terça-feira, 31 de outubro de 2017

UM CONTO MUITO POSSÍVEL DE ACONTECER NA REALIDADE — ME ENSINE A SER UM MESTRE MAÇOM.





Luiz Carlos Nogueira










Certa vez um homem deslumbrado, pediu para seu amigo e compadre, que era maçom, para ser iniciado numa Loja Maçônica. O peticionário era um sujeito bom, correto e de boa conduta, mas não tinha muita instrução; e por conta disso não era dado a adquirir conhecimentos através da literatura.

O amigo, por óbvio perguntou-lhe: por que você quer ingressar na Maçonaria? O que nela lhe atrai?

Em resposta o bom homem disse: é que eu acho bacana identificar-se como maçom; todos ficam admirados e intrigados. Quem assim o faz, parece-se muito importante e admirado.

Isso obrigou o amigo a dizer-lhe: Não posso indicar-lhe para ingressar na Maçonaria, porque ela é muito complexa para um homem como você, que embora seja um bom homem, de boas virtudes, não teria como chegar a ser um Mestre Maçom. Você necessita de mais tempo para se ilustrar e entender o que está me pedindo.

A Maçonaria sempre foi alvo de muita desconfiança, de muito ataques por conta da ignorância das pessoas. Você teria primeiro que se tornar apto para entender esses inconvenientes, de forma a poder explicar algumas das finalidades dessa organização mundialmente conhecida, suas bases filosóficas, sociais e espirituais. Até mesmo para absorver seus ensinamentos para o seu próprio bem e de outrem.

Redarguindo, o “autoproposto” (vamos chama-lo assim), disse: mas você me conhece há bastante tempo e sabe que sou inteligente e você pode me ensinar a ser maçom e até chegar a ser um mestre.

Sem conseguir pronunciar uma negativa que demovesse o “autoproposto” do seu intento, o maçom disse: está bem, vou ver o que posso fazer, mas antes preste muita atenção no que vou lhe perguntar, para que você mesmo sinta se realmente tem aptidão intelectual para compreender e responder-me acertadamente.

Pois bem, suponhamos que o Papai-Noel exista e, por estar muito velhinho, contratou um ajudante para distribuir os presentes no Natal. Por conseguinte ambos entraram pela chaminé da primeira casa e, quando já estavam na sala, junto à Árvore de Natal, o Papai-Noel estava com o rosto limpo e o ajudante com o rosto sujo. Quem foi lavar o rosto primeiro?

O “ autoproposto” demorou um pouco pensando e disse: ora, foi o ajudante que estava de rosto sujo.

Sorrindo o Maçom disse: está vendo amigo como você não foi capaz de compreender a realidade? Assim, para estudar e compreender a Maçonaria requer vontade, persistência, discernimento, inteligência e perspicácia.

Então perguntou-lhe o “autoproposto”: Mas como assim amigo?

Como o Papai-Noel estava de rosto limpo e olhou para o ajudante de rosto sujo, pensou que seu próprio rosto também estava sujo, assim foi logo se lavar. Porém, o seu ajudante que estava de rosto sujo, vendo que o Papai-Noel estava com o rosto limpo, logo supôs que ele também estava de rosto limpo e não foi se lavar.

Além do mais, não poderia duas pessoas que tivessem passado por uma chaminé, terem saído, uma limpa e outra suja. Os dois teriam que ter se sujado.

Destarte o “autoproposto” se convenceu com a explicação e agradeceu ao maçom seu compadre, dizendo que agora compreendia que ainda não estava preparado para ingressar na Ordem Maçônica.



(Conto inspirado no livro Lendas Judaicas, de Ilan Brenman, Ed. Salesiana, 2009)

Um comentário: