sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

EU SOU GRANDE INSPETOR GERAL E ELE É MEU SUBALTERNO.....







Luiz Carlos Nogueira
nogueirablog@gmail.com



Primeiramente peço aos leitores que atentem para o conteúdo do e.mail abaixo transcrito, que me foi enviado pelo irmão Bento Adriano Monteiro Duailibi. Depois, então narrarei um fato em que outro “irmão” colado no grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito (Grande Inspetor Geral da Ordem Maçônica), provavelmente não usa balandrau, mas somente ternos da melhor marca e os mais caros possíveis, para não destoar dos seus relógios Rolex ou talvez um Patek Phillippe Sky Moon Tourbillon, ou algum outro dessa linha. Um detalhe – esse “irmão” foi funcionário de uma instituição bancária (atualmente está aposentado) e, na ocasião em que eu o encontrei ele trajava camiseta pólo, calças jeans e tênis.

Eis o conteúdo do e.mail:


O Maçom e o Sábio Alfaiate


Um dia um homem recebeu a notícia de que seria iniciado Maçom.

Ficou tão eufórico que quase não se conteve.

- Serei um grande homem agora, disse a um amigo, e preciso de roupas novas, imediatamente.

Serão roupas que façam jus à minha nova posição na sociedade e em minha vida.

- Conheço um alfaiate perfeito para você, - replicou o amigo, - É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito. Vou lhe dar o endereço.

E o novo Maçom foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas.


Depois de guardar a fita métrica, o sábio alfaiate disse:

Há mais uma informação que preciso saber.

Há quanto tempo o senhor é Maçom ?


- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu balandrau ? - perguntou o cliente surpreso.

- Não posso fazê-lo sem obter esta informação, senhor. É que um Maçom recém iniciado fica tão deslumbrado que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito.

Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás. Ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência o tornam sensato e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então eu costuro o balandrau de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento. E mais tarde, depois que o senhor está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o balandrau de modo que as costas fiquem mais longas que a frente.

- Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor foi iniciado para que a roupa lhe assente apropriadamente.

O novo Maçom saiu da alfaiataria pensando menos no balandrau e mais no motivo que levava seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele sábio alfaiate.


T.•.F.•.A.•.


Agora, voltando ao encontro casual com aquele “irmão”, confesso que não consigo descrever como o meu estado de espírito ficou, porque decerto esse fulano quando iniciou na Maçonaria, ninguém lhe recomendou para fazer um balandrau do tipo descrito pelo alfaiate desse conto alegórico.

Em meu pensamento cometi um pecado, pois cheguei a compará-lo como uma anta fantasiada de pavão, ostentando um avental colorido, porque o sujeito em um dado momento, referindo-se a outro irmão maçom, disse: “Ora, eu sou grau 33, Grande Inspetor Geral e ele é meu subalterno...”

Subalterno?

Essa foi a expressão mais imbecil que eu já ouvi num contexto maçônico. Pois a Maçonaria Simbólica, composta dos graus 1, 2 e 3, não é subordinada à Maçonaria Filosófica, composta dos graus 4 a 33.

O pior é que aquele “irmão” contou tantas grandezas, pretendendo mostrar-se materialmente superior e intelectualizado — um sábio, talvez. Mas a grande lição que a Maçonaria nos ensina é a da igualdade e da fraternidade, assim como, incita-nos a vencer nossas paixões, esculpindo o nosso espírito para que se encaixe na sociedade humana como uma pedra bem trabalhada, a exemplo (alegórico, é claro) das que são colocadas nos espaços a que se destinam na construção de um edifício.

Pois bem, a esse “Maçom” “Grande Inspetor Geral da Maçonaria do Rito Escocês Antigo e Aceito”, recomendo a ler este trabalho do Irmão Ricardo Vidal:

O MAÇOM VAIDOSO E ARROGANTE

RICARDO VIDAL


(a) Baixa auto-estima e complexo de inferioridade


Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o maçom vaidoso, este sapador inveterado, este Cavalo de Tróia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção. Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.

Uma característica marcante que se nota neste tipo de maçom, logo ao primeiro contato, é a sua pose de justiceiro e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar seus atos com as palavras que saem da sua boca. O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar. Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo o qual sonha um dia pilotar. E, quando tem de fato este afã em mente, não se furta em utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem nossos políticos corruptos.

Narcisismo em um dos extremos, e baixa auto-estima no outro, eis as duas principais características dos maçons vaidosos e arrogantes. No crisol da soberba em que vivem imersos, podemos separá-los em dois grupos distintos, porém idênticos na maioria dos pontos: os toscos ignorantes e os letrados pretensiosos.

A trajetória dos primeiros é assaz conhecida.

Por serem desprovidos do talento e dos atributos intelectuais necessários para conquistarem posição de destaque na sociedade, eles ingressam na Maçonaria em busca de títulos e galardões venais, de fácil obtenção, pensando com isso obter algum prestígio. Na vida profana, não conseguem ser nada além de meros serviçais, de mulas obedientes que cedem a todos os tipos de chantagem. Por isso, fazer parte de uma instituição de elite (isso mesmo, de elite!) como a Maçonaria produz neles a ilusão de serem importantes; ajuda a mitigar um pouco a dor crônica que os espinhos da incompetência e da mediocridade produzem em suas personalidades enfermas.

O segundo em quase tudo se equipara ao primeiro, porém com algumas notáveis exceções.

Capacitado e instruído, em geral ele é uma pessoa bem sucedida na vida. Sofre, porém, desse grave desvio de caráter conhecido pelo nome de “Narcisismo”, que o torna ainda pior do que o seu êmulo sem instrução. Ávido colecionador de medalhas, títulos altissonantes e metais reluzentes, este maçom é uma criatura pedante e intragável, que todos querem ver distante. No fundo ele também é um ser que se sente rejeitado; sua alma é um armário de caveiras e a sua mente um antro habitado por fantasmas imaginários. Julgando-se o centro do Universo, na Maçonaria ele obra para que todas as atenções fiquem voltadas para si, exigindo ser tratado com mais respeito do que os irmãos que atuam em áreas profissionais diferentes da dele. Pobre do irmão mais jovem e mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar-lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo e intimidá-lo ele o fará, inclusive lançando mão da famosa frase, própria do selvagem chefe de bando: “Sabe com quem está falando!!!” Desse modo ele acaba externando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a covardia.

O número de irmãos que detesta ou despreza este tipo de maçom é condizente com a quantidade de medalhas que ele acumula na gaveta ou usa no peito. Na vida profana seus amigos não são verdadeiros; são cúmplices, comparsas, associados e gente que dele se acerca na esperança de obter alguma vantagem. E nisso se insere a mulher com a qual vive fraudulentamente. Todos os que o rodeiam, inclusive ela, estão prontos a meter-lhe um merecido chute no traseiro tão logo os laços de interesse que os unem sejam desfeitos. O seu casamento é um teatro de falsidades e o seu lar um armazém de conflitos. Raramente familiares seus são vistos em nossas festas de confraternização. Quando aparecem, em geral contrariados, não conseguem esconder as marcas indeléveis de infelicidade que ele produz em seus rostos.

Em sua marcha incessante em busca de distinções sociais que supram a sua insaciável necessidade de auto-afirmação, é comum vermos este garimpeiro de metais de falso brilho farejando outras organizações de renome, tais como os clubes Lyons e Rotary, e gastando nessas corridas tempo e dinheiro que às vezes fazem falta em seu lar. A Maçonaria, que tem a função de melhorar o homem, a sociedade, o país, e a família, acaba assim se convertendo em uma fonte de problemas para os seus familiares; e ele, em uma fonte de problemas para a Maçonaria.

Um volume inteiro seria insuficiente para catalogar os males que este inimigo da paz e da harmonia pratica, este bacilo em forma humana que destrói nossa instituição por dentro, qual um cancro a roer-lhe as células, de modo que limitar-nos- emos a expor os mais comuns.

(b) Comportamento em loja

Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar-se moral e intelectualmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o caráter; de assimilar conhecimentos maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras em seus caminhos, de modo a retardar-lhes o progresso! Ao invés de estudar a Maçonaria, para poder contribuir na formação dos Aprendizes e Companheiros, de que modo ele procede? Veda a discussão sobre assuntos com os quais deveria estar familiarizado, fomentando apenas comentários sobre as vulgaridades supérfluas do seu cotidiano! Ao invés de encorajar o talento dos mesmos, de ressaltar suas virtudes e estimular o seu desenvolvimento, o que faz ele? Procura conservá-los na ignorância de modo a escamotear a própria! Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas idéias não estejam em harmonia ou sejam contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates sobre temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem “sim” e “sim senhor” aos seus raramente edificantes projetos!

Tal como o maçom supersticioso, este infeliz em cujo peito bate um coração cheio de inveja e rancor nutre ódio virulento e indissimulado pela liberdade de expressão, que constitui um dos mais sagrados esteios sobre os quais repousam as instituições democráticas do mundo civilizado, uma das bandeiras que a Maçonaria hasteou no passado sobre os cadáveres da intolerância, da escravidão e da arbitrariedade.

Dos atos indecentes mais comumente praticados por este falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando “humildade” aos irmãos em loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, jóias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de natal. Outro é vê-lo arrotando, em alto e bom som, ter “duzentos e tantos anos de Maçonaria” e exibindo o correspondente em estupidez e mediocridade. O terceiro é vê-lo trajando aventais, capas, insígnias, chapéus e colares, decorados com emblemas que lembram tudo, exceto os compromissos que ele assumiu quando ingressou em nossa sublime e veneranda instituição.

Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam.

Como já foi dito, a Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incômoda presença de outros impostores –os quais não têm poder suficiente para enxotar–, ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer novo intruso, imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer irmão que comece a brilhar ao lado desta criatura rasteira é considerado por ela inimigo. A luz e o progresso do seu semelhante o incomoda, fere o seu ego vaidoso. Por este motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da loja; por isso recusa-se a transmitir conhecimentos maçônicos (quando os possui) aos Aprendizes e Companheiros, sobretudo aos de nível intelectual elevado, ou os ministra em doses pífias, para que futuramente não sejam tomados como exemplos e ofusquem ainda mais a sua mediocridade. Um maçom exemplar, íntegro, que cumpre rigorosamente os compromissos que assumiu quando ingressou em nossa Instituição, não raro converte-se em alvo de suas setas, pois seus olhos míopes não conseguem ver honestidade em ninguém; sua mente estragada o interpreta como potencial “concorrente”, que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus.

O maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias. Se as conhece, as despreza. Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona. Fama e poder são os seus dois únicos objetivos, tanto na vida maçônica, como na profana. As palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que compõem a Trilogia Maçônica, não fazem parte do seu vocabulário, e com freqüência é visto pisoteando os valores que elas encerram. A história, a filosofia e os objetivos de nossa Veneranda Instituição não lhe despertam o menor interesse, pois é frio, calculista, e não tem sensibilidade nem conhecimento para compreendê-los e assimilá-los. Ele é diametralmente oposto ao que deve ser o maçom exemplar, em todos os pormenores. É a antítese de tudo o que a Maçonaria apregoa e deseja de seus membros: uma criatura vil e rasteira que semeia a discórdia, afugenta bons irmãos, e termina por destruir ou fragmentar a loja (ou lojas), resultado às vezes de anos de trabalho árduo, caso ela teime em não se colocar sob a sua batuta ou se mostre contrária às suas aspirações egoístas.

A insolência desse tipo de maçom – e também o asco que destila –, vai crescendo conforme ele vai “subindo” nos altos graus (ou graus filosóficos), lixo maçônico fabricado por impostores no passado unicamente para explorar a estupidez e a vaidade de homens como ele. Sentindo-se importante por ter sido recebido em determinado grau, com a pompa digna de um rei, ele passa a considerar-se superior aos irmãos de graus “inferiores”, em particular aos Aprendizes e Companheiros, ignorando o que reza o segundo landmark, que estabelece a divisão da Maçonaria Simbólica em apenas três graus. Mas reservar um tempo para dedicar-se à sua loja, um momento para confraternizar com irmãos íntegros e honestos, ler algo de útil que possa servir de instrução a si e aos demais, essas são as suas últimas preocupações. O seu tempo disponível ele o reserva inteiramente às festinhas fúteis, nas quais pode ser notado e lisonjeado, onde pode ajuntar-se a outros maçons falsos e vulgares, prontos para enterrar-lhe um punhal nas costas na primeira oportunidade que surgir. Perceba o leitor com que velocidade esse “irmão” deveras atarefado arruma tempo quando é chamado para arengar em um tablado representando a Maçonaria! Note a pontualidade com que chega na passarela onde vai desfilar e ser fotografado com os seus paramentos. Observe como ele fica cheio de si quando é agraciado com uma rodela de lata qualquer ou vê o seu lindo rosto estampado nas páginas de alguma revista maçônica! Perceba como se curva aos pés dos que tem mais prestígio e poder do que ele! Note como ele os bajula!

Este prevaricador vagabundo não trabalha e não deixa os outros trabalhar para não ter de arregaçar as mangas também. Quando se mete a ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros ele o faz de modo precário, sem estar familiarizado com elas. Raramente sabe responder questões que os irmãos lhe dirigem. Tergiversa sempre com a mesma resposta: É preciso pesquisar! Ele não faz nada porque não sabe fazer nada, não quer aprender nada, e no íntimo não gosta da Maçonaria e não ama seus irmãos! Nossas "reuniões" são para ele um fardo. Nas vezes que comparece em loja, exige ser ouvido e jamais dá atenção ao que falam os demais, obrando para que a sua palavra sempre prevaleça nas decisões a serem tomadas. Quando o seu nome não consta na Ordem do Dia – o que significa que não terá a oportunidade de exibir a sua hipocrisia ou arengar as suas imposturas –, retira-se antes da "reunião" terminar ou, quando permanece, o faz com o olhar fixo no relógio.

Campeão em faltas e em delitos, quando este falso maçom comparece à loja ele o faz para dar palpites indevidos, censurar tudo e todos, propor projetos mirabolantes e soluções inconsistentes com os problemas que surgem em nossas relações. Jamais faz uso de críticas sadias e construtivas, aquelas que apontam erros e sugerem soluções para os mesmos.

(c) Comportamento na Sociedade

Passemos agora à exposição do comportamento deste detestável impostor na sociedade, outra praia onde adora se exibir, embora poucos o notem.

Ele circula pelas ruas do bairro onde vive de nariz empinado, cheio de empáfia, tentando vender a todos, sobretudo aos mais humildes, a falsa imagem de alguém assaz importante. Ostentando correntes, anéis, gravatas, broches e outros adereços maçônicos – alguns com peso suficiente para curvar o tórax –, tão logo se acerca de uma roda de amigos, ou melhor, de gente com paciência para aturá-lo, ele passa a ensejar conversas maçônicas desnecessárias, fazer alarde de sua condição de maçom e de ser membro de uma poderosa “gangue”, com o único propósito de colocar-se acima deles. Quando, porém, um profano lhe dirige algumas perguntas a respeito de nossa instituição, movido por uma sadia e natural curiosidade, ele responde geralmente o que não sabe, fitando-o de cima para baixo, com desprezo, como se estivesse encastelado sobre um pedestal de ouro.

Como o caracol, este tipo de maçom costuma deixar um rastro visível e brilhante por onde trafega, tornando muito fácil a identificação sua e do seu paradeiro, que é o que ele efetivamente deseja, embora afirme o contrário. Mas, para a sua infelicidade, pouca gente dá importância aos seus recados vaidosos. O automóvel, o lar e o local onde trabalha correspondem ao exoesqueleto deste animal, ao passo que os adereços e os objetos maçônicos que ele usa e espalha por todos os lados à gosma que libera. Impulsos provenientes das regiões recônditas do cérebro onde se alojam o seu complexo de inferioridade e a sua baixa auto-estima dizem a ele onde derramá-la.

Do mesmo modo que prostitui nossa instituição, transformando- a em templo da vaidade, ele corrompe também a natureza de muitos objetos inanimados, desvirtuando os propósitos para os quais foram concebidos. Os vidros do automóvel não servem para proteger os passageiros do vento e da chuva, mas para ostentar adesivos maçônicos escandalosos que avisam os transeuntes e os motoristas dos carros que estão na retaguarda que “alguém muito importante” maneja o volante. As paredes da sua casa não servem como divisórias, mas de out-doors para a colagem de diplomas maçônicos que levam o seu nome. O isqueiro ele usa para tentar acender um cigarro que talvez nem fume ou sabendo que ele não funciona mais (o importante é as pessoas notarem o compasso e o esquadro colados nele!). A caneta com compasso encravado na tampa ele usa para mostrar que é maçom àquele que está perto do papel no qual finge estar escrevendo alguma coisa. O relógio da sala não serve para mostrar a hora certa, mas para dizer aos visitantes que o seu dono é maçom. As estantes da sala não servem para acomodar bons livros, mas para armazenar troféus, medalhas, placas comemorativas, mimos e tudo o mais que avise que há um maçom por ali. O mesmo vale para pratos, talheres, lenços, gravatas, bonés, bolsas, bonecos, malas, bengalas e, pasmem, até revólveres e espingardas! (ver fotos) Enfim, qualquer objeto que possa lhe servir de propaganda ele o corrompe.


d) Prejuízo

O Maçom arrogante sabe muito bem que é um desqualificado moral, que carece das virtudes necessárias para dirigir homens de caráter, mas mesmo assim quer assumir o cargo de Venerável e nele perpetuar-se por tempo indeterminado, se possível. Insolente, julga-se o único com aptidão para empunhar o malhete, menoscabando a capacidade dos demais irmãos. Sempre que pode procura manobrar as eleições para que os cargos em loja sejam preenchidos por integrantes de sua medíocre camarilha, que, uma vez empossada, vai aprovar seus atos malsãos e alimentar a sua vaidade. Dessa maneira ele trava as rodas da loja, impedindo-a de progredir, de desfraldar as suas velas.

Nosso personagem costuma mais faltar do que comparecer às reuniões, como já foi dito. Quando o faz, é quase sempre para tentar colocar-se em destaque, humilhar alguém, violar regulamentos, e fazer prevalecer os seus caprichos pessoais.. É claro que ele não age só, pois se assim fosse a sua eliminação seria fácil e sumária. Ele conta com o respaldo de pequenos grupelhos de gente sórdida e submissa, que aprova suas ações, que corrompe e deixa-se corromper. Às vezes conta até com a cumplicidade dissimulada de alguns delegados, que, por motivos políticos ou de ordem pessoal, fazem vista grossa aos seus insidiosos manejos e prevaricam no que constitui uma das mais importantes missões dentro da Maçonaria.

Terminado o período de sua administração como Venerável este impostor passa a meter o nariz em assuntos que não mais lhe dizem respeito, usurpando funções de outros irmãos da loja, incluindo as do seu sucessor. Quer mandar mais do que os outros, quer ser o dono da loja; quer admitir candidatos sem escrutínio para engrossar a sua camarilha; quer manobrar a todos e violar leis. Expõe os Aprendizes e Companheiros a constantes querelas com outros Mestres, quase sempre motivadas pela vaidade e pela sede de poder.

Especialista em apontar erros nos outros, o maçom arrogante jamais admite um seu. Quando, porém, as circunstâncias tornam isso impossível, ele o faz rangendo os dentes e disparando setas em todas as direções, muitas vezes ferindo os poucos irmãos que o querem bem. Além de tudo é um indivíduo vingativo. Caso sofra uma contrariedade qualquer, ou veja descartada uma irracional conjectura sua, ele passa a fomentar intrigas e provocar cismas na loja. Aquele que for investigar as causas que levaram uma determinada oficina a abater colunas notará em seus escombros a marca indelével de sua mão, que muitas vezes deixa impressa com orgulho!

Elemento altamente desestabilizador e perigoso, o maçom vaidoso é o principal responsável pelo enfraquecimento das colunas de uma loja, pela fuga em massa de bons irmãos, e pela decadência da Maçonaria de uma forma geral. Quanto maior for o seu número agindo no corpo da Maçonaria, mais fraca, enferma e suscetível à contração de outros males ela se torna, mais exposta a escândalos e prejuízos ela fica. Sua eliminação é, portanto, condição si ne qua nom para a conservação da saúde de nossa Sublime Instituição.


GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON
Fundado em 31 de maio de 2006 - ANO V
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Link para acessar este artigo:
Portal Maçônico Orvalho do Hermon

http://orvalhodohermon.blogspot.com/2010/07/o-vaidoso-arrogante.html


6 comentários:

  1. Parabéns, querido irmão, pela belíssima mensagem! Realmente são muitos que, apesar de longos anos trabalhando, não conseguiram debastar a sua pedra.

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  2. Neste momento em que recebo a lição do Bem e do Mal em grau 1 e vejo a necessidade do lapidamento da pedra bruta, quando usamos o Malho, o Cinzel e num trabalho de aprendiz maçom vamos vagarosamente aprendendo como lapidar a nossa pedra bruta com humildade e com a presença do G.'.A.'.D.'.U.'. nos orientando... Não posso acreditar que noventa e sete por centos vão a Maçonaria para dela fazer um clube de bolinhas, pois seria hipócritas e idiotas os que assim fizerem. Fui iniciado dia 14 de dezembro de 2012, com o objetivo de lapidar a minha pedra bruta e fazer progresso na Maçonaria. Se acaso encontrar algum irmão por ser grau superior lembrarei de Salomão que foi tão feliz quando expressou: "DEBAIXO DO SOL TUDO É VAIDADE... VAIDADE, VAIDADE DIZ O PREGADOR TUDO É VAIDADE..." e KRISNAMURTI COMPLETA - "INCESSANTES LUTAS E FÚTEIS VITÓRIAS" - Interessante que todos os ensinamentos místicos e filosóficos que conheço, sempre ensinaram a HUMILDADE, sendo esta uma das maiores virtudes... Quando contemplo alguns medalhões e tiranos, a minha alma sussurra - POBRE DE ESPÍRITO... infelizmente é inadmissível na MAÇONARIA ou qualquer sociedade ainda ter OS VAIDOSOS E NARCISISTAS... Perdoa-me, ó CÓSMICO! mas prefiro ser o menino que sempre fui...eterno aprendiz e sempre feliz! Paz Profunda ao amigo e até outro dia... CICERO DE SOUZA GOMES

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  3. LUIZ CARLOS NÃO XINGA A ANTA, POIS A ANTA É UM ANIMAL DÓCIL ENQUANTO ESSE "IRMÃO" É UM IMBECIL E IDIOTA QUE PERDEU MUITO TEMPO ILUDINDO NÃO OS OUTROS MAS ASSIM MESMO... ESSE NÃO APRENDEU NADA... PRECISAVA DE UMA BOLA DE MORTADELA E SAIR DESFILANDO LOJA POR LOJA... QUE PENINHA DESTE NOSSO "IRMÃO"... ABRAÇOS - CICERO DE SOUZA GOMES

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  5. Esse texto é recomendado também para a população no geral. Vejo com certa frequência pessoas agindo da mesma forma como mencionado.

    Quando acontece algo que envolve este tipo de pessoa, eu fico tentando entender o quanto essa pessoa se acha fracassada para que a unica alternativa de sentir prazer é fazer algo de ruim para alguém. Principalmente, quando esse alguém(a pessoa prejudicada) não oferece risco nenhum em prejudicar as "conquistas", do tal arrogante.

    Vi uma cena interessante no filme "Sherlock Holmes II", em uma parte, no meio de uma festa cheia, estavam tentando encontrar uma pessoa muito bem disfarçada. Mesmo olhando para cada um dos convidados, não conseguiam notar um cabelo falso, uma maquiagem excessiva, nem mesmo alguém que demonstrasse um nervosismo fora do comum, a pessoa disfarçada estava muito bem avontade e convincente com sua "máscara". Até que resolveram criar uma situação fora do normal, não previsto, e fizeram algo para chamar a atenção de todos na festa. Ao realizar, todos naturalmente se viraram para ver o que aconteceu, menos o "mascarado", que por estar mais preocupado em manter sua máscara, não teve uma reação de normalidade.

    Apesar de ser um filme, é isso que acontece, uma pessoa disfarçada planeja suas ações e por isso, nao estão e nunca vão estar preparadas para imprevistos. Ser um Maçon que não tem a real vontade de ter boas atitudes (de igualdade e fraternidade) para poder seguir o que é proposto (ou imposto), é uma pessoa que vive com a mascara amarrada com linhas frágeis, perto de arrebentar. Isso é, se a linha já não revelou toda a farsa (a linha que amarra uma máscara passa por de trás da cabeça, o que leva a quem usa, não perceber sua exposição).

    Mas nem sempre esse tipo de pessoa falsa, sabe da máscara possuí, não tem a consiência. Pode ser o caso desse membro arrogante, que após anos vivendo com a máscara, não se lembra mais de quem é e vive uma ilusão criada pela própria mentira, achando que o que faz são suas reais vontades, não passando de uma pessoa sem personalidade, sem opinião, escrava de si próprio.

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  6. Como diz," Um homem foi notificado que seria Maçom..
    Ainda não o era, pois não tinha sido renascido, então como profano ele se auto julgou sendo melhor ou que portaria um degrau a mais na sociedade.
    Quando o amigo, indicou o Alfaia, sabia que esse Alfaia era um G.'.I,',G.'. sendo assim, quando este foi interpelado, a quanto tempo ele era maçom, explicou o motivo da pergunta. Quando um E.'.V.'. antes mesmo de passar pelas Colunas, sendo convidado, lógico que ele não conhece os dogmas que cerca a maçonaria. Não o acharia de Anta, mas sim, uma pessoa que não tem conhecimento, tentou expor o ter uma supremacia que achou que a teria..Quando as Folhas chegam à Árvore, nota logo, que aquilo que ora foi imaginado é completamente o oposto. Bendito, sejam as folhas que antes de entrar se equivocam e depois do polimento, se tornam Ir.'. fiel e justo.

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