terça-feira, 9 de dezembro de 2014

AS ESTÂNCIAS DE DZYAN

CURIOSIDADE ESCOLHIDA PELO ADMINISTRADOR DESTE BLOG.





Helena Petrovna Fadeef von Blavatsky



(*) Jacques Bergier












É difícil saber quem foi o primeiro a fazer alusão a um livro trazido aos indianos e, proveniente do planeta Vênus. Parece ter sido o astrônomo francês Bailly, no fim do século XVIII, mas é possível que haja referências anteriores.

O francês Louis Jacolliot, no século XIX, parece ter sido o primeiro a batizar esse livro de As Estâncias de Dzyan. Desde meados do século XIX, pode notar-se uma série de acidentes acontecidos a pessoas que pretenderam possuir essas estâncias. Mas foi com a ascensão e queda de Madame Blavatsky que a história das Estâncias de Dzyan apareceram em toda sua extensão.

O melhor livro, em francês, sobre o assunto, foi escrito por Jacques Lantier: “A Teosofia” (CAL). Falarei de Madame Blavatsky somente o que me parece necessário para compreender a história fantástica das Estâncias de Dzyan.

Helena Petrovna Blavatsky nasceu na Rússia em 30 de julho de 1831, sob o signo de múltiplas calamidades. Desde o seu batismo, a coisa teve início: a casula do sacerdote pegou fogo e ele ficou gravemente queimado, e muitas pessoas que assistiam feriram-se, tomadas de pânico. Após esse brilhante começo, desde a idade de cinco anos, Helena Petrovna Blavatsky espalhava o terror em torno de si, hipnotizando seus companheiros de brinquedo: um deles se lançou no rio, afogando-se.

Com a idade de 15 anos começou a desenvolver os dons da clarividência, inteiramente imprevistos, e passou a descobrir criminosos que a polícia era incapaz de desmascarar.

A loucura começou a espalhar-se e queria-se colocar a jovem na prisão até que fornecesse de suas atividades e de seus dons explicações racionais. Felizmente, a família interveio: casaram-na, pensando que se acalmasse, mas ela escapou e embarcou em Odessa para Constantinopla. De lá, chegou ao Egito.

Uma vez mais, voltamos às mesmas pistas do primeiro capítulo: o Livro de Toth, as obras que escaparam do desastre de Alexandria. Fosse como fosse, no Cairo, Madame Blavatsky viveu com um mágico, de origem copta, grande letrado muçulmano. Este lhe revelou a existência de um livro maldito, muito perigoso, mas que ele lhe ensina a consultar por clarividência. O original, segundo o mágico, está num mosteiro do Tibet.

O livro chama-se “As Estâncias de Dzyan”.

Segundo o mágico copta, o livro revelaria segredos provenientes de outros planetas e referentes a uma história de centenas de milhões de anos.

Como disse H. P. Lovecraft:
“Os teólogos anunciam coisas que gelariam o sangue de terror se eles não as anunciassem com um otimismo tão desarmante quanto beato.”

Desejou-se procurar a origem dessas estâncias. Meu amigo Jacques Van Herp crê ter encontrado uma num obscuro artigo do “Asiatic Review”, que Madame Blavatsky, provavelmente, não teve nunca ocasião de consultar.

Pode-se dizer, ao menos, que Madame Blavatsky, cuja imaginação era sempre muito viva, deixa-se levar por relatos fantásticos que correspondem a uma tradição muito antiga. Se levarmos a hipótese ao máximo, podemos imaginar qualquer coisa. Casos de clarividência excepcional existem. Outro bom exemplo disso é o de Edgar Cayce. Que Madame Blavatsky tenha lido, realmente pela clarividência, uma obra extraordinária, não é, talvez, de todo impossível.

Mais tarde ela pretenderá possuir, sob a forma de um livro, essas Estâncias de Dzyan. Deixando o Cairo, rumou a Paris, onde viveu dos subsídios do pai. Depois em Londres, depois na América, onde tomou contato com os Mórmons e estudou o Vodu.

Depois disso, tornou-se assaltante no faroeste – não exagero, é histórico. Voltou depois a Londres onde pretendeu encontrar um certo Kout Houmi Lal Sing. A propósito desse personagem, quatro hipóteses foram emitidas.

1º - Só existiu na imaginação de Madame Blavatsky.

2º - Jamais existiu, mas era a projeção de forças mentais provenientes de adeptos que viviam na Ásia.

3º - Era um hindu, agente de uma sociedade secreta que manipulava Madame Blavatsky para fazê-la instrumento da independência da Índia. Tal tese parece ser preferida por Jacques Lantier, que é policial de profissão.

4º - Esse personagem era agente do Serviço de Inteligência.

Essa quarta tese se encontra na literatura soviética, onde Madame Blavatsky é considerada, com todo seu trabalho, como um instrumento do imperialismo inglês.

É interessante notar que um século depois desses acontecimentos, depois de milhares de artigos e centenas de livros, nada se tenha conseguido saber sobre esse personagem designado pelas iniciais K.H. Estamos no terreno das conjecturas, mas não é excluso afirmar que as quatro hipóteses propostas sejam todas falsas.

Seja como for, K. H. manteve correspondência com Madame Blavatsky. Uma parte dessas cartas foi publicada. Entre outras coisas, falava do perigo das armas construídas com energia atômica, e da necessidade, consequentemente, de guardar certos segredos. Isto há cem anos! Encontra-se um eco dessas cartas no romance de ficção científica de Louis Jacolliot, “Os devoradores de fogo”, onde se assiste já à conversão total da matéria em energia.

Tais cartas contém muitas outras coisas. À medida que as recebia, Madame Blavatsky, mulher inculta cuja biblioteca era composta unicamente de romances baratos comprados em estações de trem, tornava-se, bruscamente, a pessoa melhor informada do século XIX, no que concerne às ciências. É suficiente ler livros como “A Doutrina Secreta”, “Ísis Desvendada”, “O Simbolismo das Religiões”, livros estes que ela assinou, para constatar uma imensa cultura que ia da linguística (ela foi a primeira a estudar a semântica do sânscrito arcaico) até a física nuclear, passando por todos os conhecimentos de sua época, da nossa, e por algumas ciências ainda não inventadas.

Pode-se alegar que seu secretário, George Robert Stow Mead, era um homem de grande cultura. Mas Mead só encontrou Madame Blavatsky em 1889 e não ficou com ela senão os três últimos anos de sua vida. De mais a mais, se esse antigo aluno de Cambridge conhecia muito bem os problemas relativos ao gnosticismo, não tinha essa cultura universal, tão avançada para a época, que se manifestava na obra de Madame Blavatsky.

Esta pretendeu sempre que suas informações provinham das Estâncias de Dzyan, que ela consultara à distância, primeiramente, e que depois recebera dos indianos um exemplar. Não se sabe onde ela teria aprendido o sânscrito: isto faz parte do mistério.

Em 1852, Madame Blavatsky voltou à Índia, rumou depois para New York e viveu novamente dois anos no faroeste. Em 1855, novamente em Calcutá, depois tentou penetrar no Tibet: impediram-na com energia. Começou então a receber advertências: se ela não restituísse o exemplar das Estâncias de Dzyan, uma infelicidade se abateria sobre ela. Com efeito, em 1860 ela caiu doente. Durante três anos perambulou pela Europa como se estivesse sendo perseguida.

Em 1870 voltou ao Oriente, a bordo de um navio que atravessou o Canal de Suez, que acabava de ser aberto. O navio explodiu. Diz-se que transportava pólvora para canhão, mas isto não está provado. A maior parte dos viajantes foi reduzida, em todo caso, à poeira tão fina que nem se achou mais vestígio de seus cadáveres. A descrição da explosão lembra antes a de uma bomba atômica, que outra coisa. Madame Blavatsky escapou miraculosamente.

Tentou depois, em Londres, dar uma entrevista coletiva à imprensa. Um louco(?) atingiu-a com tiros. Declarou, em seguida, que fora teleguiado, precedendo, assim, Lee Harvey Oswald, Shirhan Shirhan e Charles Manson.

Madame Blavatsky escapou, mas ficou terrivelmente assustada. Organizou outra entrevista coletiva para apresentar as Estâncias de Dzyan, pensando, assim, suprimir a ameaça. Mas o manuscrito desapareceu. Desapareceu de um cofre-forte, moderno para a época, que se encontrava num grande hotel.

Madame Blavatsky é então persuadida que luta contra uma sociedade secreta extremamente poderosa. O episódio principal dessa luta deveria desencadear-se alguns anos mais tarde, quando Madame Blavatsky encontrou, na América, Henry Steel Olcott, homem de negócios, que se dizia coronel, como muitos de sua época, notadamente Búffalo Bill.

Olcott se apaixonou pela estranha. Madame Blavatsky lhe pareceu fascinante. Fundou, então, com ela, um “clube de milagres”. Depois disso, uma sociedade que quis batizar como Sociedade Egiptológica. Depois de muitas advertências, o nome foi mudado para “Sociedade Teosófica”. Estamos a 8 de setembro de 1875. Os sinais e prodígios logo se manifestaram. A sociedade quer incinerar os restos mortais do Barão de Palm, improvável aventureiro, membro dessa sociedade. A cremação é novidade, principalmente na América. É preciso uma autorização especial para a Sociedade Teosófica construir um forno crematório. Quando lá foi posto o cadáver do Barão de Palm, seu braço direito levantou-se para o céu, em sinal de protesto. Ao mesmo tempo, no mesmo instante, um incêndio gigantesco apareceu no Brooklyn: um grande teatro queimou e duzentos nova-iorquinos morreram. A cidade inteira tremeu.

Ao cabo de algum tempo, decidiu-se que o Coronel Olcott e Madame Blavatsky partiriam para a Ásia, a fim de entrar em contato com os grandes mestres da Loja Branca. A missão era encarada tão seriamente pelo governo dos Estados Unidos que, quando da partida, em 1878, o Presidente Rutherford Hayes designou Madame Blavatsky e o Coronel Olcott como seus enviados especiais, deu-lhes ordens da missão assinadas e passaportes diplomáticos. Tais documentos evitariam que, mais tarde, eles fossem mantidos presos na Índia, pelos ingleses, como espiões russos; só faltava a espionagem nessa história, aí está.

Em 16 de fevereiro de 1879, a expedição chegou à Índia. Foi recebida pelo Pandit Schiamji Krishnavarma e outros iniciados. Aspecto menos agradável da recepção: todos os documentos e dinheiro dos viajantes foram roubados na chegada. A polícia inglesa reencontrou o dinheiro, mas jamais os documentos.

É o começo de uma guerra sem quartel que terminará catastroficamente. As prisões e interrogatórios policiais se sucederam. O Coronel Olcott protestou, exibindo a carta do presidente dos Estados Unidos e escreveu: “O governo da Índia recebeu falsas informações a nosso respeito, baseadas na ignorância e na malícia, e estamos colocados sob uma vigilância tão inábil que o país inteiro a percebe, e que faz crer aos indianos que o fato de ser nossos amigos, lhes atrairá a malquerença de funcionários superiores, e poderia prejudicar seus interesses pessoais. As intenções louváveis e generosas da sociedade encontram-se, assim, entravadas seriamente, e estamos sendo vítimas de indignidades absolutamente imerecidas pela decisão do governo, enganado por falsos rumores.”

Após isso, a perseguição policial diminuiu, mas as ameaças se multiplicaram: se Madame Blavatsky se obstinasse em falar do livro de Dzyan, deveria esperar pelo pior. Ela se obstinou.

Tinha agora em seu poder as Estâncias de Dzyan, que nem mesmo estavam redigidas em sânscrito, mas numa língua chamada Senzar, da qual ninguém ouvira falar, nem antes nem depois dela. Madame Blavatsky mesma traduziu o texto para o inglês: essa tradução apareceu em 1915 na “Hermetic Publishing Company”, de San Diego, Estados Unidos, com um prefácio do Dr. A. S. Raleigh. Pude consulta-la em 1947 na biblioteca do Congresso de Washington. É muito curiosa e mereceria ser estudada.

A réplica dos Desconhecidos é terrível e admiravelmente organizada. Tiraram de Madame Blavatsky aquilo que lhe era mais caro: suas pretensões ao ocultismo. A sociedade de pesquisas psíquicas inglesa publicou um relatório absolutamente acabrunhador, redigido pelo Dr. Hodgson: Madame Blavatsky não passaria de um prestidigitador banal; toda sua história seria uma farsa. Ela nunca se recuperou desse ataque. Viveu até 1891, completamente abatida psiquicamente, num estado de depressão mental lamentável.

Declarou publicamente que lamenta ter falado das Estâncias de Dzyan; é muito tarde. Investigadores indianos, como E. S. Dutt, criticarão e demolirão a matéria de Hodgson, mas não há mais tempo para salvar Madame Blavatsky.

Provou-se, após sua morte, que uma verdadeira conspiração fora organizada ao mesmo tempo pelo governo inglês, pelos serviços de polícia do vice-rei da Índia, pelos missionários protestantes na Índia, e por outros personagens que não se pôde identificar, e que seriam, provavelmente, os mais importantes participantes desse complô. No plano da guerra psicológica, a operação montada contra Madame Blavatsky é uma obra-prima.

Tal conspiração prova, por outro lado, que existem certas organizações contra as quais a própria proteção de um presidente dos Estados Unidos é inócua. O resultado foi visto. No plano político, Madame Blavatsky teve uma vitória total: Mohandas Karamchand Gandhi reconheceu que devia a Madame Blavatsky ter encontrado seu caminho, a consciência nacional, e que graças a ela ele libertara, finalmente, a Índia. Foi um discípulo de Madame Blavatsky que lhe forneceu a droga Soma que lhe permitiu ultrapassar os momentos mais difíceis. E é, provavelmente, devido a esses contatos, que Gandhi foi assassinado em 30 de janeiro de 1948 por um fanático estranhamente teleguiado e estranhamente precursor, uma vez mais.

Mas as ideias de Madame Blavatsky triunfavam. É certo que a Sociedade Teosófica desempenhou importante papel, se não decisivo, na libertação da Índia. É certo também que o Serviço de Inteligência e outros instrumentos do imperialismo inglês tomaram parte na conspiração contra Madame Blavatsky e contra o livro de Dzyan.

A impressão que se depreende, portanto, é que uma organização mais poderosa que o próprio Serviço de Inteligência, e não política, procurou impedir Madame Blavatsky de falar.

Objetar-me-ão que tal organização não impediu a publicação do texto em 1915, mas o que prova que a publicação tenha a menor relação com o original? Afinal, não conheço nada sobre a sociedade hermética de San Diego...

Em todo caso, Madame Blavatsky começou a morrer depois do desastre. Nós a reencontraremos, numa última imagem, na rua Notre-Dame-des-Champs, em Paris. Aí terminou sua vida, para ir morrer depois em Londres, em 1891.

Olhemos através dos olhos de um de seus inimigos, o russo V. S. Solovyoff, que descreveu seus encontros com ela no “Mensageiro da Rússia”, uma revista da época. Parece que ele aborreceu-se principalmente com as críticas mudas que ela constantemente parecia dirigir-lhe. Apesar de abatida, Madame Blavatsky foi ainda objeto de fenômenos bizarros. Eis o que aconteceu ao cético Solovyoff no Hotel Vitória, em Elverfeld (Alemanha), quando acompanhava Madame Blavatsky e alguns discípulos em viagem:
“De repente, acordei. Fui despertado por um hálito quente. Ao meu lado, na obscuridade, uma figura humana de talhe alto, vestida de branco se erguia. Ouvi uma voz, não saberia dizer em que língua, ordenando-me para acender a vela. Uma vez a vela acesa, vi que eram duas horas da manhã e que um homem vivo se encontrava ao meu lado. Esse homem parecia exatamente o retrato do mahatma Morya que eu já vira. Falou-me numa língua estranha, mas, no entanto, eu o compreendia. Disse-me que eu tinha grandes poderes pessoais e que meu dever era empregá-los. Depois desapareceu. Reapareceu logo, sorrindo, e na mesma língua desconhecida, mas inteligível, disse: “Esteja certo, não sou uma alucinação e você não está a ponto de perder a razão.” Depois desapareceu novamente. Eram, então, 3 horas. A porta continuava fechada à chave.”

Se é esse o gênero de fenômeno que acontecia aos céticos, não é nada espantoso que Madame Blavatsky tivesse conhecido experiências mais extraordinárias. Parece, em todo caso, que ela empregou uma espécie de clarividência para escrever. Um crítico inglês, William Emmett Coleman, conta que na obra Ísis Desvendada, Madame Blavatsky cita perto de 1.400 livros que ela não possuía. As citações são corretas.

Acusam-me de ter procedido da mesma maneira oculta para escrever o “Despertar dos Mágicos”, mas nenhuma citação desse livro, e nem dos meus livros seguintes, nem do presente livro, foram feitas de memória. Porque eu não pude encontrar as fotocópias que tirei, em 1947, das Estâncias de Dzyan, publicadas na edição de 1915, é que não as cito de memória.

Madame Blavatsky, em todo caso, não ameaçará mais ninguém de publicar as Estâncias de Dzyan. O leitor poderia perguntar-me de onde me vem a ideia de que as obras pertencentes às civilizações muito antigas, obras, talvez, de origem interplanetária, se encontram na Índia. Tal ideia não é nova: foi introduzida no Ocidente por um personagem tão fantástico quanto Madame Blavatsky: Apolônio de Tiana. Apolônio de Tiana foi estudado notadamente por George Robert Stow Mead (1863-1933), que por acaso foi o último secretário de Madame Blavatsky nos três últimos anos de sua vida.

Apolônio de Tiana parece ter realmente existido. Uma biografia dele foi escrita por Flavius Philstratus (175-245 d.C.). Apolônio de Tiana impressionou tanto seus contemporâneos e a posteridade que, hoje ainda, investigadores sérios afirmam que Jesus Cristo jamais existiu, mas que seus ensinamentos provém, na realidade, de Apolônio de Tiana. É uma tese que não existe somente entre os racionalistas. Atribui-se a Apolônio de Tiana poderes sobrenaturais que ele próprio negou com grande energia.

Parece, entretanto, ter visto, pela clarividência, o assassinato do imperador romano Domiciano, em 18 de setembro do ano 96 d.C. Certamente, viajou à Índia.Morreu em idade avançada, depois dos cem anos, provavelmente em Creta. Deixemos de lado as lendas que o envolvem e notadamente aquela que diz que Apolônio de Tiana ainda vive entre nós. Deixemos, igualmente, de lado, as relações de seus ensinamentos e o cristianismo. Mencionemos simplesmente, de passagem, que Voltaire o colocou acima de Jesus Cristo, mas isto foi, sem dúvida, para atacar os cristãos.

O certo é que Apolônio de Tiana afirmou existir em seu tempo, no século I depois de Cristo, na Índia, extraordinários livros antigos contendo o saber vindo de eras desaparecidas, de um passado muito recuado. Apolônio de Tiana parece ter tido acesso a alguns desses livros, em particular é a ele que devemos, na literatura hermética, passagens inteiras dos “Upanishads” e do “Bhagavad Gita”.

Foi ele, antes de Bailly e Jacolliot, quem lançou essa ideia que não cessa de circular. Seu discípulo Damis fez anotações sobre esses livros, mas como por encanto as notas de Damis desapareceram. O prefaciador da obra de Mead, Leslie Shepard, escreveu em julho de 1965, recentemente, portanto, não estar fora de cogitação que as notas de Damis aparecerão um dia. Seria muito interessante e, antes de tudo, a história dos manuscritos do Mar Morto prova que as reaparições mais curiosas são ainda possíveis.

Damis fala, no que nos resta de suas notas, de reuniões secretas das quais era excluído, entre Apolônio e sábios hindus. Descreveu, também, fenômenos de levitação e de produção direta de chamas por um efeito da vontade, sem auxílio de instrumentos. Assistiu fenômenos desse gênero, produzidos pelos sábios indianos. Estes parecem ter acolhido Apolônio como seu igual e tê-lo ensinado o que jamais teriam ensinado a qualquer ocidental.

Apolônio de Tiana parece ter visto as Estâncias de Dzyan. Teria trazido um exemplar ao Ocidente. Quem o saberá?

(*) Bergier, Jacques (Co-autor de “O Despertar dos Mágicos”). Os Livros Malditos. Tradução de Rachel de Andrade – Hemus-Livraria Editora Ltda, SP, 1980. (Fonte de onde este texto foi extraído)




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