sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A MAIS CONVINCENTE CERIMÔNIA DE INICIAÇÃO










Luiz Carlos Nogueira









Desde que o ser humano tomou consciência da sua existência material aqui na Terra, começou a se preocupar e a indagar sobre finitude da vida e se haveria continuidade dela além-túmulo, pois repugna à sua razão a ideia do nada absoluto.

Sem nenhuma certeza da vida sempiterna, muitas pessoas, conforme recolhemos da Wikipédia, se deram às práticas  niilistas, como negação do desperdício da força vital diante da esperança vã de uma recompensa ou de um sentido para a vida, em oposição aos autores socráticos e, por conseguinte, à moral cristã, negando que a vida deva ser regida por quaisquer tipos de padrões morais, visando a um mundo superior, de sorte que isso faz com que o homem minta a si próprio, falsifique-se, enquanto vive a vida fixado numa mentira. Assim no niilismo não se promove a determinação de valores fixos, postulados, uma vez que tal determinação é considerada uma atitude negativa.

Segue-se, ainda, na Wikipédia, que o niilismo é: “De caráter fundamentalmente intelectual, o niilismo representou uma reação contra as antigas concepções religiosas, metafísicas e idealistas. Os jovens, retratados como rudes e cínicos, combateram e ridicularizaram as ideias de seus pais.”.

De outra forma, as pessoas se entregavam à prática do hedonismo, ou seja, doutrina que concorda na determinação do prazer como o bem supremo, finalidade e fundamento da vida moral, embora se afastem no momento de explicitar o conteúdo e as características da plena fruição, assim como os meios para obtê-la. Enfim, que se resume em dedicar-se ao prazer como estilo de vida.

Assim, as escolas iniciáticas foram criadas pelos antigos sacerdotes e hierofantes dos mistérios, principalmente do Egito Antigo, com a finalidade de transmitir através de iniciações aos sinceros buscadores da luz espiritual e do ocultismo, segundo eles, as verdades da vida e da morte.

Tais ensinamentos se baseavam na lendária morte (por assassinato) e ressurreição de Osíris, porém, a cerimônia, diferentemente das de hoje, era um ritual ao qual denominavam de ressurreição em vida, que na verdade era algo mais em benefício de uma pessoa viva do que propriamente um defunto.

O assassinato de Osíris, na verdade era uma simulação da qual todos os candidatos dispostos a participar nos Mistérios de Osíris, tinham que se submeter, para tornarem-se unos como o espírito de Osíris que foi o introdutor desses mistérios.

Os templos antigos eram planejados arquitetonicamente, de forma que possuíam dois amplos compartimentos, sendo um destinados aos cultos comuns e outro para os ensinamentos e iniciações nos mistérios secretos.

Os sacerdotes utilizavam-se da hipnose, passes mesméricos, fumigações e aspersões medicamentosas sobre o candidato, colocando-o dessa maneira em profundo transe como se estivesse morto. E enquanto o candidato jazia inerte, sua alma se desprendia do corpo ficando unida apenas pelo cordão místico de prata, que era visto apenas pelos iniciadores sensitivos videntes, senso que suas funções orgânicas do corpo eram conservadas, mesmo com todas as atividades vitais suspensas.

A finalidade desse tipo de iniciação era ensinar ao neófito, que não existe morte, pois esse era um meio mais claro e prático de demonstrar isso, fazendo-o passar pelo processo do que se chama morte, transpondo os limites da vida material e incursionando no outro lado da existência, ou no mundo espiritual.

O candidato estando em transe profundo, era colocado em um caixão feito para múmias, contendo inscrições hieroglíficas e pinturas, sendo depois, lacrado, como se tivesse sido de fato, assassinado.

Esgotado o tempo marcado para o transe, o caixão era aberto, fazendo por meios adequados, que o candidato fosse despertado. Assim essa trama alegórica indicava a ressurreição mística de Osíris, que na verdade significava a verdadeira ressurreição do candidato iniciado nesses Mistérios.

Após o candidato haver passado por essa prova (em transe) e estar desperto, era levado para receber os primeiros raios do Sol em sua face.

Assim é que, como expertises na prática do hipnotismo, alguns sacerdotes e todos os Sumos-sacerdotes egípcios, podiam induzir as pessoas ao sono cataléptico, como se mortas estivessem. Ao mesmo tempo podiam manter desperta a mente do candidato, e fazê-lo passar por inúmeras experiências fora do corpo físico nas dimensões do mundo espiritual e depois fazê-lo lembrar de tudo, quando voltasse ao estado normal de consciência.















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