Luiz Carlos Nogueira
Essa expressão “cozer a pedra”
(cozinhar a pedra), encontrada nas obras nas quais se expõe o trabalho dos
antigos alquimistas, também chamado de a “Arte Régia” ou também “A Grande Obra”,
é o que na verdade se entende hoje,
ou seja, como sendo o trabalho no laboratório dos alquimistas — uma metáfora
para um trabalho espiritual, isto é, que consiste em trabalhar a pedra
filosofal, como se fosse a transformação de um metal inferior — em ouro,
significando com isso, a transformação de si mesmo, de um estado inferior para
um estado espiritual superior.
Assim é que, dizem os iniciados nas ciências ocultas, que foi
através das Ciências Herméticas ensinada nos centros iniciáticos do Antigo
Egito, que esses conhecimentos chegaram até nós de forma oculta, se é assim que
se pode dizer sobre uma forma velada desses ensinos. Esses estudiosos das
Ciências Ocultas e Alquímicas, se conduziam com um fervor e uma animação pura,
com vistas a dominarem as leis da natureza e se unirem aos planos superiores da
existência.
Dessa forma lograram por descobrir a Pedra Filosofal, ou
seja, simbolicamente o ponto mais alto do “Templo do Homem”. Em outras
palavras, essa pedra é para eles, o ponto de ligação entre o espiritual e o
material — entre o que é celeste e o que é terreno. O Homem, portanto, é o
Templo Vivo onde habita o espírito. É no seu interior que a Pedra Bruta se
transforma na Pedra Filosofal, que é a principal meta da realização interior
para dessa forma se re-unir (recuperar) à Unidade Divina de onde saiu, ou da
qual se afastou.
Dizem, portanto, esses iniciados alquimistas, que para esse
atingimento, são necessárias três etapas a serem cumpridas pelo ser humano,
quais sejam: submissão às Leis Divinas; cumprimento dessas mesmas Leis; e
finalmente, o domínio das Leis Divinas. Portanto, são essas as “três cocções”
necessárias para se “cozer a Pedra” — ou seja, os três passos que podem levar o
ser humano da imperfeição para a Perfeição. A essa realização é que se dá o
nome de Casamento Alquímico, significando quando o Germe Divino que está
semeado em nós, harmoniza o ritmo da nossa alma individual, com o ritmo da Alma
do Mundo, cumprindo afinal a Grande Obra.
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