Apesar
da maioria das pessoas que vivem no nosso País serem crentes, e muitas
católicas praticantes, não se ouve a sua voz nem se deslumbra a
influência na sociedade.
A razão desse silêncio é facílimo de explicar: os católicos envergonham-se da sua Fé.
Envergonham-se,
porque não há - ou poucos são, - os jornalistas, escritores, artistas
plásticos, cançonetistas e políticos, que se declarem crentes; e sabemos
o motivo dessa insólita atitude: sempre que o fazem, são taxados de
retrógrados ou piegas.
Vivemos
numa época em que os valores morais, os bons costumes, a religiosidade,
são considerados preconceitos, próprios de mentalidades tacanhas, de
ignorantes e analfabetos.
Quem
se indigna, levante a voz contra desvarios, maus exemplos de novelas
televisivas, infâmias que certa imprensa difunde, quem não pensar como a
maioria, é execrado, marginalizado, varrido da elite bem falante, que
possui acesso à mass-media.
Ortega y Gasset afirma in “ Revolta das Massas”:” Quem não pensa como toda a gente, corre o risco de ser eliminado.”
E
como ninguém aceita ser riscado do convívio dos iluminados, dos que têm
poder e conseguem construir ou destruir carreiras promissoras,
refugia-se no silêncio, escondendo valores e Fé que professa.
Isso é mau. É mau, porque se os católicos não falarem, não divulgarem a Fé, aos poucos esta extingue-se.
É a minoria, como se sabe, que forma a opinião da maioria. Esta apenas repete o que ouve e vê.
As
ideias, tanto boas como más, “ enchem o ar”, como ondas de rádio.
Ninguém as vê, ninguém sabe por onde andam, mas entram sorrateiramente
na alma de cada um.
Os
receptores, aos milhares, encontram-se prontos a receber a mensagem e a
difundi-la, mas se não houver emissor, se não houver quem difunde, quem
a pode escutar?
Gabriel
Marcel em: “ Os Homens Contra o Homem”, assegura: que a opinião pública
é coisa mais maleável do mundo. A publicidade sabe que isso é verdade, e
também os enganadores, que procuram aniquilar valores que sempre
orientam o nosso povo, sabem, que paulatinamente, tudo de santo, de
honesto, que o coração conserva, será destruído.
Mas
se a calamidade que desabou, minando a juventude, retirando pudor e
dignidade à mulher, persiste, é devido aos crentes envergonharem-se de a
rebater; e não a rebatem, porque se encontram desunidos e amam mais os
homens que a Deus.
Urgente
é levar Cristo aos cristãos. Urgente é sair a terreiro, pelejar os
desacertos que querem impingir, em nome da liberdade e direitos da
mulher. È urgente levantar bem alto, em unicíssimo, a voz contra os
atentados à dignidade humana.
Está
na hora dos crentes, que o são: professores, artistas, escritores,
jornalistas, políticos, se unirem e clamarem bem alto: BASTA!
Basta
de ter medo! Basta o receio de ser diferente! Basta de ser duplo:
cristão no templo, no resguardo da comunidade, e agnóstico no mundo!
Basta de ter medo dos que querem destruir os nobres valores do nosso
povo!
Basta!
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
publicado por solpaz às 11:06
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