Bento Adriano Monteiro Duailibi
MM – CIM 1366 – GOMS/COMAB
Grande Secretário de Cultura
Todos
nós que tivemos o privilégio de iniciar na Sublime Ordem, ouvimos conceitos e
também vários conselhos dos irmãos maçons com idade maçônica mais avançada,
tais como: “somos eternos aprendizes”, “você foi escolhido”, “você ganhou uma
família muito grande”, em fim frases de efeito que sempre nos remete a
lembrança de nossa iniciação, conjugada com lições de
humildade e benevolência.
Nestes
18 anos que vivo na sublime ordem tenho reparado que alguns, por mais
que persistam, não conseguem enxergar a fundo o real propósito da Maçonaria, e
por mais que escutem sempre os mais conhecidos jargões, parecem que
tem uma venda em seus olhos que já mais fora tirada.
Tudo
isso que ouvimos sempre que estamos em Loja, é muito válido para lembrar que
todos somos isso mesmo: Maçom. Ocorre que há mais, muito mais...... quando da
iniciação aprende – se que o que é “virtude no homem comum” é “obrigação no
homem maçom”, isso sim deve ser fixado na mente do maçom dia após dia, sempre.
E por quê?
Bom isso nos remete a outra lição de que a recordação deve ser
diuturnamente observada, pois vencer minhas paixões, submeter minha vontade e
fazer progressos na maçonaria, não dever ser: crer nas minhas razões, impor minha
vontade e fazer sucesso na maçonaria.
Isso mesmo, há uma distorção dos valores tão fundamentais para que o homem
maçom viva conforme os preceitos da sublime ordem.
Hoje o que se deseja é fazer
sucesso na maçonaria, nem que para isso passemos a
importar do mundo profano as práticas nefastas da politicagem, da falta de
ética, em fim de tudo que é ruim para a boa convivência e harmonia das relações
sociais.
Há irmãos que querem formar grupos para alcançarem objetivos pessoais
dentro da estrutura de sua potência, querem impor representatividade através de
críticas destrutivas e falta de pudor ao falar dos outros irmãos. Querem
simplesmente o poder pelo poder, mas não estuda, não trabalha internamente a
filosofia maçônica. Ainda que dependa muito do próprio irmão, é importante
trilhar o caminho dos graus filosóficos ou superiores, seja qual rito for. Isso
ajuda a lapidar e a instruir o maçom.
A
realidade é que, no simbolismo além dos três graus tem surgido nos últimos tempos
aquele denominado “irmão colar”. Esse irmão não se conforma em ser maçom, o
que ele precisa é de um “colar”, pois sem tal parece que lhe falta o “ar” para
viver na sublime Ordem.
O
que lhe interessa, é apenas isso, ter algo que o “destaque” perante seus irmãos
e isso ele não entende que é através de suas atitudes, ética e modo de agir que
se adquire, mas não, ele precisa do “colar”, do “cargo”, ou seja, da falsa
impressão de que é superior.
Em
maçonaria, o que leva o irmão a se destacar não é o colar, nem o cargo, mas sim
a sua jornada como homem maçom carregando consigo a pratica diária dos
princípios desta ordem, o estudo, a frequência em loja, a vontade de ajudar os
irmãos ou quem necessite. Enfim a vontade de “trabalhar” na e para a maçonaria.
Mas
infelizmente o “irmão colar” não vê e não sente que o progresso se faz e se
conquista com os atos e atitudes, e que de forma gradativa o resultado vem
naturalmente. Não, ele quer fazer sucesso a qualquer custo, nem que para isso a
crítica destrutiva seja uma de suas armas, a falta de caráter outra, o
desrespeito a irmão e falta de ética mais outra.
O “irmão
colar” é nefasto e destrutivo, não podendo ser visto nele as virtudes de
um maçom, pois ele não conhece a sublime ordem, porque ele “entrou” na
maçonaria (e aqui vai um jargão conhecido, porém válido) mas a maçonaria “não
entrou nele”.
Se
prestarmos bem a atenção todos nós conhecemos um irmão assim, aquele que quer
um cargo, quer aparecer sempre, sem jamais em sessão ficar “fora” do
oriente, pois ele é “superior”, afinal ele é o “Irmão Colar”, e precisa fazer
sucesso na Maçonaria.