Luiz Carlos
Nogueira
Nunca fui
interessado em piadas, mas uma vez alguém me contou uma, de sobre como um “caipira”
(esse tipo de gente, analfabeta, simples, de roça, tem uma sabedoria que muitas
vezes envergonha alguns letrados), que estava colhendo milhos do seu milharal,
respondeu o que ele pensava a respeito das religiões.
Claro, a
pergunta foi feita por um pesquisador, que havendo se formado em filosofia e
teologia, pretendia escrever um livro sobre o assunto e, portanto, precisava
colher os mais variados pontos de vista. Assim o jovem pesquisador,
aproximou-se do “sinhozinho”, após cumprimentá-lo e este enxugar o suor do
rosto, pôs-se a responder, à sua maneira:
Apois assunte
bem seu dotô, prá ieu, relijão é iguar essa coieita de mio qui tô fazeno, uai!
Igual colheita
de milho? Indagou o pesquisador: como?
O velho
agricultor então começou a lhe explicar: O sinhô intão num sabe qui nóis aqui
na roça, prá prantá quarqué coisa, primero nóis tem que saber o que vamo
prantá, escoiê as semente, prepará a terra, sameá, cuidá até quando tivé dano
prá coiê.
Intão. Despois
de coído, nóis num tem que levá prá vendê na cidade? Aí ocê pode levá pela
estrada de chão, pela estrada de asfarto ou intão í de canoa, né? I cono tem
tréim di ferro, nóis leva de tréim, uai!
Cono nóis chega
prá vendê prôs comerciante, elis num vão ti preguntá por quar caminho nóis veio
— elis vão é querê sabê é se o mio é bão o num presta!.
Pois bem, a
lição que se tira dessa piada é que vários são os caminhos que nos levam a
Deus. O que é necessário é que sejamos bons.
Lindo texto
ResponderExcluirObrigado Claudio.
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