Luiz Carlos Nogueira
Segundo os Rituais
Maçônicos, mais do que a Bíblia Sagrada, neles podemos encontrar mais
comentários acerca do Templo Maçônico, que seria uma réplica do Templo do Rei
Salomão, cuja construção não há evidências arqueológicas de que o mesmo
teria sido erigido em Jerusalém há aproximadamente 3.000 anos.
Como é de conhecimento de
muitos leitores da Bíblia e da História Antiga, Davi, Rei de Israel, tencionava
construir um templo dedicado ao Eterno (Deus ou Grande Arquiteto do Universo
para os maçons). Para essa finalidade acumulou um imenso tesouro, mas como
acabou se desviando do caminho da virtude, tornou-se indigno da proteção do G\A\D\U\, cabendo depois ao Rei Salomão, seu filho,
concretizar esse projeto.
Salomão, porém, antes de
começar a construção, deu a notícia a Hirão, rei de Tiro, que lhe designou
Hiram, considerado o mais célebre arquiteto daqueles tempos, para que
elaborasse o levantamento das necessidades e também a planta do templo, assim
como para que dirigisse os operários.
Não vamos contar aqui toda
a história bíblica sobre o Rei Salomão e o seu Templo, porquanto a intenção é apenas
dar um enfoque a uma das alegorias existentes hoje nos Templos Maçônicos, que
no caso trata-se do Pavimento de Mosaico, ou seja, o quadrado colocado ao
centro, semelhante a um tabuleiro de xadrez, que representa o local por onde e
sobre o qual, andava o Sumo Sacerdote oficiante das cerimônias daquele Templo
dedicado ao Altíssimo.
Para alguns autores o piso
xadrez preto e branco já existia nos templos desde os tempos do antigo Egito.
Porém, ele não é simplesmente um artifício decorativo, porque encerra todo um significado
esotérico, que se tornou um dos símbolos mais identificadores de um Templo
Maçônico, pois é também o piso de todos os rituais, ainda que com ligeiras
diferenças de dimensão física, mas não no sentido espiritual. É nesse piso uma
área onde ocorre o coroamento iniciações, dando significação à emblemática vida
humana, pelas cores do xadrez em preto e banco, para lembrar-nos da existência
do bem e do mal.
Albert Pike, em livro Morals
and Dogma (pg 19), explicou que: “O pavimento, alternadamente negro e branco,
simboliza, intencionalmente ou não, os Princípios do Bem e do Mal do credo
Egípcio e Persa. É o combate entre Miguel e Satanás, entre os Deuses e os
Titãs, entre Balder e Lok, entre luz e sombra, que é a escuridão; Dia e Noite; Liberdade
e Despotismo; Liberdade Religiosa e Dogmas Arbitrários de uma Igreja que pensa
por seus seguidores,[...]”
Essa simbolização é comparável ao símbolo “Yin-Yang”
>> Figura : Símbolo do "Yin-Yang" .
O símbolo do "Yin-Yang
são considerados opostos. Yin representa eternidade, a escuridão, o feminino, o
lado esquerdo do corpo, etc. Yang é seu oposto, e representa a história, a luz,
o masculino, o lado direito do corpo, etc." [Phillip G. Zimbardo e
Floyd L. Ruch, Psycology and Life (Psicologia e Vida), 1977, nova
edição, pg 317] (Google Translation)
"Yang é
masculino, positivo e representado pelo sol. Yin é feminino, negativo e
representado pela lua." [Paul E.
Desautels,The Gem Kingdom, pg 237]. (Google
Translation)
A origem do símbolo tem raízes no século quarto antes de
Cristo, ou quem sabe até antes, os desenhos dos homens das cavernas, também dão
pistas disso, como também está
identificada com as religiões filosóficas do oriente, tais como o
confucionismo, o budismo e o taoismo. [Claire Chambers, The SIECUS
Circle: A Humanist Revolution, 1977, pg. V]. (Google Translation)
Mas por que foi dado tanto destaque ao piso de xadrez no
Templo Maçônico?
Compulsando
vários rituais maçônicos, vamos encontrar a seguinte resposta: "O quadrado é calçada para o Sumo
Sacerdote andar em cima". Agora não é apenas o sumo sacerdote judeu de
séculos atrás, que é aqui referido, mas o membro individual do grupo. Porque
cada maçom pretende ser o Sumo Sacerdote do seu templo pessoal e fazer dele um
lugar onde ele e a Divindade podem-se reunir. Pelo simples fato de estar neste
mundo dualista cada ser vivo, seja um maçom ou não, caminha sobre o pavimento
quadrado misturado do bem e do mal em cada ação de sua vida, de modo que o chão
é o símbolo de uma verdade filosófica elementar, comum a todos nós. Mas, para
nós, as palavras "andar em cima" implica muito mais do que isso. Eles
querem dizer que aquele que aspira a ser o dono do seu destino e capitão da sua
alma deve caminhar sobre esses opostos no sentido de transcender e
dominando-os, de tripudiar sobre sua natureza inferior sensual e mantê-la sob
seus pés em sujeição e controle. Ele deve tornar-se capaz de subir acima do bem
e do mal, para ser superior e indiferente aos altos e baixos da fortuna, as
atrações e os medos que regem os homens ordinários e balançam seus pensamentos
e ações desta ou daquela maneira. Seu objetivo é o desenvolvimento de sua inata
potência espiritual, e é impossível que estes devam desenvolver em tanto tempo
como ele é tão governado por suas tendências materiais e as emoções flutuantes
de prazer e dor que eles dão à luz a. É pelo aumento superior a estas e
alcançando serenidade e equilíbrio mental em qualquer circunstância em que para
o momento em que ele pode ser colocado, que um maçom verdadeiramente ‘caminha
sobre’ o piso de xadrez de existência e as tendências conflitantes de sua
natureza mais material. "
Nenhum comentário:
Postar um comentário