“Simbolicamente, o Prumo possibilita verificar a correta fundamentação
do crescimento intelectual, trazendo o conhecimento necessário para
possibilitar a aplicação precisa da força através da razão, denotando a
profundidade exigida para nossas observações e estudos, de forma a garantir a
estabilidade da obra.” (“O
Nível, Prumo e o Ser Consciente”. Divaldo
Pereira Franco)
Luiz Carlos Nogueira
Das 5 visões simbólicas de
Amós, conforme estão relatadas no Antigo Testamento, duas
se destacam, por tratarem-se das suas observações
acerca da destruição do Reino de Israel Setentrional, porque a nação sofria
com a praga dos gafanhotos, focos de incêndios, a seca e fim do verão, etc,
etc. (7:1-3; 7:4-6; 7:7-9; 8:1-3 e 9:1-4).
Todas essas dificuldades provocadas pela Natureza, entendidas como
sinais que o profeta percebia no decorrer do tempo, que afetavam sobremaneira a
vida das pessoas, fê-lo abandonar sua casa e seu trabalho, para iniciar uma
pregação sobre a possibilidade de tudo isso ser um castigo que provocaria finalmente
a ruína do país.
Mas para melhor entendermos o que estava acontecendo, vamos resumir as outras visões, exceto
as duas mais significativas, as quais serão destacadas por último:
Por exemplo:
1-Em Amós 7:1-3, ele conta que via costumeiramente a praga de
gafanhotos destruindo as plantações dos agricultores. Ora, e isso ocorria
sempre que o feno já havia sido cortado e destinado grande parte do que era
produzido, ao pagamento do tributo ao rei. Isso afetava grandemente a vida dos
agricultores, sobrevindo-lhes a fome. Por causa disso, Amós compadecido da
situação deles, intercedeu junto ao Senhor sob o argumento de que esses trabalhadores eram demasiado frágeis para
sofrer com a fome, sendo que assim o castigo foi revogado.
2-Em 7:4-6, Amós vê um grande incêndio, terrivelmente forte, que além de ter
acabado com os campos e as plantações, também acabou com as fontes subterrâneas
de água. Amós voltou a interceder junto ao Senhor e este suspendeu o castigo, porque dessa vez a ameaça é de grande
seca, que provocaria demasiado sofrimento aqueles trabalhadores da agricultura.
Essas visões mostram a realidade dos pequenos agricultores da época de Amós,
que sofriam as agruras impostas pela Natureza e ainda pela exploração por parte
do governo;
3-Amós, conforme está escrito em 8:1-3, viu um cesto de frutas de verão,
sendo que o Senhor lhe disse que isto
significava o fim de Israel. Porém, desta vez Amós não pedia nada ao Senhor. Porque esta visão era consonante com a visão de 7:7-9, pois ambas
destacavam a gravidade da situação e para a proximidade do fim do Reino de
Israel Setentrional, pois estas duas visões já não trazem as consequência da
zona rural, porém, trazem as cenas urbanas e, sofrem com os castigos — a
cidade, os santuários e o palácio. Em favor desses Amós não intercedeu,
porquanto era uma realidade corrupta que não tinha conserto.
Finalmente as visões de Amós que merecem destaque, vamos observar que:
4-Em 7:7-9, Amós vê o Senhor sobre o muro levantado a prumo, e com um prumo na mão verificava o
seu alinhamento. Ora, neste caso, o muro simbolizava Israel que estava torto, portanto, teria que ser demolido, porque nessas
circunstâncias, para consertá-lo ou realinha-lo, era impossível se não fosse
daquela maneira, ou seja, porque um muro torto não tem conserto. Assim, Amós
não intercedeu junto ao Senhor, sendo que o castigo se tornou iminente. Assim
foi o diálogo do Senhor com Amós:
“Am 7.7 Mostrou-me também assim: eis que o senhor estava junto a um muro
levantado a prumo, e tinha um prumo na mão."
"Am 7.8 Perguntou-me o Senhor: Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo. Então disse
o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais os perdoarei.”
5-Em 9:1-4, Amós pela quinta vez, teve a visão de que o próprio Senhor quem atuou e de forma drástica. Pois Se colocou em pé sobre o altar
dos holocaustos , que ficava frente ao edifício do santuário e bateu forte nos
capitéis, provocando um terremoto, destruindo o santuário que desmoronou e matou
as pessoas que estava dentro. E não
houve quem pudesse fugir. Assim é que esta visão do profeta culminou neste
desfecho terrível. O próprio Senhor se voltou contra o santuário onde Lhe
cultuavam. A explicação é de que o santuário (Betel) traiu seu papel de
conduzir o povo ao Senhor e à vida plena do espírito, transformando-se num
lugar de “culto sem coerência de sentido, porque concordava fechando os olhos
para opressões e injustiças que eram cometidas pelo seu povo Israel .
É, portanto, com vistas a esses tipos de incidentes, que segundo Raul
Silva[i],
teriam levado o Grão-Mestre da Ordem dos Rosacruzes a proclamar: “LILIA
PEDIBUS DESTRUE”, frase em latim
que significa Era preciso destruir para
reconstruir. “[...] eram tropeços que
precisavam ser removidos, comenta o autor; era a causa da liberdade que estava
em jogo e, sob a ideia dominante do princípio libertário, tudos o mais tinha de
desaparecer [...]”
Não obstante os castigos impostos por Jeová, O livro de Amós termina com uma mensagem de esperança: “PROMESSA DE
RESTAURAÇÃO
[...]
“Am 9.11 Naquele dia tornarei a
levantar o tabernáculo de Davi, que está caído, e repararei as suas brechas, e
tornarei a levantar as suas ruínas, e as reedificarei como nos dias antigos;
Am 9.12 para que eles possuam o resto
de Edom, e todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o Senhor, que
faz estas coisas.
Am 9.13 Eis que vêm os dias, diz o
Senhor, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao que
lança a semente; :e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se
derreterão.
Am 9.14 Também trarei do cativeiro o
meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão;
plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o
fruto.
Am 9.15 Assim os plantarei na sua
terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o senhor teu
Deus.”
E essa esperança dos Judeus haveria de se concretizar dois séculos depois, quando no exílio se tornaram conscientes de que foram purificados dos seus pecados.
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