UM
CONTO MUITO POSSÍVEL DE ACONTECER NA REALIDADE — ME ENSINE A SER UM MESTRE
MAÇOM.
Luiz
Carlos Nogueira
Certa
vez um homem deslumbrado, pediu para seu amigo e compadre, que era maçom, para
ser iniciado numa Loja Maçônica. O peticionário era um sujeito bom, correto e
de boa conduta, mas não tinha muita instrução; e por conta disso não era dado a
adquirir conhecimentos através da literatura.
O
amigo, por óbvio perguntou-lhe: por que você quer ingressar na Maçonaria? O que
nela lhe atrai?
Em
resposta o bom homem disse: é que eu acho bacana identificar-se como maçom;
todos ficam admirados e intrigados. Quem assim o faz, parece-se muito
importante e admirado.
Isso obrigou o amigo a dizer-lhe: Não
posso indicar-lhe para ingressar na Maçonaria,
porque ela é muito complexa para um homem como você, que embora seja um bom
homem, de boas virtudes, não teria como chegar a ser um Mestre Maçom. Você
necessita de mais tempo para se ilustrar e entender o que está me pedindo.
A Maçonaria
sempre foi alvo de muita desconfiança, de muito ataques por conta da ignorância
das pessoas. Você teria primeiro que se tornar apto para entender esses
inconvenientes, de forma a poder explicar algumas das finalidades dessa
organização mundialmente conhecida, suas bases filosóficas, sociais e
espirituais. Até mesmo para absorver seus ensinamentos para o seu próprio bem e
de outrem.
Redarguindo,
o “autoproposto” (vamos chama-lo assim), disse: mas você me conhece há bastante
tempo e sabe que sou inteligente e você pode me ensinar a ser maçom e até
chegar a ser um mestre.
Sem
conseguir pronunciar uma negativa que demovesse o “autoproposto” do seu
intento, o maçom disse: está bem, vou ver o que posso fazer, mas antes preste
muita atenção no que vou lhe perguntar, para que você mesmo sinta se realmente
tem aptidão intelectual para compreender e responder-me acertadamente.
Pois bem,
suponhamos que o Papai-Noel exista e, por estar muito velhinho, contratou um
ajudante para distribuir os presentes no Natal. Por conseguinte ambos entraram
pela chaminé da primeira casa e, quando já estavam na sala, junto à Árvore de
Natal, o Papai-Noel estava com o rosto limpo e o ajudante com o rosto sujo.
Quem foi lavar o rosto primeiro?
O “ autoproposto”
demorou um pouco pensando e disse: ora, foi o ajudante que estava de rosto
sujo.
Sorrindo o
Maçom disse: está vendo amigo como você não foi capaz de compreender a
realidade? Assim, para estudar e compreender a Maçonaria requer vontade,
persistência, discernimento, inteligência e perspicácia.
Então perguntou-lhe
o “autoproposto”: Mas como assim amigo?
Como o
Papai-Noel estava de rosto limpo e olhou para o ajudante de rosto sujo, pensou
que seu próprio rosto também estava sujo, assim foi logo se lavar. Porém, o seu
ajudante que estava de rosto sujo, vendo que o Papai-Noel estava com o rosto
limpo, logo supôs que ele também estava de rosto limpo e não foi se lavar.
Além do
mais, não poderia duas pessoas que tivessem passado por uma chaminé, terem
saído, uma limpa e outra suja. Os dois teriam que ter se sujado.
Destarte o “autoproposto”
se convenceu com a explicação e agradeceu ao maçom seu compadre, dizendo que
agora compreendia que ainda não estava preparado para ingressar na Ordem
Maçônica.
(Conto inspirado
no livro Lendas Judaicas, de Ilan Brenman, Ed. Salesiana, 2009)
Gostei, texto simples ma tem conteúdo. Ab. Luiz Carlo.
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