Luiz
Carlos Nogueira
Desde
que o ser humano tomou consciência da sua existência material aqui na Terra,
começou a se preocupar e a indagar sobre finitude da vida e se haveria
continuidade dela além-túmulo, pois repugna à sua razão a ideia do nada
absoluto.
Sem
nenhuma certeza da vida sempiterna, muitas pessoas, conforme recolhemos da
Wikipédia, se deram às práticas niilistas, como negação do
desperdício da força vital diante da esperança vã de uma recompensa ou de um
sentido para a vida, em oposição aos autores socráticos e, por conseguinte, à moral cristã, negando que a vida
deva ser regida por quaisquer tipos de padrões morais, visando a um mundo superior,
de sorte que isso faz com que o homem minta a si próprio, falsifique-se,
enquanto vive a vida fixado numa mentira. Assim no niilismo não se promove a
determinação de valores fixos, postulados, uma vez que tal determinação é
considerada uma atitude negativa.
Segue-se, ainda, na
Wikipédia, que o niilismo é: “De caráter
fundamentalmente intelectual, o niilismo representou uma reação contra as
antigas concepções religiosas, metafísicas e idealistas. Os
jovens, retratados como rudes e cínicos, combateram e ridicularizaram as ideias
de seus pais.”.
De outra forma, as
pessoas se entregavam à prática do hedonismo, ou seja, doutrina que concorda na determinação
do prazer como o bem supremo, finalidade e fundamento da vida moral, embora se
afastem no momento de explicitar o conteúdo e as características da plena
fruição, assim como os meios para obtê-la. Enfim, que se resume em dedicar-se
ao prazer como estilo de vida.
Assim, as escolas iniciáticas foram
criadas pelos antigos sacerdotes e hierofantes dos mistérios, principalmente do
Egito Antigo, com a finalidade de transmitir através de iniciações aos sinceros
buscadores da luz espiritual e do ocultismo, segundo eles, as verdades da vida
e da morte.
Tais ensinamentos se baseavam na
lendária morte (por assassinato) e ressurreição de Osíris,
porém, a cerimônia, diferentemente das de hoje, era um ritual ao qual
denominavam de ressurreição em vida, que na verdade era algo mais em benefício
de uma pessoa viva do que propriamente um defunto.
O assassinato de Osíris, na verdade
era uma simulação da qual todos os candidatos dispostos a participar nos
Mistérios de Osíris, tinham que se submeter, para tornarem-se unos como o
espírito de Osíris que foi o introdutor desses mistérios.
Os templos antigos eram planejados
arquitetonicamente, de forma que possuíam dois amplos compartimentos, sendo um
destinados aos cultos comuns e outro para os ensinamentos e iniciações nos
mistérios secretos.
Os sacerdotes utilizavam-se da
hipnose, passes mesméricos, fumigações e aspersões medicamentosas sobre o
candidato, colocando-o dessa maneira em profundo transe como se estivesse
morto. E enquanto o candidato jazia inerte, sua alma se desprendia do corpo
ficando unida apenas pelo cordão místico de prata, que era visto apenas pelos iniciadores
sensitivos videntes, senso que suas funções orgânicas do corpo eram
conservadas, mesmo com todas as atividades vitais suspensas.
A finalidade desse tipo de iniciação
era ensinar ao neófito, que não existe morte, pois esse era um meio mais claro
e prático de demonstrar isso, fazendo-o passar pelo processo do que se chama
morte, transpondo os limites da vida material e incursionando no outro lado da
existência, ou no mundo espiritual.
O candidato estando em transe
profundo, era colocado em um caixão feito para múmias, contendo inscrições
hieroglíficas e pinturas, sendo depois, lacrado, como se tivesse sido de fato,
assassinado.
Esgotado o tempo marcado para o
transe, o caixão era aberto, fazendo por meios adequados, que o candidato fosse
despertado. Assim essa trama alegórica indicava a ressurreição mística de
Osíris, que na verdade significava a verdadeira ressurreição do candidato
iniciado nesses Mistérios.
Após o candidato haver passado por
essa prova (em transe) e estar desperto, era levado para receber os primeiros
raios do Sol em sua face.
Assim é que, como expertises na
prática do hipnotismo, alguns sacerdotes e todos os Sumos-sacerdotes egípcios, podiam
induzir as pessoas ao sono cataléptico, como se mortas estivessem. Ao
mesmo tempo podiam manter desperta a mente do candidato, e fazê-lo passar por
inúmeras experiências fora do corpo físico nas dimensões do mundo espiritual e
depois fazê-lo lembrar de tudo, quando voltasse ao estado normal de consciência.