domingo, 30 de setembro de 2012

VOCÊ SABE O QUE É “CHARVAKA” OU “CHARVAKAS” ?















Luiz Carlos Nogueira



















Os Charvakas; foi  um grupo de filósofos que surgiu na Índia Antiga, por volta do ano 600 antes de cristo. Esses filósofos não acreditavam na existência da alma humana e afirmavam que a morte era o fim de toda a existência.


A vida para eles era um simples meio de entretenimento na forma corporal, de tal modo que isso constituía o principal objetivo da vida. Assim, consideravam que quaisquer coisas além dos sentidos físicos eram meras ilusões, portanto — falsas.


Eram materialistas e acreditavam que a matéria era a única coisa perceptível pelos sentidos. Tudo que era tratado no campo da metafísica pelos filósofos espiritualistas ou pelos tradicionais gurus indianos, simplesmente era desprezado, pois a esse grupo o que realmente importava para a vida era a matéria pura, que era a realidade tangível.


À semelhança do hedonismo, ensinavam que o ser humano deveria buscar a felicidade e experimentar o prazer físico o máximo possível, procurando se afastar quaisquer crenças religiosas porque criavam ilusões, já que a única fonte de conhecimento estava no que os nossos sentidos podiam perceber pelo raciocínio, porque tinham a convicção de que não há absolutamente nada além do mundo material — não existe alma e nenhum deus, sendo que a vida humana, tanto quanto qualquer outra, começa e finda neste mundo.


“Charvaka, Lokayata, (de acordo com a Enciclopaedia Britannica) também chamados, em sânscrito, de: "os mundanos", trata-se de uma escola quase filosófico indiano de materialistas que rejeitou a noção de um outro mundo, karma , a libertação ( moksha ), a autoridade das Escrituras Sagradas, o Vedas , e na imortalidade do eu. Dos meios reconhecidos de conhecimento (pramana), o Charvaka reconhecida apenas a percepção direta (anubhava). Fontes críticos da escola retratam seus seguidores como hedonistas que defendem uma política de oportunismo total; eles são freqüentemente descritos como abordar príncipes, a quem instou para atuar exclusivamente em seu próprio interesse, proporcionando assim o clima intelectual em que um texto como Kautilya 's Arthashastra ("A Ciência do ganho material") poderia ser escrito.”

“Embora Charvaka doutrina tinha desaparecido até o final do período medieval, a sua importância de outrora é confirmado pelas tentativas longas para refutá-lo encontrado em ambos os budistas e ortodoxos hindus textos filosóficos, que também constituem as principais fontes para o conhecimento da doutrina.”

O Movimento  Charvaka, que havia ficado no esquecimento por um longo tempo, está ressurgindo agora em nossos dias e já existe um site denominado “NIRMUKTA COMMUNITY”, que pode ser acessado através deste link: http://nirmukta.net/Thread-Manifesto-of-Charvaka-Movement, e que está propondo o reavivamento e a reestruturação desse grupo filosófico, com fortes traços de ateísmo, conforme o manifesto lançado que segue transcrito, traduzido pelo Google Translation sem nenhum ajuste de minha parte:


Manifesto do Movimento Charvaka
2010/01/08 06:48


Oi Charvakas companheiros. Aqui está um esboço do Manifesto Charvaka. Vamos ter uma discussão forte sobre esse assunto. - KPS Kamath

Um Manifesto Para Novo Movimento Charvaka




1. Preâmbulo


Charvaka é uma filosofia racionalista da Índia antiga. O Manifesto original desta filosofia foi escrito por volta de 600 aC Brihaspati e eles estão perdidos para a posteridade. O pouco conhecimento que temos desta filosofia nos vem de comentários escritos por seus adversários. Há uma grande necessidade de regenerar esta filosofia na Índia moderna, preservando seus aspectos fundamentais e desenvolver os mais novos que são aplicáveis ​​no século XXI.


2. Crenças fundamentais da Charvakas


Seguidores A. Filosofia Charvaka não reconhecem qualquer conhecimento, que não se baseia na percepção sensorial e verificação física. Ele rejeita o conhecimento adquirido a partir da intuição, inferência e testemunho.


1. Portanto, Charvakas rejeitar todos os fenômenos supra-sensoriais, tais como deuses, Atman, renascimento, demônios, espíritos malignos, Moksha, e afins. Eles os consideram como relevante para os tempos antigos, mas totalmente irrelevante para os tempos modernos.


2. Charvakas também rejeitar todos os rituais como Yajna, Pooja, Abhisheka, peregrinação, e Shraddha significava para apaziguar os deuses e almas ancestrais. Eles acreditam que o único propósito desses rituais servem é fornecer sacerdotes os meios para ganhar a vida.


3. Eles não acreditam que Swamis, Babas e gurus têm poderes sobrenaturais, como a materialização de cinzas, anéis de ouro e relógios. Eles consideram todos esses magos como fraudes.


4. Charvakas rejeitar todas as escrituras antigas, como os Vedas, os Brahmanas, Upanishads eo Bhagavad Gita como sagrado. No entanto, eles os consideram como valiosos documentos históricos, que dão uma visão útil na sociedade indiana antiga, e, portanto, eles devem ser diligentemente preservado para a posteridade.


5. Charvakas considerar todos os templos antigos e medievais dedicadas a vários deuses como importantes estruturas arqueológicas e históricas, que devem ser diligentemente limpas e preservadas para a posteridade.


6. Charvakas considerar todos os templos de funcionamento da Índia são templo casino complexos operacionais para pessoas ingênuas lã através de uma falsa promessa de satisfazer os seus desejos e afastar o mal desconhecidas.


7. Charvakas não acredito em religião se ele é organizado ou não. Eles acreditam que as religiões têm sido raptadas pelo classe sacerdotal para gerar ódio para com outras religiões e para consolidar seu próprio poder e segurança. A maioria dos conflitos no mundo de hoje provêm de religiões.


Charvakas B. acreditar que eles têm apenas uma vida para viver e um deve se esforçar para apreciá-lo em toda a extensão, desde que tal apreciação não viola os direitos e sensibilidades dos outros na sociedade.


3. Deveres do Charvakas


Charvakas A. considerar a Constituição da Índia como primordial lei acima de todas as outras leis, antigos ou modernos. Eles vão defender esta lei, quando os seguidores de outras leis tentam subvertê-la.


Charvakas B. defender o direito de cada cidadão de igualdade, justiça, liberdade e busca da felicidade.


Charvakas C. irá se comportar na sociedade como modelos de moralmente responsável, livre pensador, razoáveis, happy-go-lucky pessoas. Na busca de sua felicidade, Charvakas não irá violar os direitos e bem-estar dos outros na sociedade.


Charvakas D. tornar o seu negócio para não-violenta lutar contra a injustiça perpetrada por políticos, governo, agências religiosas ou anti-sociais na sociedade.


E. Charvakas irá realizar-se na sociedade como modelos de retidão. Eles não vão entrar em comportamento anti-social de qualquer tipo. Eles alegremente pagar os impostos que deve à administração.


Charvakas F. não irá violar as leis do país, exceto quando consideram a lei como patentemente contra o espírito da lei natural. Quando fazem isso, eles vão usar métodos não-violentos e voluntariamente sofrer suas conseqüências.


G. Charvakas usar métodos não-violentos quando protestam contra leis injustas ou comportamento ultrajante de pessoas iludidas pela religião.


Charvakas F. vai sem medo de desmascarar a fraude Babas, Gurus e Swamis ao público em geral por meio de artigos esclarecedores em jornais e revistas, DVDs, programas de televisão, manifestações, seminários, reuniões, e outros meios de comunicação.


4. Desenvolvimento e preservação de Literatura Charvaka


Charvakas A. irá recolher literatura disponível sobre Filosofia Charvaka, desenvolver novos para atender vigésimo primeiro século, e reunir-los na forma de um livro de fácil leitura. Este livro vai se tornar o Manifesto de Filosofia Charvaka.


Charvakas B. diligentemente preservar todos os materiais relativos à Charvaka Filosofia na forma de um livro e dar ampla divulgação a ele. Eles vão fornecer gratuitamente, de cópias de custo de material para todas as bibliotecas da Índia.





Para reflexão:

A Filosofia Charvaka abriga uma ideologia de cinco mil anos; e Brihaspati, seu criador, afirmava que não existe: nem Deus, nem céu ou inferno; nem punição das pessoas pelas suas más ações, como também nem recompensas pelas suas boas ações. Devemos então, pensar que essa posição seja extremamente negativa, porque sendo assim, as pessoas podem roubar, matar, estuprar, ferir ou fazer quaisquer outras coisas que quiserem baseadas na crença de que não há sobrevivência após o fenômeno morte? Que nada acontecerá após a morte, ao ladrão, ao assassino ou ao santo, porque tudo acaba em extinção, tudo volta ao pó — tudo será um nada absoluto?
 




sábado, 29 de setembro de 2012

NO QUE OPTAR? PELO CELIBATO OU PELA PRÁTICA DA MAGIA SEXUAL?

















Luiz Carlos Nogueira














No meu artigo anterior sob o título de O por que  da imposição do celibato aos padres católicos, expus o que havia recolhido das explicações ocultistas sobre essa questão.

Agora trago ao leitor, outra informação ligada a esse assunto, tratada pelo gnóstico Samael Aun Weor,, fundador do Movimento Gnóstico Cristão Universale da Igreja Gnóstica Cristã Universal. Não se trata de apologia a esta ou aquela prática, porque ao leitor caberá julgar, cada tipo de ensinamento proposto e desenvolvido pelas diferentes escolas ou religiões.


Pois bem, Samael considera que “a Pedra Filosofal é o sexo”. Em seu livro “A Noite dos Séculos” (Editora Gnose, 2ª edição, Porto Alegre, RS, 1988), ele afirma que:

 “Aqueles que renunciam ao sexo sem antes ter conseguido o Segundo Nascimento, violam as leis da pedra santa. Aqueles inocente que vivem do lado do mau rio, aqueles místicos sublimes, aqueles sábios veneráveis, aqueles nobres patriarcas que moram no limbo, culpados do delito de haverem renunciado ao sexo sem antes ter fabricado os corpos solares, foram os que conseguiram iludir as vibrações niooskirianas defendendo-se com o escudo protetor da santidade”.


“É urgente baixar à Nona Esfera (o sexo) para trabalhar com a água e o fogo, origem dos mundos, animais, homens e Deuses. Toda autêntica Iniciação branca começa ali. A descida à Nona Esfera sempre foi, desde os tempos antigos, a prova máxima para a suprema dignidade de hierofante. Jesus, Hermes, Buda, Maomé, Moisés, o Santo Lama, etc., tiveram de passar pela terrível prova.”

“É urgente fabricar os corpos solares na Forja Acesa de Vulcano porque ao banquete do Senhor é proibido de assistir com trajes lunares, com trajes de mendigo. [...]”

“Dante encontrou no limbo muitas crianças inocentes, patriarcas e homens que jamais baixaram à Nona Esfera. Por essa falta, estão condenados e a sua pena consiste em viver com um desejo sem esperança. No limbo vivem pessoas de muito valor, cujo único
crime foi não terem fabricado seus corpos solares. Lá, Dante encontrou poetas famosos como Homero, o satírico Horácio, Ovídio e o terceiro e último Lucano.”

“Flutuando no limbo, Dante chegou ao pé de um nobre castelo rodeado sete vezes de altas muralhas e defendido por um riacho que o circundava. Atravessou  sete portas antes de chegar à pradaria de fresco verdor, onde encontrou austeros personagens de grande autoridade, porém infelizmente vestidos com corpos lunares.”

“No limbo Dante encontrou Elétra com muitos de seus companheiros entre os quais reconheceu Heitor e Enéias. Encontrou também Camila e Pentesiléia, bem como o rei Latino sentado ao lado de sua filha Lavínia. Viu ainda Bruto, o qual expulsou Tarquino de Roma, e Lucrecia. Viu também Júlia, Márcia, Cornélia e Saladino, este estava só separado dos demais. Encontrou também a Sócrates, a Demétrio, que pretendia  que o mundo tinha sua origem na casualidade. Encontrou Diógenes, Anaxágoras, Tales, Empédocles, Heráclito e Zenon. Todos eles muito sábios, porém vestidos de trajes de mendigos, corpos lunares.”

“Dante encontrou no limbo a Discórides, o observador da qualidade, o moralista Sêneca, o geômetra Euclides, Ptolomeu e muitos outros sábios varões da raça lunar. No limbo vivem muitos justos varões que trabalharam pela humanidade e que dissolveram o eu, mas cometeram o erro de não fabricar os seus corpos solares. A gente assombra ao ver Mahatma Gandhi vestido com corpos lunares e a viver no limbo.”

“Certa ocasião, depois de ter verificado que o fogo sagrado jamais subira pela espinha dorsal do Mahatma, não vi inconveniente em dizer-lhe: Tu não estás realizado. A resposta foi: Não tive tempo para isso. Essa não é uma desculpa justa, foram as minhas palavras finais.”

De fato Mahatma Gandhi teria conseguido fabricar seus corpos solares na Forja Acesa de Vulcano porque teve a magnífica esposa. Porém, cometeu o erro da abstinência. Acreditou que renunciando ao sexo poderia se Auto-Realizar. Foi um equivocado sincero.”

“Num templo do limbo encontrei a Yogananda vestido com corpos lunares. Honradamente, pensava estar Auto-Realizado. Quando o  fiz ver seu erro, quando lhe disse: Tu não estás Auto-Realizado, ele encheu-se de grande assombro e quis iniciar uma discussão. Foi necessária a intervenção de um Mestre Superior do Templo para que compreendesse a sua situação. Jamais me pesará ter advertido ao grande yoguin, o nobre Yogananda, o qual terá que se reencarnar para casar e trabalhar a Nona Esfera. Isso se quiser fabricar seus corpos solares para entrar no reino.”

“No limbo vivem milhares de santos ermitões, sublimes yoguins e nobres místicos que sentiram asco pelo sexo e que creram inocentemente que poderiam entrar no reino com corpos lunares.”

O limbo é a região dos inocentes daqueles místicos, santos, sábios e penitentes que não conheceram o Grande Arcano, A Maithuna, ou que o rechaçaram porque, muito honradamente, pensaram que só à base de abstenção sexual, pranayamas, penitências, exercícios de ioga, etc., poderiam se Auto-Realizar. Por algum motivo Pedro que o sexo é a pedra de tropeço e a rocha do escândalo. No limbo há milhares de escolas pseudo-ocultistas e pesudo-esotéricas que distribuem aos seus afilhados sublimes lições que a ninguém prejudica e que a todos beneficia, mas infelizmente não servem para a Auto-Realização Íntima porque não ensinam o evangelho de Pedro, a Maithuna[1].”

“Somente Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses, o Arquimago, com seu caduceu (Caduceu de Mercúrio), símbolo da espinha dorsal em que enlaçam as duas serpentes chamadas Ida e Pingala, poderá, através da Maithuna, evocar de novo à vida as infelizes almas precipitadas no limbo.”

“Do limbo saiu a alma do primeiro pai e a de Abel, seu filho, saiu também a de Noé, a do legislador Moisés, a do patriarca Abrahão, a do rei Davi, a de Israel, com seu pai e seus filhos, e a de Raquel. Todos eles reencarnaram-se para trabalhar na Nona Esfera e fabricar seus corpos solares, conseguindo assim o Segundo Nascimento. Agora, são anjos de indescritível esplendor. A gente se enche de assombro quando conversa com o anjo Israel; em sua aura solar ressoam harmoniosos os sublimes versículos do Antigo Testamento.”

“As escolas, seitas e ordens lunares odeiam mortalmente o tantrismo branco. Antiqüíssimas tradições cabalísticas declaram que Adão tinha duas esposas: Lilit e Nahemá, ambas representantam a infra-sexualidade lunar.”

“Lilite é a mãe dos abortos, pederastias, homossexulismos, masturbação, ódio ao sexo e todo tipo de vícios contra a natureza. Nahemá simboliza o adultério, o abuso sexual, a fornicação passional e a luxúria.”

“A infra-sexualidade é o fundamento da perversa magia lunar. A infra-sexualidade reina soberana nas regiões sublunares do reino mineral submerso. Dante encontrou nas regiões sublunares a luxuriosa Semíramis, aquela imperatriz que permitiu em suas leis tudo o que excitasse o prazer. Encontrou também naquelas regiões a bela Helena, a lasciva Cleópatra e aquela mulher que se matou por paixão, quebrantando a fé prometidas às cinzas de Siqueu. Dante encontrou ainda à escassa luz da Lua nova o famoso Brunetto Latini e muitos homossexuais degenerados sequazes de Lilit.”

Como podem ver, a Escola de Samael (Gnose), segundo ele, é uma Escola de Magia Branca porque se baseia no Tantrismo Branco, e, portanto, trata-se como a classificam, de uma Escola de Regeneração, que proíbe a ejaculação do sêmen quando da conexão sexual.

Samael afirma que toda Escola de Regeneração ensina o Maithuna (Magia Sexual) e quem rejeita o Fogo Sagrado do Sexo se torna mortal, porque a Alma vai perdendo pouco a pouco suas forças interiores e, finalmente após várias reencarnações — morre.

Segundo a Escola de Samael, aqueles que trabalham para fabricar suas Almas, operam no Mundo Molecular, ao passo que aos seus seguidores é ensinado operarem no Mundo Eletrônico para fabricarem também o seu Espírito, tornando-se imortais.

Conforme ensina esse “Mestre”, entre as Escolas de Regeneração estão: O Zen Budismo, o Budismo Chan da China, e especialmente o Budismo Tântrico do Tibete, assim como a Igreja Amarela dos Lamas e o Sufismo dos Derviches Dançantes.

Houve no passado distante dos nossos dias, Escolas de Regeneração como os Mistérios:  Órficos, Egípcios, Astecas, Maias, Incas, os Mistérios dos Kambires e dos Dáctilos e de Elêusis.

Em seu pequeno opúsculo “As Escolas Esotéricas” (2ª edição editado pelo Centro de Estudos de Antropologia Gnóstica, sem ficha catalográfica), Samael afirma que:

“O iniciado que logrou fabricar Alma e Espírito tem todo o direito de encarnar sua Divina Tríade Imortal (Atman-Buddhi-Manas), porque ao que tem se lhe dá e quanto mais tem, mais se lhe dá, mas ao que nada tem, nada lhe será dado até o que tem lhe será tirado.” “É absurdo afirmar que a Tríade Divina já está encarnada. Só fabricando Alma e Espírito podemos encarná-la. As pessoas que, definitivamente, não fabricam Alma nem Espírito, se perdem, rompem toda a relação com a Mônada Divina (Atman-Buddhi-Manas).

Assim prezado leitor, apresentei-lhes esta outra visão sobre a controversa questão das práticas do celibato e da magia sexual, sem o intuito de provocar discussões a respeito. Fica, portanto, a cargo de cada um formar sua própria opinião.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O QUE É TEOSOFIA? O QUE É A SOCIEDADE TEOSÓFICA?



O que é Teosofia?


Teosofia - Uma Sabedoria Viva
Para que se possa compreender satisfatoriamente a S.T. e o seu trabalho é necessário entender o significado da palavra Teosofia. Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que a S.T. não é uma religião, e a Teosofia não é um credo. Este fato já está evidenciado no primeiro objetivo da S.T..
A origem da palavra Theosophia é grega e significa primária e literalmente Sabedoria Divina. Foi cunhada em Alexandria, no Egito, no século III d.C. por Amônio Saccas e seu discípulo Plotino que eram filósofos neo-platônicos. Fundaram a Escola Teosófica Eclética e também eram chamados de Philaletheus (Amantes da Verdade) e Analogistas, porque não buscavam a Sabedoria apenas nos livros, mas através de analogias e correspondências da alma humana com o mundo externo e os fenômenos da Natureza. Assim, em conformidade com seu terceiro objetivo, a S.T., enquanto sucessora moderna daquela Escola antiga, almeja tal busca da Sabedoria não pela mera crença, mas pela investigação direta da Verdade manifesta na Natureza e no homem. Dizia Blavatsky: o verdadeiro Ocultismo ou Teosofia é a Grande Renúncia ao eu, incondicional e absolutamente, tanto em pensamento como em ação – é Altruísmo. Teosofia é sinônimo de Verdade Eterna, Divina, Absoluta,Paramarthika Satya ou Brahma-Vidya, que são seus equivalentes muito mais antigos na filosofia oriental. Teosofia, portanto, é uma Sabedoria Viva, o ideal que o verdadeiro teósofo busca alcançar e manifestar em sua vida diária como serviço à Humanidade.
A adjetivação teosófica na denominação da S.T. significa, desta forma, uma sociedade cujos objetivos refletem esta Sabedoria, ou que nesta têm sua inspiração. Isto não que dizer que todos os membros da S.T. possuam esta Sabedoria ao tentar realizar tais objetivos. Quer dizer, apenas, que uma sociedade teosófica é uma sociedade cujos objetivos podem trazer benefícios imensos ao mundo, desde que compreendidos e realizados apropriadamente.


O que é a Sociedade Teosófica
 



    

A Sociedade Teosófica (S.T.) foi fundada em Nova Iorque, E.U.A., em 17 de novembro de 1875, por um pequeno grupo de pessoas, dentre as quais se destacavam uma russa e um norte americano: a Sra. Helena Petrovna Blavatsky e o cel. Henry Steel Olcott, seu primeiro presidente.
Em 1878 o cel. Olcott e a Sra. Blavatsky partiram para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida legalmente a sede internacional da S.T. no bairro de Adyar, na cidade de Chennai (antiga Madras), estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, onde permanece até hoje.
    Organização e atividades
        
    Com mais de um século de existência, a S.T. espalhou-se por cerca de sessenta países em todos os continentes. Internacionalmente, a S.T. está organizada basicamente em Seções Nacionais, e estas, por sua vez, compõem-se de Lojas e Grupos de Estudos.
    A maioria das Lojas e Grupos de Estudos da S.T. realiza reuniões públicas com palestras, cursos, debates e outros eventos deste tipo, bem como atividades de confraternização entre os seus membros e simpatizantes, sempre em conformidade com seus três objetivos. Além disto, em geral, contam com bibliotecas para facilitar estudos e pesquisas.
    Não há religião superior à Verdade
        
    Este é o lema da Sociedade Teosófica (S.T.), o qual foi traduzido do sânscrito –Satyan nasti para Dharmah. A palavra Dharma foi traduzida como religião, mas também significa, entre outras coisas, doutrina, lei, dever, direito, justiça, virtude. Portanto, em sentido amplo, o lema da S.T. afirma que não há dever ou doutrina superior à Verdade.
    A Fraternidade Humana: primeiro objetivo
        
    Desde os primeiros dias de sua fundação, ainda no século passado, a S.T. estruturou-se sobre o amplo princípio humanitário da Fraternidade Universal; "uma instituição que se fizesse conhecida em todo o mundo e cativasse a atenção das mentes mais elevadas".
    Encontra-se nos escritos daqueles primeiros tempos a afirmação de que é a Humanidade que é a grande órfã, a única deserdada sobre esta Terra – e é dever de todo homem capaz de um impulso altruísta fazer algo, por menor que seja, pelo seu bem-estar. Por esta razão, o seu primeiro objetivo está formulado da seguinte maneira:
    Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.
    A busca da Verdade: segundo e terceiro objetivos
        
    Os demais objetivos da S.T. apontam na direção de uma livre e corajosa investigação da Verdade e estão formulados como segue:
    Encorajar o estudo de Religião Comparada, Filosofia e Ciência;
    Investigar as leis não explicadas da Natureza e os poderes latentes no homem.
    Liberdade de pensamento
        
    Uma vez que a investigação da Verdade somente pode ser de fato empreendida numa atmosfera de liberdade, a S.T. assegura aos seus membros o direito à plena liberdade de pensamento e expressão, dentro dos limites da cortesia e de consideração para com os demais.
    Como a Sociedade Teosófica espalhou-se amplamente pelo mundo civilizado, e como membros de todas as religiões tornaram-se filiados dela sem renunciar aos dogmas, ensinamentos e crenças especiais de suas respectivas fés, é considerado desejável enfatizar o fato de que não há nenhuma doutrina, nenhuma opinião, ensinada ou sustentada por quem quer que seja, que esteja de algum modo constrangendo qualquer de seus membros, nenhuma que qualquer deles não seja livre para aceitar ou rejeitar. A aprovação dos seus três objetivos é a única condição para a filiação.
    Independência da Sociedade Teosófica
        
    Uma vez que a Fraternidade Universal e a Sabedoria são indefiníveis e ilimitadas e, desde que há completa liberdade de pensamento e ação para cada membro da Sociedade, esta busca sempre manter seu próprio distintivo e único caráter, permanecendo livre de filiação ou identificação com qualquer outra organização.




Conheça a Sociedade Teosófica no Brasil, acessando o seu site ofical através deste link:


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ENSINAMENTOS DE PLOTINO SOBRE O UNO (DEUS)
















Luiz Carlos Nogueira
















Plotino (em grego: Πλωτῖνος; Licopólis, 205 - Egito, 270) foi um filósofo neoplatônico, autor de Enéadas, discípulo de Amônio Sacas por onze anos e mestre de Porfírio.


Porfírio (Tiro, ca. 232  Roma, ca. 304), foi um filósofo neoplatônico e um dos mais importantes discípulos de Plotino, responsável por organizar e publicar 54 tratados do mestre na obra Tratado das Enéadas[1], em seis capítulos, compostos de 9 tratados, razão pela qual se chamou “Enéadas”, porquanto nove, em grego, é ennéa.


Assim, da 9ª Enéada na ordem cronológica, correspondendo à Enéada VI 9 na ordem estabelecida por Plotino, extraímos:


“O Uno não é a Inteligência, mas está antes da Inteligência. Pois a Inteligência é algo que faz parte dos seres, mas o Uno não é algo, uma vez que está antes do algo. E o Uno também não é o Ser, pois o Ser tem, de certo modo, uma forma, que é a do Ser; mas o Uno é privado de forma, mesmo de forma inteligível. Uma vez que a natureza do Uno gera todas as coisas, ele não é nenhuma delas. Assim, não se pode dizer nem que ele é alguma coisa, nem é qualificado ou quantificado, nem que é  a Inteligência ou a Alma. Ele não é movido, mas tampouco está em repouso; não está num lugar, nem no tempo. Ele está em si mesmo, tendo a forma da unicidade. Ou melhor: é sem forma (amorphon), anterior a toda forma, anterior ao movimento e anterior ao repouso, pois tais coisas se encontram no Ser, e são elas que fazem com que ele seja múltiplo.”

“Só podemos chamá-lo de Uno com a finalidade de indicar sua natureza indivisível e, também, a fim de unificar a nossa Alma. Quando o chamamos de Uno, não queremos dizer isso no sentido de um ponto geométrico ou de unicidade aritmética. A verdadeira Unidade é a fonte de todas as quantidades, que não poderiam ter vindo à existência se o Ser e o que está além do Ser não as tivesse antecedido. De modo que não é para isso que devemos dirigir nosso pensamento, pois o ponto e a unicidade (em sua simplicidade e em sua ausência de magnitude e divisão) são apenas uma analogia das realidades superiores.”

“[...] tais definições não passam de nossas próprias percepções e estados que tentamos exprimir, nós que circulamos exteriormente ao seu redor, às vezes nos aproximando, às vezes nos afastando d’ele devido ao enigma no qual está envolvido.”

“A maior causa dessa dificuldade decorre do fato de a compreensão do Uno não poder se dar nem pelo raciocínio (logismoi), nem pela percepção intelectual —, mas por uma presença que é superior a qualquer raciocínio.[...]”


Da 11ª Enéada na ordem cronológica, correspondendo à Enéada V 2 na ordem estabelecida por Plotino, extraímos:

O Uno é todas as coisas e não é nenhuma delas. Ele é o princípio (Archê) de todas as coisas; e, se não é nenhuma delas, no entanto é todas as coisas de um modo transcendente, pois, de certo modo, elas estão no Uno. Ou melhor, nem todas as coisas estão nele, mas estarão. Então, como todas as coisas provém do Uno, que é simples e não tem em si multiplicidade alguma e nem mesmo dualidade alguma?  É pelo fato de nada haver nele que todas as coisas provém dele. Para quer o Ser possa existir, o Uno não é Ser, mas sim o gerador do Ser. Podemos dizer que este é o primeiro ato da geração: nada possuindo e nada buscando em sua perfeição, o Uno transbordou e sua superabundância produziu algo diverso dele mesmo. [...]”


Conheça a Ordem Rosacruz – Amorc, acessando o seu site oficial através do link: http://www.amorc.org.br/ .

Missão Rosacruz
"A Ordem Rosacruz, AMORC é uma organização internacional de caráter místico-filosófico, que tem por missão despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz."




[1] Tratado das Enéadas/Plotino, tradução, apresentação, introdução e notas de Américo Sommerman. — São Paulo: Polar Editorial, 2000

domingo, 23 de setembro de 2012

O POR QUE DA IMPOSIÇÃO DO CELIBATO AOS PADRES CATÓLICOS

















Luiz Carlos Nogueira

















Segundo Éliphas Lévi[1] em sua obra ocultista Dogma e Ritual de Alta Magia:  “A Igreja ignora a Magia[2]. porque ela ou tem que ignorar isto ou tem que perecer...; contudo ela não reconhece ao menos que o seu  misterioso Fundador foi saudado no berço dele por Três Magos, ou seja, pelos embaixadores hieráticos das três partes do mundo conhecido e os três mundos analógicos da filosofia oculta. Na Escola de Alexandria, a Magia e Cristianismo uniam as mãos debaixo dos patrocínios de Amônio Saccas e de Platão; [..]”


E em sua outra obra “História da Magia”, Éliphas Lévi fala sobre essa Magia: “Há muito tempo se confunde Magia com as prestidigitações dos charlatães, com as alucinações dos enfermos e com os crimes de certos malfeitores excepcionais. Muita gente, aliás, facilmente definiria a Magia com a arte de produzir efeitos sem causa. E, segundo esta definição, o povo dirá, que o bom senso que o caracteriza, mesmo em suas maiores injustiças, que a Magia é um absurdo. A Magia não poderia ser aquilo que dela fazem aqueles que não a conhecem. Não cabe aliás, a ninguém fazer dela isso ou aquilo; ela é o que é; em si mesma é como a matemática, pois é a ciência exata e absoluta da natureza e de suas leis.”


“A Magia é uma ciência dos magos antigos; e a religião cristã, que impôs silêncio aos oráculos mentirosos e eliminou todos os prestígios dos falsos deuses, reverencia ela própria os magos que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Salvador do mundo em seu berço. A tradição ainda atribui a esses magos o título de reis, porque a iniciação à Magia constitui uma verdadeira realeza e porque a grande arte é chamada por todos os adeptos de: ‘Arte Régia’, ou ‘Santo Reino’ (Sanctum Regnum).”


Por conta disso e pela ignorância das massas, condena-se o Vaticano pela imposição disciplinar aos padres, no tocante ao celibato/castidade. No entanto, a observância da disciplina é uma condição indispensável para o exercício do sacerdócio.



Para Éliphas Lévi, os fundamentos pelos quais se obriga o celibato/castidade, não poderiam ser minudenciados pela Igreja Católica, sob pena de ser obrigada a assumir sua relação com as práticas da Alta Magia, técnicas essas que pertencem à esfera da ciência noética, conhecidas deste os tempos antigos. A sua revelação ao vulgo poderia produzir conseqüências mais desastrosas do que a criticada imposição do celibato aos seus padres.


Além disso, segundo esse ocultista: “As operações mágicas são o exercício de um poder natural, mas superior às forças ordinárias da Natureza. ...Para fazer milagres (ou, o natural extraordinário) é preciso estar fora das condições comuns da humanidade...”


“O Mago deve ser impassível, sóbrio e casto, desinteressado, impenetrável e inacessível para qualquer espécie de preconceito ou terror. Ele deve estar sem defeitos corporais e reservado contra todas as contradições e todas as dificuldades. O primeiro e mais importante de operações mágicas é o conseguimento desta preeminência rara.”


No entanto, dentre todas essas práticas o celibato é as mais difícil porque exige o domínio da natureza humana mais fortemente impregnada, para permitir o exercício dos poderes mágicos de excelência, como por exemplo, curar enfermos e até ressuscitar pessoas (como Jesus fazia e afirmava: João, 14:12- Vós podeis fazer o que eu faço e muito mais) que tenham passado pela transição (morte) recente e cujos corpos ainda estejam com as funcionalidades orgânicas suficientes para que possam retornar à vida sem sequelas.


Em sua “História da Magia”, Éliphas Lévi diz: Conformando-se às regras da força eterna, o ser humano pode se assemelhar ao poder criador e se tornar criador e conservador com ele. Deus não limitou a escada luminosa de Jacó a um número reduzido de degraus. Tudo o que a natureza fez inferior ao ser humano ela submete a ele. Cabe a ele aumentar seu domínio, elevando-se sempre! Assim a extensão e mesmo a perpetuidade da vida, a atmosfera e suas tempestades, a terra e seus filões metálicos, a luz e suas prodigiosas miragens, a noite e seus sonhos, a morte e seus fantasmas, tudo isso obedece ao régio cetro do mago, o bastão pastoril de Jacó, à vara fulminantes de Moisés. O adepto se faz rei dos elementos, transformador dos metais, árbitro das visões, diretor dos oráculos, senhor da vida, e isso na ordem matemática da natureza e em conformidade com a vontade das Inteligência Suprema. Eis a Magia em toda a sua glória! Mas quem ousará no nosso século depositar fé nestas palavras? Para aqueles que queiram estudar sinceramente e autenticamente saber, chegou o tempo em que tudo deve ser dito e nos propomos a tudo dizer.”


Assim, segundo os ocultistas, os padres realizam a Magia, quando celebram as missas conectando os homens com a mente cósmica, expedindo bênçãos (transmissão de energia) e aliviando as mentes conturbadas pela remissão dos seus pecados, mediante o reconhecimento dos seus erros, e prescrevendo penitências para esse efeito.


Vale observar que no Oriente a Ioga Tântrica também trabalha com as energias sexuais, que para os seus praticantes são energias geradoras e regeneradoras, com as quais realizam os fenômenos que o vulgo considera como sobrenaturais. Para produzir essa energia os praticantes da Ioga Tântrica Branca se submetem a uma autodisciplina, de sorte que possam controlar seus orgasmos, cujas energias eles endereçam para os seus acumuladores internos, alojados nos seus corpos.


Tal energia sexual, como explicam os ocultistas, são utilizadas para produzir algum efeito específico nas operações chamadas mágicas ou metafísicas, como já mencionamos anteriormente. Por conseguinte, as relações sexuais prejudicam o sacerdócio, porque corrompem a qualidade dessa energia, seja por conta da sujeição ou exposição às doenças venéreas ou sexualmente transmissíveis, assim como às emanações de ordem psicológicas, como a tristeza, a ansiedade, a luxúria e as desilusões.


Nota: Este artigo tem por finalidade apenas de trazer uma informação ao leitor, de como os ocultistas explicam a questão do celibato. Portanto, não se trata de opinião deste blogueiro.



[1] Há quem diga que o nome de nascimento de Éliphas Lévi  era Alfred Charles Constant e que, posteriormente  mudou o nome para Éliphas Lévi Zohed, nome esse em hebraico, por influência da Kabbalah.
[2]  A Magia era chamada pelos antigos magos, de Santo Regnum, ou seja, o Santo Reino (Reino de Deus).  E os reis desse conhecimento oculto para as massas são os padres que praticam seus sacrifícios e preces.