quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

POR NÃO ACREDITAR NO JUÍZO FINAL, DESENTERROU UM CADÁVER E O JULGOU.







Luiz Carlos Nogueira








Por Jean-Paul Laurens (1870), atualmente no Museu de Belas Artes de Nantes.






Formoso, nascido em Óstia,  Itália, não obstante ter sido excomungado quando ainda era cardeal, por  João VIII, sob o pretexto de ter coroado Arnulfo como rei da Itália (que depois foi imperador da Alemanha), conseguiu por sua enorme influência, ser eleito o 111º Papa, em 6 de outubro de 891.

Porém Após a sua morte  em 4 de abril de 896, por volta de  janeiro de 897, o Papa Estêvão VI, mandou desenterrar que o cadáver de Formoso, que o antecedeu no papado, determinando aos seus subalternos, que o vestissem com os seus paramentos do pontificado, e depois fosse levado para ser submetido a julgamento perante o chamado Sínodo do Cadáver, sob a acusação de ter sido excessivamente ambicioso para conquistar o cargo de Papa, de sorte que todos os seus atos deveriam ser declarados nulos.

Na verdade isso foi uma vingança de Estevão VI, pois tamanho era o seu ódio contra Formoso. Assim o cadáver foi submetido a intenso interrogatório, e quem respondia por ele era um clérigo, que aterrorizado confessava todas as suas aventuras e intrigas, todos os seus supostos crimes previstos no direito canônico.

Por fim, o cadáver foi despido das vestes pontifícias que já estavam grudadas às carnes putrefatas e fétidas, sendo que os dedos da sua mão direita foram amputados, dizendo-os indignos de haverem abençoado o povo. Terminada a horrenda cerimônia que privou o morto da sua dignidade, seu corpo foi entregue à turba ignara que o jogou no rio Tibre.[1]

Eu imagino (risos) que o Papa Estevão VI, decerto que não confiava ou não acreditava no Juízo Final, para que se encarregasse de julgar Formoso, preferindo, por isso, realizar a sua vigança enquanto era vivo.




[1] Igreja: Carisma e Poder/Leonadro Boff. — 3ª Ed. — Rio de Janeiro: Record, 2012. Pag. 401

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

AFINAL, EXISTE A COMUNICAÇÃO COM OS ESPÍRITOS ASSIM COMO OS FENÔMENOS ESPIRITUAIS?












Por Luiz Carlos Nogueira








O ser humano pode interagir com o mundo espiritual? Isso é apenas uma invenção dos espíritas? Há de fato fenômenos espirituais, tais como: a precognição, a vidência, as profetizações, as comunicações pelo sonho, as curas pela imposição das mãos, as curas à distância, a transmutação, a psicografia ou escrita automática, a materialização dos espíritos, a levitação e o transporte de um lugar para outro, o arrebatamento, a telecinesia, a clariaudiência, a xenoglossia, a produção de luminosidade e a transfiguração, etc. etc? Que caminhos podem nos conduzir a essas conclusões? Será a Bíblia Sagrada dos Cristãos (*) a portadora dessas respostas?

Segundo a reportagem contida no vídeo postado no Youtube, mostrando o museu das almas do Vaticano e as entrevistas com sacerdotes que dele participaram —  parece que sim.

        Pois bem, em busca dessas respostas é que me pus a explorar esse livro milenar, que as confirmam, pelos vestígios e evidências que são consideradas verdades da palavra de Deus, não obstante o Concílio de Laodicéia, celebrado no ano 364, ter suprimido 68 dos 72 evangelhos existentes, restando apenas os 4 usados hoje pelos católicos. Assim, sendo a Bíblia, a palavra de Deus para todos os que acreditam nela, poderia ser entendida de outra forma? Nem eu estou inventando o que está escrito.

Comecemos, pois, a análise:

1.) Para os  mais familiarizados com o Evangelho de Jesus, segundo Lucas 9:7-8-9, encontramos a informação de que “o tetrarca Herodes ouvia tudo o que se passava, e estava em dúvida, porque diziam alguns que João ressuscitara dos mortos; e outros que Elias tinha aparecido; e outros que um profeta antigo havia ressuscitado; e disse Herodes: A João mandei eu degolar: quem é pois este de quem ouço dizer tais coisas? E procurava vê-lo.
       
 A questão semântica do verbo ressuscitar deve ser levada em consideração sob a ótica racional, lógica, que não contrarie as leis da química e da física, pois ressuscitar significa fazer voltar da morte à vida. Assim, não é possível haver explicação de que uma pessoa morta há muitos anos passados, possa reviver senão ressurgindo na carne, reencarnando em outro corpo que não aquele desfeito na terra, argumentam os partidários da doutrina  reencarnacionista.

2.) Em Joel (2;28) encontramos as afirmações : “vossos filhos e vossas filhas profetizarão” - Isto é precognição ?
Logo em seguida lemos : “os vossos velhos serão instruídos por meio de sonhos” - Quer dizer comunicação pelo sonho ?
E por fim está escrito : “os vossos mancebos terão visões” - Significa isto vidência ?     

Vamos para os Atos dos Apóstolos (2:17) e lá está repetindo conforme Joel no Velho Testamento, confirmando esses mesmos dons espirituais.

Sigamos o rastro de Mateus (1:20 e 2:12) e veremos a revelação ou comunicação pelo sonho.

3.) Em Atos dos Apóstolos (19:11, 12), constatamos o fenômeno da cura por meio de objetos magnetizados, pois, pela mão de Paulo, até os lenços e aventais que ele aplicava aos enfermos, curava-os e expulsavam deles os espíritos.

4.)  Vamos encontrar em Lucas (14:2,4), Marcos (3:2,5 - 7:32 a 35 - 8:22 a 25) e Mateus (8:2,3 -20:30 a 34), a cura pela imposição e pelo toque das mãos, do homem hidrópico, do que tinha a mão mirrada , do leproso , do surdo e gago de Decápolis , do cego de Betsaida e do cego de Jerico.

5.)  Jesus segundo Mateus (10:8) e Lucas (9:2 e 10:9) estimulava a paranormalidade dos seus apóstolos para curar os enfermos, expulsar os maus espíritos, sem nada cobrar porque receberam de graça os seus dons.       

Essas curas operadas por seus apóstolos, como a do homem coxo à porta do templo, e do que havia nascido coxo, estão registradas em Atos dos Apóstolos (3:1,8 e 14:8,10). É bom que se diga ainda que no Velho Testamento está escrito que Eliseu curou  Naamã de lepra (II Reis, 5:14).

6.) Ainda encontramos referência da cura à distância, segundo Mateus (8:5,13) e ainda segundo João, operada por Jesus no criado paralítico do Centurião de Cafarnaum e no filho de um régulo.

7.) O fenômeno da transmutação é visto em João (4:46), quando Jesus transformou a água em vinho.

8.) A questão da psicografia ou da escrita automática, está referida em II Crônicas (21:12), quando o Rei Jorão recebeu uma comunicação escrita pelo espírito do profeta Elias.

9.) Em Daniel (5:5) temos registro de uma materialização parcial de um espírito quando apareceu a mão de um homem escrevendo na parede do palácio, durante um banquete de mil pessoas, oferecido pelo Rei da Babilônia. Um anjo materializou-se totalmente  aparecendo para Manué e sua mulher, conforme está escrito em Juízes (13:20). Jesus mesmo materializou-se em várias oportunidades para os seus discípulos (24:15,16,29,31).

10.) Encontramos também o fenômeno da levitação e do transporteem Ezequiel (3:14,15) em que o profeta levitou e foi transportado de um lugar para outro, indo ao cativeiro, a Tel-Abibe, junto ao Rio Quebar, ficando ali sete dias pasmado no meio do que lá moravam. Eliseu faz flutuar o ferro de um machado que havia caído n’água do Rio Jordão (II Reis, 6:6) numa clara demonstração da paranormalidade de efeitos físicos. Outro caso de arrebatamento está escrito em Atos dos Apóstolos (8:39) em que Felipe foi transportado a distância. Também é relatado em Mateus (14:25 a 32), em Marcos (6:48 a 51) e em João (6:19 a 20) o episódio de Jesus caminhando sobre as águas do mar, logicamente levitando. Na segunda epístola de Paulo aos Coríntios (12:2) está  escrito : “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu.” “3. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe).” “4. Foi arrebatado ao paraíso: e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.”

11.) Como exemplo dos efeitos físicos de transporte ou telecinesia, achamos escrito em I Reis (19:5,6, na tradução de João Ferreira de Almeida), que o profeta Elias recebeu alimentos e uma botija de água no deserto, colocados à sua cabeceira, por um anjo.

12.) A clariaudiência também é um fenômeno paranormal registrado na Bíblia em Lucas (3:22), quando ouviu-se a voz do mundo invisível no momento do batismo de Jesus. Em João  (12:28) quando Paulo ouve uma voz do além anunciando que Jesus é glorificado.  Paulo também ouve a voz de Jesus na entrada de Damasco : Saulo, Saulo, por que me persegues ? Assim está escrito em Atos dos Apóstolos (9:4).  Em Êxodo (19) há todo um relato de que Moisés ouvia a voz de Deus. Um caso de clauriaudiência coletiva está contida em Números (11:25), em que setenta anciãos ouviram a voz do Senhor, quando o espírito repousou sobre eles que profetizaram naquele momento.

13.) Os fenômenos paranormais da luminosidade e transfiguração, achamo-los em Mateus (17:1,2), em Marcos (9:1:33) e em Lucas (9:28,36) quando os três apóstolos se maravilharam diante dos efeitos luminosos da transfiguração de Jesus. Em Atos dos Apóstolos (2:3) os apóstolos viram as línguas de fogo descendo sobre a cabeça de cada um deles. No Livro de Neemias (9:12,19)  fala-se na nuvem e na coluna de fogo. O resplendor da luz é vista por Paulo antes da sua conversão, conforme Atos dos Apóstolos (9.3). Está em Êxodo (34:29,30) que a pele do rosto de Moisés resplandecia após sua descida do monte Sinai.

14.) O fenômeno psicofisiológico do transe, está em Daniel (8:18) em ele ouvindo a voz de um homem, caiu com o rosto na terra adormecido em transe hipnótico. Paulo caiu em transe no caminho de Damasco (9:3,4,8). Abrãao caiu em profundo sono, como achamos em Gênesis (15:12).

15.) O Exorcismo e a possessão espiritual está presente em Lucas (8:29), Marcos (5:8) e Mateus (8:28 e  9:34), quando Jesus na terra dos gadarenos, de fronte da Galiléia, expulsou um espírito que possuia a um homem.

16.) A paranormalidade da adivinhação e predição do futuro, está também relatada na Bíblia II Reis, (6:12), em que Eliseu  adivinhou os conselhos do rei da Síria e quando predisse a abundância de víveres (7).  Há evidência também de que José adivinhava usando um copo, pois assim está em Gênesis (44.5). Daniel era tido como o príncipe dos magos (Daniel 4:8,9) porque nenhum segredo lhe podia ser ocultado.

 17.) A explusão de espíritos pela música tem referência em I Samuel (16:23), em que David tocava sua harpa, para que o espírito mau se afastasse do rei Saul.

                             
               
 Nota: Bíblia pesquisada: tradução de João Ferreira de Almeida (*).


Museu das Almas - Vaticano – Vídeo do Youtube