quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O QUE É A VIDA?










Luiz Carlos Nogueira











Hoje cedo um amigo ligou perguntando-me se eu dispunha de algum texto falando sobre o que é a vida, porque ele teria que apresentar um trabalho para um grupo interessado, mas cujo tempo de exposição estaria limitado em torno de uns 20 minutos.

Pois bem, tentei rebuscar nos arquivos da minha já desinteirada memória, algo que pudesse lhe socorrer nessa incumbência. Nada, porém, me aflorou à mente, que não fossem extensos e complexos ensaios ou obras de demoradas exposições, tal como “O Fenômeno Humano”, escrito pelo jesuíta francês Pierre Teilhad de Chardin (1881-1955), um dos grandes gênios do século XX, que era geólogo, paleontólogo e pensador autor de inumeráveis escritos sobre a condição humana e, portanto, o que obrigou-o a abordar a questão sobre o surgimento da vida em nosso planeta. Para lê-lo é necessário muito tempo e disposição, tempo, aliás, que Aurélio Augustinus (Agostinho de Hipona, Bispo de Hipona) o Santo Agostinho assim considerado pelas Igrejas Católica Romana e Anglicana, e também importante teólogo e doutor dessas Igrejas, em seu livro “Confissões” escreveu: “Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei.[...]”
                  
As teorias mais aceitas é que o planeta Terra teria tido início da sua formação há aproximadamente 4.567 milhões de anos, através de várias nuvens de gás e poeira cósmica em alta rotação, que teria dado origem ao nosso Sistema Solar. Assim a vida teria começado na terra há pouco mais de 3600 milhões de anos, no período Arqueano, pois como foram encontrados vestígios de vida nesse período, sua formação, forçosamente deve ter sido, necessariamente, anterior.

Mas aí eu penso que há dois tempos na existência. Um tempo é o de Deus, que na verdade não deve existir — porque Deus É, e para os que acreditam Nele, a melhor explicação que me parece espiritualmente lógica é como está escrito na Bíblia: “Vivemos, nos movemos e temos o nosso ser em Deus” (ver Atos dos Apóstolos 17:28:,  "Porque nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos;...").

Assim, o outro tempo que existe é o para nós seres humanos, que vemos a criação de Deus se completando e evoluindo a todo instante, embora tudo já estivesse pronto e acabado no tempo de Deus. Não parece uma loucura? Dá para entender isso? Só nós temos a necessidade de medir o tempo e o espaço para as nossas realizações no plano material.

Para Chardin, do anorgânico surge o orgânico e vivo, o que significa em outras palavras, que o anorgânico não se encontra em um estágio de inconsciência total, mas possui um certo grau de consciência. Assim ele explica em O fenômeno humano, que a Terra, há muito tempo atrás, era bastante fria e provavelmente envolvida numa camada aquosa donde apenas emergiam os primeiros rebentos dos futuros continentes, teria parecido deserta e inanimada a um observador munido de nossos mais modernos instrumentos de investigação. No entanto, naquele momento, formas de vida infinitamente simples e elementares começaram a surgir, possibilitando o nascimento de uma “nova ordem”: a Biosfera. É nela que se chegou depois de longo processo evolutivo: à gênese da vida.


Como se pode ver, não há como resumir essa questão. Só um estudo muito aprofundado poderá dos dar algumas respostas à luz da ciência, embora calcadas na espiritualidade. Para mim, se há milagres, um e o maior deles é o surgimento da vida e o outro — é a inteligência e a razão que Deus dotou ao ser humano. E a vida — eu considero um absurdo maravilhoso, que o Homem não desvendou, mas apenas pode supor o por que dela, construindo mitos, religiões e filosofias, nada conclusivas.

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