domingo, 12 de maio de 2013

Em busca da felicidade - Por João Bosco Leal (*)


10 de maio de 2013 ,
Emoções 01 
João Bosco Leal

Nos humanos a procura pela felicidade é tão importante que provavelmente jamais tenhamos visto uma pessoa que, de uma forma ou de outra, não a estivesse buscando.

Passamos grande parte de nossas vidas caminhando em determinado direção, imaginando que assim o fazendo chegaremos a algum lugar onde seremos mais felizes do quem hoje somos.

Interessante como nossa visão de felicidade é a de encontra-la em algo, lugar ou alguém que, pensamos, poderá nos proporcionar prazeres e satisfações ainda não conseguidos, ou que preencherá plenamente nossos corações.

Durante essa procura, muitas vezes erramos, sorrimos ou choramos, mas continuamos buscando, pois, realmente, encontrar a felicidade ao lado de alguém não é uma tarefa conseguida por muitos.

Há ainda os materialistas, que imaginam só serão felizes se estiverem morando em casas enormes, com belos carros na garagem, consumindo bebidas, roupas e acessórios das lojas mais renomadas e frequentemente promovendo festas para seus “amigos”, que em sua grande maioria os criticam dentro de suas próprias casas.

São pessoas pequenas, sem nenhuma autoconfiança, que imaginam ser queridas por aparentarem bens matérias quando, sabemos, as pessoas que frequentam esses ambientes só estão ali para se aproveitar da festa, música, alimentos ou do glamour, mas nunca em busca de uma amizade verdadeira.

Usufruem o que comeram, beberam e ouviram, mas saem do local criticando o tempero ou a quantidade dos alimentos servidos, a qualidade da bebida ou a seleção musical tocada durante o evento. Por maior e melhor que tenha sido o cuidado do promotor para que a festa fosse perfeita, sempre haverá os insatisfeitos com algum detalhe.

Para essas pessoas a aparência e o ter normalmente são muito mais importantes que o ser, pois pelo tamanho de sua inteligência, não conseguem enxergar que durante toda a vida, a única coisa que realmente e permanentemente lhe pertence é sua sombra. Todo o resto é passageiro.

Nossos bens materiais podem ser perdidos em um único negócio mal feito. O físico muda diariamente e, apesar de toda a tecnologia hoje existente, que nos permite “comprar” o que já caiu, ele jamais será o mesmo. A própria cultura, adquirida durante décadas passa a ser perdida, falha, esquecida.

Os anos já se foram, a saúde já não é a mesma, os reflexos são mais lentos, muitas coisas já não podem ser realizadas, mas ao buscar a felicidade em outros locais e junto a outras pessoas nos tornamos tão cegos que acabamos não conhecendo nossa própria sombra, que nunca nos abandonou ou abandonará.

Assim é a felicidade. Pode estar tão próxima que não a enxergamos. E isso ocorre principalmente porque não conhecemos a nós mesmos. Não sabemos objetivamente onde, como, com quem ir, e o que realmente pretendemos de nossas vidas.

É necessário buscar, antes de tudo, nosso autoconhecimento, entendermos o que já fomos, fizemos e o que pretendemos ser. Só conhecendo a si próprio é que teremos a oportunidade de realmente fazer nossas escolhas.

A felicidade de cada um só poderá ser encontrada em seu próprio interior e somente poderá ser compartilhada com alguém que também já a tenha encontrado.

(*) João Bosco Leal - jornalista, reg. MTE nº 1019/MS, escritor, articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.

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http://www.joaoboscoleal.com.br/2013/05/10/felicidade-2/

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A MENTALIDADE MODERNA - Por Humberto Pinho da Silva









Em quase todos os debates sobre o cristianismo, quer na TV, colóquios ou mesmo em reunião de amigos, há sempre quem lamente que o catolicismo e a maioria das confissões cristãs, carecem de se modernizarem.

A sociedade já não é a mesma - asseveram, - tudo evolui: conceitos, comportamentos, modos de vida, e até a educação e o ensino; só a Igreja permanece estática, isolada numa torre de marfim, bela, sem dúvida, mas obsoleta.

A verdade que defende podia ser válidas há dois mil anos, mas não agora! - E, deste jeito, rematam os católicos de estatística com ênfase própria dos ignorantes.

Esquecem que o cristianismo sempre foi “loucura” e “escândalo”.Era loucura para os pagãos e escândalo para os judeus.

São Paulo, na Epistola aos Romanos (12:2) lembra aos fiéis, para não se conformarem com as modas de então.

Jesus também foi motivo de escândalo. Era “filho” de carpinteiro e de Mulher pertencente a família humilde (Mt13:55). A doutrina que pregava parecia contradizer leis moisaicas (Mc10:4). Proibia o divórcio:” O que Deus uniu não separe o homem” (Mt19:6). Recomendava não lutar pelos bens terrenos (Lc6:29,30). Não entesourar (Lc12:20,21), porque o pão de cada dia, bastava (Mt6:11).

O martírio da cruz foi também escândalo (1Co.1:18). Não era Ele Filho do Altíssimo e nascido para reinar?! (Mt16:16,17).

Os discípulos também se escandalizaram com o Mestre. (Jo6:67)

Os algozes que O supliciaram e O levaram ao Calvário, assim como o povo que O tinha aplaudido, também se escandalizaram (Mc15:32) “Desce da cruz, para que vejamos e creiamos”.

O cristianismo, através dos séculos, tem sido a religião do “escândalo”.Os eremitas, os santos do primeiro século, os justos que morreram no Coliseu, foram “loucuras” extremas para a época.

Normal, seria a exemplo de Pedro, usar a espada, como fez ao cortar a orelha a Malco (Jo18:10). Normal, seria revoltarem-se como Espártaco. Subjugar, pela força, como Maomé, e não oferecer a outra face. (Mt5:39)

Mas Jesus se era Homem, também era Deus: reagia como homem, mas pensava como Deus.

A doutrina não era para agradar aos homens, mas a que o Pai queria.

Sendo Rei dos reis, comportava-se como profeta. Vivia em simplicidade; não entesourava; não vivia em palácios nem cobrava pelos “serviços”, e recomendava aos discípulos: “Dai de graça o que de graça recebeste”. (Mt10:8)

Não admira, para nós, homens do século XXI, que a Sua doutrina e Sua Igreja, sejam “loucuras” e “escândalos”.

A Igreja não é obsoleta, mas apenas fiel à doutrina. Adaptar-se à mentalidade moderna, era servir os homens e não a Deus. Considerar o Evangelho antiquado, que a Lei de Deus é mutável, consoante as épocas e interesses de ocasião, era heresia e até blasfémia. (2º Co4:2)

Ao longo da História o cristianismo viveu de crise em crise. Cada século tentou adapta-lo à sua época,”modernizá-lo”; mas a Igreja soube, mesmo nas piores controvérsias, defender-Se dos hereges e erros de conhecidos filósofos e teólogos, porque é divina e segue a Sagrada Escritura como manual de instrução, para A conduzir pelos caminhos da Verdade.