sexta-feira, 8 de junho de 2018

O IRMÃO COLAR E O SUCESSO NA MAÇONARIA



Bento Adriano Monteiro Duailibi
MM – CIM 1366 – GOMS/COMAB
Grande Secretário de Cultura










                                       Todos nós que tivemos o privilégio de iniciar na  Sublime Ordem, ouvimos conceitos e também vários conselhos dos irmãos maçons com idade maçônica mais avançada, tais como: “somos eternos aprendizes”, “você foi escolhido”, “você ganhou uma família muito grande”, em fim frases de efeito que sempre nos remete a lembrança de nossa iniciação, conjugada com lições de humildade e benevolência.

                                   Nestes 18 anos que vivo na sublime ordem tenho reparado que alguns, por mais que persistam, não conseguem enxergar a fundo o real propósito da Maçonaria, e por mais que escutem sempre os mais conhecidos jargões, parecem que tem uma venda em seus olhos que já mais fora tirada.

                                       Tudo isso que ouvimos sempre que estamos em Loja, é muito válido para lembrar que todos somos isso mesmo: Maçom. Ocorre que há mais, muito mais...... quando da iniciação aprende – se que o que é “virtude no homem comum” é “obrigação no homem maçom”, isso sim deve ser fixado na mente do maçom dia após dia, sempre.

                                       E por quê? Bom isso nos remete a outra lição de que a  recordação deve ser diuturnamente observada, pois vencer minhas paixões, submeter minha vontade e fazer progressos na maçonaria, não dever ser: crer nas minhas razões, impor minha vontade e fazer sucesso na maçonaria.

                                                Isso mesmo, há uma distorção dos valores tão fundamentais para que o homem maçom viva conforme os preceitos da sublime ordem.

                                          Hoje o que se deseja é fazer sucesso na maçonaria, nem que para isso passemos a importar do mundo profano as práticas nefastas da politicagem, da falta de ética, em fim de tudo que é ruim para a boa convivência e harmonia das relações sociais.

                                           Há irmãos que querem formar grupos para alcançarem objetivos pessoais dentro da estrutura de sua potência, querem impor representatividade através de críticas destrutivas e falta de pudor ao falar dos outros irmãos. Querem simplesmente o poder pelo poder, mas não estuda, não trabalha internamente a filosofia maçônica. Ainda que dependa muito do próprio irmão, é importante trilhar o caminho dos graus filosóficos ou superiores, seja qual rito for. Isso ajuda a lapidar e a instruir o maçom.

                                                    A realidade é que, no simbolismo além dos três graus tem surgido nos últimos tempos aquele denominado “irmão colar”. Esse irmão não se conforma em ser maçom, o que ele precisa é de um “colar”, pois sem tal parece que lhe falta o “ar” para viver na sublime Ordem.

                                            O que lhe interessa, é apenas isso, ter algo que o “destaque” perante seus irmãos e isso ele não entende que é através de suas atitudes, ética e modo de agir que se adquire, mas não, ele precisa do “colar”, do “cargo”, ou seja, da falsa impressão de que é superior.

                                        Em maçonaria, o que leva o irmão a se destacar não é o colar, nem o cargo, mas sim a sua jornada como homem maçom carregando consigo a pratica diária dos princípios desta ordem, o estudo, a frequência em loja, a vontade de ajudar os irmãos ou quem necessite. Enfim a vontade de “trabalhar” na e para a maçonaria.

                                       Mas infelizmente o “irmão colar” não vê e não sente que o progresso se faz e se conquista com os atos e atitudes, e que de forma gradativa o resultado vem naturalmente. Não, ele quer fazer sucesso a qualquer custo, nem que para isso a crítica destrutiva seja uma de suas armas, a falta de caráter outra, o desrespeito a irmão e falta de ética mais outra.

                                         O “irmão colar” é nefasto e destrutivo, não podendo ser visto nele as virtudes de um maçom, pois ele não conhece a sublime ordem, porque ele “entrou” na maçonaria (e aqui vai um jargão conhecido, porém válido) mas a maçonaria “não entrou nele”.

                                        Se prestarmos bem a atenção todos nós conhecemos um irmão assim, aquele que quer um cargo, quer aparecer sempre, sem jamais em sessão ficar “fora” do oriente, pois ele é “superior”, afinal ele é o “Irmão Colar”, e precisa fazer sucesso na Maçonaria.