: http://www.logosofia.org.br/




Conheça o criador da Logosofia:







Carlos Bernardo González Pecotche
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carlos_Bernardo_Gonz%C3%A1lez_Pecotche&printable=yes


Carlos Bernardo González Pecotche

Nome completo



Carlos Bernardo González Pecotche

Pseudônimo(s)
Raumsol



Nascimento
11 de Agosto de 1901Buenos Aires, Argentina



Morte
4 de abril de 1963 (61 anos)Buenos Aires, Argentina



Nacionalidade
Argentino



Ocupação



Escritor, educador, conferencista e pensador



Cônjuge
Paulina Eugenia Puntel
Filho(s)
Carlos Federico González Puntel
Assinatura

Carlos Bernardo González Pecotche (Buenos Aires, 11 de agosto de 1901 - 4 de abril de 1963), também conhecido pelo pseudônimo Raumsol, foi um escritor, educador, conferencista e pensador humanista, conhecido principalmente como o fundador da Logosofia.
Índice
1 Biografia
2 Bibliografia
3 Reconhecimentos
4 Referências



Biografia



González Pecotche foi filho de Jorge N. González e Maria Pecotche de González. Casou-se com Paulina Eugenia Puntel em 8 de outubro de 1924 e teve um filho, Carlos Federico González Puntel, nascido em 10 de julho de 1925.



Desenvolveu a Logosofia e, fazendo escola de seu pensamento, por sua vez, criou, dirigiu e orientou a Fundação Logosófica, primeiro em Córdoba, Argentina (em 11 de agosto de 1930), em seguida no Uruguai (1932) e no Brasil (1935). Durante mais de três décadas distribuiu seus ensinamentos na Fundação Logosófica, formando docentes e organizando as atividades da instituição.



Expôs seu pensamento em uma extensa bibliografia, que inclui livros (em vários gêneros), coleções de revistas (Aquarius, 1931-1939, e Logosofía, 1941-1947) e um jornal (El Heraldo Raumsólico, 1935-1938) editados sob sua direção, e mais de mil conferências proferidas na Argentina, no Brasil e no Uruguai.



Consagrou sua vida à obra que realizou em prol da superação humana, mantendo ao longo de sua vida um contato epistolar com estudiosos da Logosofia de todo o mundo, recebendo o reconhecimento de destacadas personalidades da cultura.[1][2]



Impulsionou a criação de centros culturais logosóficos em diversos países da América, assim como centros educativos a nível primário e secundário (inicialmente a Escola Primária Logosófica “11 de agosto” em Montevidéu e o Instituto González Pecotche em Buenos Aires), nos quais definiu as bases para a aplicação da pedagogia logosófica, que deriva destes conhecimentos.[3]



Bibliografia



A Herança de Si Mesmo - 1957
Bases para Sua Conduta (póstumo) - 1965
Curso de Iniciação logosófica - 1963
Deficiências e Propensões do Ser Humano - 1962
Diálogos - 1952
Exegese Logosófica - 1956
Intermédio Logosófico - 1950
Introdução ao Conhecimento Logosófico - 1951
Logosofia, Ciência e Método - 1957
O Espírito (póstumo) - 1968
O Mecanismo da Vida Consciente - 1956
O Senhor De Sándara - 1959
(Nota: os anos indicados se referem à primeira edição.)

A Logosofia (do grego λόγος - logos = palavra, verbo e σοφία - sophia = sabedoria, ciência original) é uma doutrina ético-filosófica desenvolvida pelo pensador e educador humanista Carlos Bernardo González Pecotche, que oferece ferramentas de ordem conceitual e prática para obter o autoaperfeiçoamento, por meio de um processo de evolução consciente que conduz ao conhecimento de si mesmo.

A Logosofia estabelece que os pensamentos são autônomos e independentes da vontade individual, e que nascem e cumprem suas funções sob a influência de estados psíquicos ou morais, próprios ou de outrem. Tem como finalidade libertar as faculdades mentais das influências sugestivas, para que o indivíduo, pensando melhor, compreenda os verdadeiros objetivos da vida.

A Logosofia apresenta-se como uma ciência nova e concludente [quanto à metodologia], por dar a conhecer um método e um conjunto próprio de disciplinas que objetivam levar o homem ao conhecimento de si mesmo, dos semelhantes, de Deus, do universo e de suas leis eternas, e ainda como uma nova forma de sentir e conceber a vida, por apresentar uma nova concepção do homem, de sua organização psíquica e mental e da vida humana em suas mais amplas possibilidades e projeções.

A Logosofia surgiu em 1930, com a criação da primeira sede da Fundação Logosófica na cidade de Córdoba, Argentina.[

Etimologia

Seu nome reúne numa só palavra os elementos gregos “logos” e “sophia”, que o autor adotou, dando-lhes a significação de verbo criador ou manifestação do saber supremo, e ciência original ou sabedoria, respectivamente, para designar uma nova linha de conhecimentos, uma doutrina, um método e uma técnica que lhe são eminentemente próprios.

terça-feira, 22 de março de 2011

ENSINAMENTOS SUFIS DE HAZRAT INAYAT KHAN

Por Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com

Hazrat Inayat Khan, escritor, filósofo, poeta e músico sufi indiano, (Urdu: عنایت خان) (5 julho de de de 1882 - 05 fevereiro de de de 1927) foi um exemplo do Sufismo Universal e fundador da "Ordem Sufi no Ocidente", em 1914 (Londres). Depois, em 1923, a Ordem Sufi do período de Londres foi dissolvida e uma nova organização foi formada sob a lei Suíça, passando a ser chamada de "Movimento Internacional Sufi".Hazrat veio inicialmente para o Ocidente como representante da música indiana clássica, mas logo voltou para introduzir e transmitir o pensamento e práticas Sufis. Sua mensagem universal de unidade divina (Tawhid) centrou-se nos temas de amor, harmonia e beleza, ensinando que a adesão cega a qualquer livro, anula qualquer religião do espírito.

Dizia ele que: Neste mundo objetivo precisamos de um mecanismo objetivo para poder criar determinados resultados. Se as pessoas que estão no caminho espiritual não podem ver este lado do assunto, isso apenas prova que têm falta de equilíbrio apesar de sua bondade e espiritualidade.

O homem prático, pois, tem boas razões para rir da pessoa que possui uma mentalidade mística. Por isso a tarefa do Movimento Sufi não é só guiar almas para um ideal mais alto, é também dizer-lhes que mantenham os olhos abertos no caminho, a fim de que possam ver para onde estão se dirigindo. Os Sufis devem dar o exemplo, para que os que não têm nenhuma crença nas idéias espirituais possam crer, mostrando-lhes equilíbrio em suas vidas.

Um indivíduo pode muito bem tomar conta de si e meditar sobre sua saúde, mas o ambiente em que vive pode ser a causa de uma doença e isso não pode ser ajudado. Não se trata de falta de espiritualidade da parte da pessoa, é a falta de materialismo. Não é uma prova de que devemos equilibrar as coisas? Ninguém por sentir-se exaltado se souber que se tornando um homem espiritual flutua no ar num ato de levitação e não é melhor que um balão. O homem que consegue ficar firme na terra é quem realizou alguma coisa.

Não podemos dizer de cada homem que se mantém firme nos próprios pés. Nada pior no mundo do que ser dependente e se a espiritualidade torna o homem mais dependente ou, em outras palavras, coloca-o à mercê de outras pessoas nas coisas práticas da vida, nesse caso a espiritualidade não é desejável. Espiritualidade é domínio tanto material como espiritual, é sermos capazes de nos conduzir e nos habilitar a manter um mecanismo adequado de vida.

A tarefa do Sufi não é interferir na religião de ninguém, nem forçar uma crença em que quer que seja. O Sufi não diz a ninguém para acreditar numa coisa ou noutra. O Sufi diz: Queres saber tudo sobre inspiração? Queres saber a respeito da revelação? O caminho a seguir é crer tanto quanto tua inteligência te permite crer, tanto quanto possas alcançar. Não acredites naquilo que tua inteligência não permite que acredites.

No entanto, o Sufi vê a Verdade em todas as religiões, não diz que uma religião não é a sua religião. O Sufi vê uma Verdade em todas as formas. Se convidarem um Sufi para visitar e fazer preces numa igreja Cristã, prontamente aceita. Se quiserem leva-lo a uma sinagoga pedindo-lhe que ore como os israelitas, faz isso com prazer. Ente os Muçulmanos rezará o Nimaz com eles. No templo Hindu o Sufi vê o mesmo Deus, o Deus vivo, no lugar do ídolo. No templo de Budha sente-se inspirado e não se deixa cegar pela idolatria. A verdadeira mesquita do Sufi é o seu coração onde vive o Bem-Amado, que é adorado tanto pelos Muçulmanos como pelos Kufrs.

O objetivo no Movimento Sufi é trazer um melhor entendimento entre indivíduos, nações e raças e ajudar os que estão à procura da Verdade. Seu tem central é a conscientização da divindade da alma humana.

Hazrat também disse que o Sufismo é uma religião se as pessoas quiserem aprender religião com o Sufismo. É uma filosofia se alguém quiser aprender sabedoria com o Sufismo. É misticismo se alguém quiser ser guiado pelo Sufismo no desdobramento da alma.

O Sufismo não é nem deísmo nem ateísmo, porque deísmo significa crença num Deus distante no céu e ateísmo significa não crer em Deus. O Sufi crê em Deus, mas em que Deus? No Deus de quem se separou, no Deus que está dentro e fora dele. É como está escrito na Bíblia: “Vivemos, nos movemos e temos o nosso ser em Deus” (ver Atos dos Apóstolos 17:28: , "Porque nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos;...")

O Sufi não prescreve princípios para ninguém, mas isso obviamente não se aplica à vida comum, onde o fato de uma pessoa não ter princípios leva-a a ser considerada muito pouco recomendável. Muitos admiram-se como o Sufismo pode ser seguido se não tem princípios. A resposta é que o que é bom para um pode não ser bom para outro.

Os Sufis foram chamados de Sufis pelos outros, porque nunca deram a si próprios nenhum nome. Sempre foram indivíduos livres no que diz respeito a nomes, rótulos, distinções de personalidades. Por isso o mundo os chamava de Sufis, palavra derivada de “Saf”, que na língua Árabe quer dizer “puro”.

Finalmente, Hazrat dizia que:

O progresso espiritual é a expansão da alma. Não é sempre desejável viver no topo da montanha porque o chão também é feito para o homem. O desejável é ter os pés no chão e a cabeça tão alta como topo da montanha. Quem puder observar a vida de todos os lados, de todos os ângulos, terá uma experiência diferente de cada ângulo. De qualquer lado que olhar receberá um novo conhecimento, um conhecimento diferente ao anterior.

Nota: Esses ensinamentos Sufis são encontrados no livro A Mensagem Sufi de Hazrat Inayat Khan, editado pela Fundação Educacional e Editorial Universalista, Rua Joaquim Nabuco 205, Porto Alegre 90050-340, RS. T: 5132252417

sexta-feira, 18 de março de 2011

AS DIFERENÇAS ENTRE RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE


A religião não é só uma, mas centenas. A espiritualidade é uma.


A religião é para os adormecidos. A espiritualidade é para os despertos.


A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer, querem ser guiados.


A religião tem um conjunto de regras dogmáticas. A espiritualidade é

para os que ouvem a sua voz interior.


A espiritualidade convida a raciocinar tudo, a questionar tudo. A religião impõe, ameaça e amedronta.


A espiritualidade dá paz interior. A religião fala de pecado e de culpa.


A espiritualidade faz aprender com o erro. A religião reprime e torna falso.


A espiritualidade descobre. A religião não pergunta nem questiona


A espiritualidade questiona tudo, pois sabe que tudo muda.


A religião é humana, é uma organização com regras. A espiritualidade é Divina, sem regras.


A religião é causa de divisão. A espiritualidade é causa de união.


A religião lhe busca para que creia. A espiritualidade tem que ser buscada por você.


A religião segue os preceitos de um livro sagrado. A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.


A religião se alimenta do medo. A espiritualidade se alimenta da confiança.


A religião faz viver no pensamento. A espiritualidade faz viver na consciência.


A religião se ocupa do fazer. A espiritualidade se ocupa do Ser.


A religião alimenta o ego, pois uma se diz melhor que a outra. A espiritualidade faz transcender o ego.


A religião faz renunciar ao mundo. A espiritualidade faz viver em Deus, não renunciar a Ele.


A religião é adoração. A espiritualidade é meditação.


A religião sonha com a glória e o paraíso. A espiritualidade faz vivê-lo aqui e agora.


A religião vive no passado e no futuro. A espiritualidade vive no presente.


A religião é prisão na memória. A espiritualidade é liberdade na consciência.


A religião crê na vida eterna. A espiritualidade faz consciente dela.


A religião dá promessas para depois da morte. A espiritualidade é encontrar Deus em seu interior.


Esta matéria me foi repassada por e.mail, pelo meu amigo Cícero de Souza Gomes. Não sei de quem é a autoria, no entanto trata-se de um assunto que pode servir para reflexão. Daí porque a publico. A intenção é somente esta. Cada um reservará para si, de forma inteligente, o que pensa e o que prefere adotar, dispensando as discussões estéreis. (Luiz Carlos Nogueira)

sexta-feira, 11 de março de 2011

CUIDADO QUE O DIABO TAMBÉM VAI À MISSA!

Por Luiz Carlos Nogueira

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Devo dizer antecipadamente que este artigo nada tem de pejorativo em relação às religiões e cultos. A abordagem do tema é de forma alegórica. Aliás, também devo dizer da importância das religiões na vida das pessoas. Se a humanidade trouxesse Deus no coração, as desgraças que as pessoas provocam seriam eliminadas. Isto é antes uma advertência para que cada representante religioso fique atento para cuidar da sua comunidade. E aqui vale lembrar da frase dita pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, porque é uma observação muito válida: "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."

Vivemos numa época em que se descobriu a ação do marketing, da propaganda apelativa e das abordagens diretas daqueles que querem introduzir um produto no mercado. E é por isso que digo: CUIDADO QUE O DIABO TAMBÉM VAI À MISSA. Aqui, ir à missa significa ir a qualquer culto religioso e freqüentar as escolas de evangelização.

Ora, o que se observa é que não se consegue colocar um produto onde já não há demanda. Nesse caso, tem-se que procurar outros segmentos sociais como alternativa de mercado.

Ora, no inferno é que não há mais nada para se fazer, no sentido de atrair novas almas. Para aumentar a população infernal, o diabo vai à busca dos “crentes” desinformados justamente onde eles se encontram: nas igrejas ou cultos de qualquer religião.

Não raro vemos jovens e adultos que não se conscientizaram, por exemplo, dos malefícios do cigarro (hoje também já se fuma o narguilé ou narguile, tido como “inofensivo”), porque o padre fuma, ou o representante de uma seita também fuma e ingere bebidas alcoólicas.

Quem discorda que essas coisas não servem de porta para as drogas psicoativas?

Quem é católico ou evangélico por certo conhece a frase que Jesus proferiu: “Vigiláte et oráte, ut non entrétis in tentationem”, ou seja, Vigiai e orai para que não entreis em tentação, cf. Marcos:15,1-46.

É preciso vigiar mesmo, porque os bandidos traficantes de drogas, são os que promovem a prostituição (a pedofilia é uma das modalidades ainda mais agressivas) dos jovens e até crianças porque estes ingressam nesse submundo infernal, aliciados por esses vermes sociais, para manter seus vícios em substâncias entorpecentes, quando também não assaltam e matam.

O pior de tudo é que temos políticos sem-vergonha, gentalha da pior espécie, fazendo apologia das drogas, e que de tão podres que são, torna-se impossível classifica-los com termos adequados. Por que isso interessa a esses políticos? É uma pergunta que fica para o leitor descobrir.

É preciso vigiar mesmo (só orar não resolve – “Ajuda-te que o céu te ajudará”), porque as igrejas de qualquer culto não estão livres dos demônios que para lá se aportam. Pois é lá nos seus redis que o diabo pode atacar facilmente as ovelhas, porque ninguém acredita que o “tinhoso” possa entrar nas casas de Deus. — Mas pode e entra se ninguém estiver cuidando. Esse é o trabalho dos pastores das ovelhas — cuidar.

Quem já não viu nos jornais e nas televisões, casos de padres, ministros evangélicos, pais de santo, etc. envolvidos com drogas e pedofilia? Na verdade esses são os diabos que profanam e agem nas casas de Deus, porque os “responsáveis maiores” às vezes dormem.

O diabo traveste-se de padre, de ministro evangélico, ou de qualquer outro ministro religioso ou chefe de seitas religiosas, para tirar proveito dos seguidores. E aqui eu peço ao leitor para exercitar sua imaginação e inteligência para bem entender este artigo impregnado de alegoria.

Torno a advertir que o que escrevo não tem o objetivo de atacar ou tampouco insinuar demérito a essas instituições religiosas, pelo contrário, como eu já disse, elas são importantes e contribuem para a formação espiritual, moral e ética das pessoas. Mas é preciso que estejam vigilantes e prontas para combater as ações diabólicas de elementos que as profanam.

Vou contar uma pequena história para ilustrar um pouco do que digo. Lembro-me muito de uma que me chamou a atenção e por isso ficou gravada na minha mente, embora eu ainda fosse muito jovem a li no livro de Giovani Bocaccio (1313-1375), intitulado “Decameron” (que continha, me parece, em torno de umas 100 histórias) (1349-52, revisado em 1370-71).O personagem tratava-se de um monge, mas poderia ter sido qualquer outro “religioso”.

Trabalho Jô Oliveira, quando ainda estudava desenho (reproduzido do livro Decameron)


A história é mais ou menos assim, como consigo me lembrar (as frases expressam a idéia do autor, porém não foram reproduzidas exatamente com estão do livro).

Eis que havia um homem muito rico que vivia em Capsa, na Barbéria, que tinha uma filha muito atraente e bonita. Chamava-se Alibech, que embora não fosse cristã tinha vontade de servir a Deus. Essa moça tendo ouvido que o caminho para esse desiderato era converter-se à fé cristã, e que quem melhor podia servir a Deus, era aquele que rejeitava as coisas mundanas, especialmente os que se retiravam para a solidão do deserto de Tebaida (região do antigo Egito).

A moça era adolescente que devia ter por volta de 14 anos. Embalada pelo seu sonho ainda muito próximo da infantilidade, resolveu sair escondida, sem contar a ninguém o que tinha em mente e se encaminho para o tal deserto.

Embora sentindo muito cansaço, mas movida por intensa curiosidade, penetrou deserto a dentro e logo em poucos dias deparou-se com um casebre que era habitada por um homem santo, que surpreendido com a presença daquela menina em sua porta e naquele deserto, perguntou-lhe o que estava fazendo ali. Então ela lhe respondeu que se sentia inspirada por Deus e queria servir-Lo. Mas procurava quem lhe pudesse ensinar a forma mais conveniente.

Mas aquele ermitão temendo que o diabo viesse tenta-la para acolhe-la como discípula, ofereceu-lhe ajuda dando-lhe frutas silvestres e tâmaras para comer, água para beber e raízes de ervas, e depois lhe disse para ir embora e procurar perto dali um homem santo que lhe serviria de mestre muito melhor que ele, para que ela conseguisse atingir os seus propósitos. Saído desse lugar foi procurar o tal homem santo que procedeu na mesma forma e mandou-lhe que procurasse um outro mestre.

A mocinha prosseguiu sua viagem até que encontrou numa cela, um jovem eremita, que diziam ser muito devoto e bom. Seu nome era Rústico, e disse para a ela a mesma coisa que lhe haviam dito os outros. Depois, ao que parece o tal do Rústico quis colocar a prova os seus votos e resolveu acolher a adolescente, desistindo assim, mandá-la procurar um outro mestre ou como queiram chamar — um outro conselheiro espiritual.

Ao chegar a noite, Rústico preparou um leito com ramos de palmeiras para que ela dormir. Todavia, a presença da jovem despertou o instinto sexual que dormitava no jovem eremita, que passou então a pensar nos atrativos femininos da menina, esquecendo-se da sua disciplina, das suas orações e da sua busca de santidade. Rústico passou a pensar em como poderia agir para que a menina não descobrisse suas más intenções e seus desejos impuros para com ela.

Com perspicácia o eremita conseguiu saber que a jovenzinha nunca havia tido um homem, o que lhe favorecia executar um plano que ensaiou, ou seja, dizendo que iria ensina-la como servir a Deus, mesmo tempo em que podia se submeter a ele o eremita.

Falou-lhe muito que o diabo era inimigo de Deus e que o serviço que melhor ela prestaria ao Criador seria o de colocar o diabo no inferno, ou seja, fazendo-o voltar para o lugar ao qual Deus o havia condenado a ficar e de onde ele tinha escapado.

Entusiasmada a jovenzinha perguntou a Rústico como poderia ela fazer isso. Então o eremita disse, que ela iria saber muito em breve, e que para isso bastaria que a mesma o imitasse no que ele fizesse. Daí o eremita tirou as roupas ficando completamente nu. A mocinha o imitou fazendo o mesmo.

Isso feito Rústico se ajoelhou à frente dela como se a estivesse adorando. E vendo-a tão bela, apresentou-se a ressurreição da carne que ela assistiu como que encantada. De repente Alibech olhando para o eremita se espantou com o que viu e lhe disse mais ou menos isso (não me lembro exatamente das palavras): O que é isso que vejo levantar de ti e que eu não tenho? Imediatamente o eremita respondeu dizendo-lhe: eis que esse é o diabo do qual eu lhe falei. Ele me traz muito sofrimento, como por exemplo, agora, que estou tendo muita dificuldade de suportar!

E aí mocinha ingênua disse: que Deus seja louvado, pois nesse caso percebo que estou melhor que você porque eu não tenho esse diabo grudado em mim!

E o eremita replicou: mas em compensação, por outro lado, você tem uma outra coisa que eu não tenho!

Alibech retrucou: como assim?

Ora disse Rústico: você tem o inferno e decerto Deus lhe mandou aqui para proporcionar saúde à minha alma. Por conseguinte esse diabo continuará me atormentando se você não se compadecer de mim pelo meu sofrimento, permitindo que eu coloque o diabo no seu inferno. Isso me trará consolo além do que você estará agradando a Deus. Você não pensou que a sua vinda para cá com essa missão? O que você acha?

Levando em conta o que o eremita lhe disse, a mocinha consentiu de boa fé, dizendo: Bendito seja Deus, pois já que possuo o inferno, vamos colocar o seu diabo nele quando você quiser!

Bendita também seja você, disse-lhe o eremita, então vamos tratar disso imediatamente para que esse diabo me deixe em paz! Assim a jovem foi conduzida à cama e ensinada como se colocar na posição adequada para aprisionar o “cramulhão” (como se costuma chamar o diabo, capeta, tinhoso, chifrudo, etc.).

Como a mocinha nunca havia aprisionado algum diabo no seu inferno, no princípio sentiu-se incomodada, mas Rústico lhe disse: filha, isso não será sempre assim. E para que a mocinha não abandonasse o leito, o eremita colocou-lhe o diabo várias vezes. E pelo fato de repetir o ato varias vezes fez com que a jovem se acostumasse, sentindo-se à vontade para receber o demônio com prazer, a ponto de dizer para Rústico: agora posso ver que os homens de Cpsa diziam a verdade, ou seja, que servir a Deus é uma coisa muito gratificante!

Bem a história vai um pouco além, mas já é o suficiente para que o leitor possa refletir sobre o assunto.

Vejam também este trecho publicado na Tribuna de Betim, como o “diabo” não escolhe as igrejas religiosas de qualquer culto: A cada dia se agrava a situação de vulnerabilidade das Igrejas evangélicas. As situações inexplicáveis e sem sentido - para muitos evangélicos - ainda estão crescendo mesmo assim!!


A moda agora é o estupro, pedofilia e violência sexual com crianças evangélicas. As presas destes satanistas, são escolhidas a dedo em público cristão; de preferência em pleno culto religioso.”

Ninguém, nem as instituições religiosas, políticas, etc., estão livres dos “diabos” que as infestam. ENTÃO PRECISAMOS VIGIAR ALÉM DE ORAR.