sexta-feira, 24 de julho de 2015

O TEMPLO MAÇÔNICO - UMA ABORDAGEM SOBRE A SUA GÊNESE TELEOLÓGICA.







Luiz Carlos Nogueira






Vamos começar definindo o que seja TELEOLOGIA. Pois bem, basicamente teleologia significa na filosofia, qualquer doutrina que identifica a presença de metas, fins ou objetivos últimos guiando a natureza e a humanidade, considerando a finalidade como o princípio explicativo fundamental na organização e nas transformações de todos os seres da realidade; teleologismo, finalismo.

Portanto, a finalidade dos templos maçônicos é para congregar os nossos IIr.'., para que nesse ambiente possamos usá-lo como uma oficina ou laboratório alquímico, onde cada obreiro é como um artífice ou alquimista, que trabalha para desbastar a pedra bruta que somos nós, ou para transmutar numa linguagem figurada, o chumbo em ouro, ou seja, para transformar as nossas imperfeições que são como o chumbo, no ouro que representa as virtudes, que fazem as nossas almas adquirir um brilho especial, fazendo aflorar a espiritualidade.

Assim é que nessa pratica maçônica, quando dizemos que estamos procurando desbastar e polir a pedra bruta, podemos inferir ou deduzir que estamos procurando eliminar os companheiros matadores de Hiram. Os companheiros a que referimos são: a ignorância, a mentira e a ambição, enquanto Hiram representa a verdade e a virtude.

Considerando essas deficiências e propensões do ser humano, Thomaz Hobbes, sistematizou o contratualismo como teoria justificativa da existência do Estado. Esse pensador, com essa ideia profana se aproximou da lição da Lenda de Hiram, como a entendemos. Afirmava esse filósofo que: “no estado de natureza o homem era inimigo feroz dos seus semelhantes; que cada homem era como lobo para os outros homens. Que por todos os lados havia guerra mútua, a luta de cada um contra todos. Que cada homem alimenta em si a ambição do poder, a tendência para o domínio sobre os outros homens. Que a força e a astúcia triunfam.”

Com vistas nisso, para sairmos desse estado caótico, refugiamo-nos em nossos templos para recebermos as luzes do entendimento, exercitando-nos para vencermos nossas paixões, submetermos a nossa vontade e fazermos progressos nessa caminhada.

Aqui abro parêntesis para observar que submeter a nossa vontade, não significa tornarmo-nos submissos a quem quer que seja. O que se deve entender é que a nossa vontade tem que se render aos nossos progressos como seres humanos. Portanto, havemos que ter vontade para cumprirmos com tal objetivo que nos propusemos.

Para o cumprimento de tal desiderato, os templos maçônicos comportam arranjos de importância, como a ordem, a postura, as cores, a mobília, as joias, a musicalidade, enfim todos os acessórios emblemáticos desde a construção do edifício, que se revestem de significados espirituais e filosóficos profundos, mais do que propriamente uma questão de ornamento e conforto.

Entretanto, busquemos a origem dos templos, desde as eras mais remotas, cuidando assim, do aspecto ontológico, ou seja, a ciência do ser.

“Ser”, tem o significado de aquilo que existe em todo o mundo material que nos cerca, incluindo nós próprios. Em filosofia, ser é considerado não só como um verbo (existir), mas também como substantivo ("tudo o que é").

Portanto, é preciso considerarmos que EXISTEM DUAS DOUTRINAS DO “SER”, que são: A DOUTRINA MECANICISTA E A DOUTRINA TELEOLÓGICA.

O MECANICISMO é uma teoria filosófica determinista segundo a qual todos os fenômenos se explicam pela causalidade mecânica ou em analogia à causalidade mecânica (causalidade linear ou, instrumentalmente, como meio para uma causa final).

Em filosofia, o mecanicismo é defendido pelo deísmo, que sustenta que o universo é um mecanismo, o qual pressupõe a existência um ser superior não mecânico (Deus), assim como um relógio pressupõe a existência do relojoeiro que o construiu.

Em biologia, mecanicismo refere-se às teorias que afirmam que todos os fenômenos que se manifestam nos seres vivos são mecanicamente determinados e, em última análise, essencialmente de natureza físico-química. Esta postura opõe-se às explicações vitalistas que postulam a existência de uma força ou impulso vital sem a qual a vida não poderia ser explicada.

A DOUTRINA MECANICISTA, por conseguinte, refere-se à mecânica e às coisas materiais, que afirma ser o nosso universo apenas um agrupamento de partes e não um todo como aparenta ser; não existindo nenhum plano ou ideia que o esteja regendo, porquanto, da ação e reação resultam o desenvolvimento das formas como as percebemos e que estão em várias partes do universo. Dai porque os mecanicistas defendem a ideia de que, pelos choques de forças mecânicas, por conta de partículas infinitesimais que se chocam, repercutem ou ricocheteiam aleatoriamente, tomando direções sem um plano previamente definido ou direcionado, apenas acontecendo por mero acaso ou eventualidade.

A DOUTRINA TELEOLÓGICA, contrapondo-se à MECANICISTA, afirma que todo o existir tem uma causa consciente, ou causa primeira que o planejou, ou seja, que tudo se originou de uma mente ou inteligência, inefável e incognoscível.
A TELEOLOGIA (do grego τέλος, finalidade, e -logía, estudo) é o estudo filosófico dos fins, isto é, do propósito, objetivo ou finalidade. Embora o estudo dos objetivos possa ser entendido como se referindo aos objetivos que os homens colocam em suas ações, em seu sentido filosófico, teleologia refere-se ao estudo das finalidades do universo.

Por conseguinte, essa doutrina afirma que tudo foi previamente traçado e planeado pelo G.'.A.'.D.'.U.'., que está por trás de todos os seres, dando-lhes a existência ou o desaparecimento de suas formas. Nada, portanto, ocorre fortuitamente ou por acaso. Todas as partes aparentemente criadas aleatoriamente, se encaixam perfeitamente para formarem harmonicamente uma unidade de tudo quanto compõe o nosso mundo.

Observe-se que, consoante essa Doutrina, isto também se aplica à vida de um modo geral, ou seja, desde a vida vegetal até à humana, que surge não do entrechoque de diferentes forças e energias ao acaso. A matéria viva, não é apenas resultante de processos físico-químicos, como pretendem os mecanicistas, pois ninguém ou nenhum cientista pode criar vida inteligente num tubo de ensaio. Assim fica impossível não admitir que para tal fim, não exista uma inteligência superior e inefável, agindo nesse sentido. E dessa maneira, uma vez constatado não haver diferença no processo de reprodução celular, isto LEVOU OS CIENTISTAS INCONFORMADOS EM ACEITAREM A DOUTRINA TELEOLÓGICA, A DIVIDIREM-NA EM DOIS RAMOS: A ESTÁTICA E A DINÂMICA.

A TELEOLOGIA ESTÁTICA afirma que há um propósito na própria ordem, que independe da vontade, por assim dizer, de uma mente inteligente agindo por detrás de tudo quanto existe. Esse pensamento é determinista, como se fosse o caso de houvessem vários dados, todos eles com três pontinhos em cada face. E sempre que fossem arremessados como num jogo de cassino, obteríamos sempre três pontos em todos eles. Dessa forma é evidente que não poderíamos afirmar que cada um dos dados tivesse vontade própria de cair marcando três pontos, porque estariam obedecendo a um propósito de sua ordem. Destarte, essa teoria não pôde se sustentar, como é óbvio, pois nada provava sobre o surgimento das coisas. Assim, deu lugar à TELEOLOGIA DINÂMICA.

A TELEOLOGIA DINÂMICA, afirma que a matéria viva goza de certa autonomia, que é resultante de uma vontade e uma causa pensante e, que a vida em si mesma contém um desiderato e uma inteligência de que é dotada para subsistir e cumprir sua finalidade, solucionando os óbices ou obstáculos que surgem à sua volta, o que significa dizer que a vida está impregnada de consciência, de inteligência e vontade, além de um propósito a desempenhar.

Agora, depois destas considerações preliminares, passemos a analisar a questão da nossa dualidade, isto é, a visão maçônica de que somos compostos dos mesmos elementos materiais de que é feito o universo, assim como de uma parte intangível, imaterial, etérea que controla e dirige a nossa constituição corporal e prevalecente a ela,  que denominamos de espírito, elemento este, imortal e que retorna à fonte quando do chamado fenômeno morte.

É desse elemento imaterial e imperecível, que tratamos como maçons, buscando harmonizá-lo com a nossa fonte criadora que denominamos G.'.A.'.D.'.U.'., que é Deus. E para isso é que nos refugiamos num local onde reina a paz e a harmonia, longe dos problemas do cotidiano, para meditarmos desligando-nos mesmo que por alguns momentos, dos estímulos que agitam a nossa consciência objetiva, absorvidos pelos nossos sentidos físicos. Esse local é o Templo Maçônico. Por consequência, esse local deve ser de quietude e tranquilidade. É por isso que o Ven.'. recomenda nos início dos trabalhos templários, para que nenhum ir.'. fale ou passe de uma coluna para outra, sem obter permissão, nem ocupar-se de assuntos proibidos pelas leis maçônicas.

Há que se notar pela história, que os homens primitivos careciam dessa mesma busca, para encontrarem-se consigo mesmo no seu interior e assim  poder reverenciar a tremenda Força que sustenta o Universo, não obstante não tivessem a ideia da unidade de Deus, não limitado pelo espaço e tempo, atribuindo a essa Força, que acreditavam proveniente de várias inteligências que chamavam de deuses semelhantes aos homens, tanto na forma quanto na disposição de temperamento, virtudes e deficiências, porém, com maior poder.

Esses povos primitivos também acreditavam que esses deuses se comportavam de forma igual aos humanos, casando-se, vivendo em família, tendo filhos às vezes até com humanos que se tornavam semideuses. Tais deuses habitavam regiões celestes ou de alguma forma, especiais e não desciam na Terra se o lugar não fosse importante e à altura da sua deidade, como por exemplo, num campo florido, em praias deslumbrantes, nos montes aprazíveis ou num oásis nos desertos. Esses lugares, acabaram tornando-se OS PRIMEIROS TEMPLOS DO HOMEM e, portanto, solos sagrados, ainda que não edificados com pedras ou madeiras, mas que podiam ser marcados colocando-se monólitos ou blocos de pedras pesando toneladas, que eram dispostos em pé ou formando retângulos ou círculos, enquanto o Homem não dominava a arte de construir e não dispunha de ferramental adequado. Com o passar dos tempos, construíram-se as edificações, com pedras talhadas ou tijolos.

Tais escolhas de locais considerados sagrados, deu origem ao termo TEOFANIA, que segundo o Dicionário Teológico Brasileiro Lázaro Soares de Assis, “O termo vem do grego, theophnaia, que por sua vez é uma palavra composta por dois vocábulos, também gregos: Théos, "Deus" e phanei, "aparecer". Isto é, Teofania é o termo utilizado para descrever alguma manifestação visível de Deus, na forma que Ele quiser. Alguns eruditos, definem Teofania como uma manifestação de Deus aparecendo, seja em forma humana, seja através de fenômenos da natureza gran­diosos e impressionantes. Em sua essência, Teofania é um termo teológico que serve para indicar qualquer manifestação temporária e normalmente visível de Deus. Por conseguinte, é preciso se distinguir de forma enfática que há uma grande diferença entre a Teofania (que é uma manifestação temporária) e a Encarnação (que é uma manifestação permanente), uma vez que muitas das Teofanias do AT eram manifestações de Jesus pré-encarnado.” (Nota: AT, Antigo Testamento).

Na atualidade, nossos TEMPLOS MAÇÔNICOS têm seu altar dos juramentos colocado no oriente, ou seja, situado ao leste da construção, consistindo de, como todos sabem, uma mezinha triangular ou uma coluneta, por sobre as quais são colocadas uma Bíblia Sagrada, com um esquadro e um compasso. Algumas têm em cada vértice um candelabro com uma vela. Tais arranjos, seriam consentâneos com o que afirmam ser uma réplica do Templo de Salomão, com base na herança que o povo hebreu teria herdado dos egípcios. Isso tudo se relaciona com uma representação alegórica dos altares antigos, como há relato bíblico sobre o Tabernáculo no deserto, construído por Moisés, destinado a guardar a Arca da Aliança e as Tábuas da Lei.

Nós, tais como os Homens primitivos que colocavam um marco para indicar a localização da presença de Deus em seus templos, fazemos a mesma coisa nos dias de hoje. Era e é nos Templos antigos e modernos, que o Homem busca refúgio para a sua alma e procura se harmonizar com o Criador dos Mundos. Portanto, nas aberturas das sessões das LLoj.'.MMaç.'. se invoca a presença do G.'.A.'.D.'.U.'. em seus altares.

Na antiguidade o Homem fazia seus toscos altares, na tentativa de  representar a possível forma de Deus, já que não conseguiam imaginá-lo amorfo, isto é, sem forma. Hoje, todavia, constroem-se altares triangulares, porque os triângulos simbolizam a perfeição. Aliás, os três vértices do triângulo representam, dois deles as duas fases da polaridade, uma positiva e outra negativa, necessárias para que se traga à existência – a unidade, que é a sua manifestação. Essa é uma explicação esotérica da manifestação ou existência de todas as coisas.

Encimadas em cada um dos vértices do Altar dos JJur\, ficam três velas acesas, por que se considera que o três é o número da perfeição, e o G\A\D\U\ para os MMaç\ é a Perfeição e a Luz. Dessa forma, simboliza-se a manifestação de Deus. E quanto ao fogo das velas, esse é o mais antigo dos símbolos, tanto para as religiões, para os filósofos e místicos, pois o fogo exerce um fascínio que atinge a nossa consciência espiritual, sugerindo-nos que há algo Maior em toda a criação. Suas chamas se movimentam com muita beleza, como que estejam vivas, coloridas, brilhantes, produzindo calor, e de certa forma, até algum som que pode ser ouvido se nos aproximarmos delas.

Na cultura da Pérsia, o zoroastrismo ou Mazdeísmo, religião fundada por Zoroastro (ou Zarathustra, designação Grega), cujo livro doutrinário é o Zend-Avesta, foca no Summum bonum ( 'sumo bem' ou 'bem maior, em latim), expressão latina usada na filosofia para descrever o bem maior que o ser humano deve buscar. Ahura Mazda,  Ormasde,  Ahura Mazda ou  Ormuz,  era princípio ou deus do bem, segundo o zoroastrismo e a mitologia persa O Criador do Mundo, por conseguinte, a figura da ética e da moral. Todavia, o culto a Mazda era prestado de forma simples, não havendo templos e estátuas. Seus símbolos eram a luz e o fogo; e seus santuários eram os lugares altos, a céu descoberto.

Os zoroastristas deram um significado especial ao fogo, que para eles foi a forma inicial da Luz Celestial, que em outras palavras significa a iluminação e a sabedoria de Deus, sendo, por isso mesmo, que na Terra tornou-se o símbolo dessa iluminação, e a fulgurância da divindade. Destarte, em algum lugar destinado aos seus cultos, mantinham uma chama acesa.

Eis, então que a descoberta do fogo foi uma das mais importantes, porque com ele, o homem pôde sair do seu estado primitivo tornando-se superior às outras formas de vida na Terra, criando desde as ferramentas mais simples às mais sofisticadas, que lhe permitiu desenvolver ao longo dos tempos, tecnologias que melhoraram a vida dos povos e nações.

Portanto, no correr dos séculos, muitos rituais se desenvolveram associados ao fogo. Alguns muito bonitos, como por exemplo, na Calábria, que é uma região do sul da Itália e ocupa uma estreita faixa da península itálica ao sul de Nápoles, fazia-se com que nas cerimônias de casamentos, os jovens noivos ficassem em pé diante de um fogo, e para santificarem seus juramentos tentassem, por fração de segundos, segurar as línguas de fogo, ou as chamas, com os dedos, sugerindo a purificação através desse elemento universal que funde e reduz todas as coisas materiais em seu estado mais simples, removendo-lhes todas as impurezas.

Havia, e não sei ainda há, em algum lugar, um rito relacionado com o fogo, que é o da “queima perpétua”, decorrente do que o Homem adotava nos tempos mais remotos, qual seja, o de manter continuamente o fogo aceso. Há quem afirme que tal prática devia-se ao fator de que naquelas épocas do passado distante, o Homem tinha dificuldade de produzir o fogo sempre no momento em que dele necessitasse, além do que isso não era uma tarefa fácil, porque dependia de que fosse friccionado um pedaço de pau em outra madeira, por muito tempo, até que o atrito começasse a aquecê-la até surgir uma faísca que a começava queimar.

Para resolverem essa dificuldade, as tribos sempre tinham alguém incumbido de manter o fogo sempre aceso, para ser usado por todos, sempre que dele necessitassem. E com o passar dos tempos, isso passou a ter um significado simbólico para essa “queima perpétua”, representando a devoção e a força espiritual no interior de cada ser humano, despertando-lhes a consciência para distinguirem o certo do errado. Na Maç\foi adotada essa simbologia do fogo, cuja “queima perpétua” é para ocorrer no templo interior de cada membro, estimulando-os a aquecerem o seu espírito e avivarem sempre essa chama por seus pensamentos e atos.

Essa é a lógica dessa atividade templária (teleológica) e a finalidade dos templos. Somos partes integrantes no sistema da Criação do G.'.A.'.D.'.U.'., agindo segundo seus planos para os quais fomos direcionados (o que não significa fatalismos; consideremos o livre-arbítrio de cada um), para operamos no Departamento da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, como pedreiros livres e de bons costumes, sob juramento diante do Livro da Lei Sagrada (a Bíblia), quando nos propusemos a construirmos o edifício do amor, trabalhando do meio-dia à meia noite, utilizando-nos da argamassa do bem e com a trolha perfeita, depois de planejada toda a obra com inteligência, reverência e razão, tornando-nos capazes de discernir o bem do mal, o justo do injusto, para assim contribuirmos para limpar as asperezas do nosso planeta, como as da pedra bruta que aprendemos a desbastar e a polir.

Por isso tudo, aprendemos com mais exatidão do que os homens primitivos, a construir os nossos Templos, as nossas Oficinas que retificam o nosso caráter, aparelhando-as com os instrumentos necessários para o nosso trabalho, usando como sustentação moral sólida, três colunas conhecidas como Sabedoria, Força e Beleza.

Enquanto que no seu interior, definimos as áreas de operosidade, montamos sistema de segurança, com obreiro armado com a Espada Flamejante, com a missão de impedir a intrusão dos males que acometem o mundo, tais como os vícios da corrupção, da desonra, da injustiça, a vileza ou a vilania e outros mais, para que não invadam e não ultrapassem dos nossos portais sagrados e assim não profanem o nosso santuário, onde se aprende os segredos dos números, a gnose e a geometria. Também a decoração alegórica e simbólica do nosso pequeno universo é para torná-lo agradável, produzindo em nossas mentes o fortalecimento dos ideais que buscamos, dentro de uma atmosfera psicológica adequada de paz e harmonia, onde podemos elevar as nossas consciências.

Eis que também, marcando uma direção no ponto Cardeal Norte, está um pentagrama ou a Estrela Flamejante, indicando iluminação que espanca as trevas, para que o viajor na senda, encontre o reino da luz, após haver trasposto o pórtico ladeado por duas colunas da ordem coríntia, cujos capitéis foram coroados por três romãs entreabertas, que simbolizam com as suas sementes, a prosperidade e a solidariedade da grande família maçônica.

Finalizando:

“Portanto, toda a ornamentação e divisão do templo não é fruto do acaso, a começar pela Sala dos Passos Perdidos, mais adiante o Átrio, a Câmara ou Caverna de Reflexões, e finalmente o Templo em si. Todos estes compartimentos são estágios há muito tempo utilizados para separar o sagrado do profano (VAN GUENNEP, 2011)...[...]
Nesse contexto, o ritual tem por objetivo a realização da passagem de um estado de consciência para outro, estados esses chamados maçonicamente de profano e sagrado, e em última análise, o templo com suas divisões simboliza o estado de consciência em que nos encontramos.
Desta forma, o templo em si representa um estado intransponível de pureza e santidade para seus membros. As funções-cargos expressas no ritual e as disposições do templo são personificações simbólicas das leis psicológicas que atuam na psique (CAMPBELL, 2007; MAXENCE, 2010) [...]”

Bibliografia:

Walton, J.Roberto. Universidad de Buenos Aires, Estud.filosoficos. ISSN 0121-3628 nº45 Junio de 2012. Universidad de Antioquia pp. 81-103. Teleología y teología en Edmund Husserl. Universidad de Santafé; Academia Nacional de Ciencias de Buenos Aires; Buenos Aires, Argentina. 26 de noviembre de 2011. grwalton@fibertel.com.ar

Guimarães, Raphael, Revista Ciência e Maçonaria, C&M | Brasília, Vol. 1, n.1, p. 21-28, Jan/Jun, 2013.

Figueiredo, Joaquim Gervásio, Dicionário de Maçonaria, 17ª Ed. Pensamento, SP,  06/2011








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