terça-feira, 22 de março de 2011

ENSINAMENTOS SUFIS DE HAZRAT INAYAT KHAN

Por Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com

Hazrat Inayat Khan, escritor, filósofo, poeta e músico sufi indiano, (Urdu: عنایت خان) (5 julho de de de 1882 - 05 fevereiro de de de 1927) foi um exemplo do Sufismo Universal e fundador da "Ordem Sufi no Ocidente", em 1914 (Londres). Depois, em 1923, a Ordem Sufi do período de Londres foi dissolvida e uma nova organização foi formada sob a lei Suíça, passando a ser chamada de "Movimento Internacional Sufi".Hazrat veio inicialmente para o Ocidente como representante da música indiana clássica, mas logo voltou para introduzir e transmitir o pensamento e práticas Sufis. Sua mensagem universal de unidade divina (Tawhid) centrou-se nos temas de amor, harmonia e beleza, ensinando que a adesão cega a qualquer livro, anula qualquer religião do espírito.

Dizia ele que: Neste mundo objetivo precisamos de um mecanismo objetivo para poder criar determinados resultados. Se as pessoas que estão no caminho espiritual não podem ver este lado do assunto, isso apenas prova que têm falta de equilíbrio apesar de sua bondade e espiritualidade.

O homem prático, pois, tem boas razões para rir da pessoa que possui uma mentalidade mística. Por isso a tarefa do Movimento Sufi não é só guiar almas para um ideal mais alto, é também dizer-lhes que mantenham os olhos abertos no caminho, a fim de que possam ver para onde estão se dirigindo. Os Sufis devem dar o exemplo, para que os que não têm nenhuma crença nas idéias espirituais possam crer, mostrando-lhes equilíbrio em suas vidas.

Um indivíduo pode muito bem tomar conta de si e meditar sobre sua saúde, mas o ambiente em que vive pode ser a causa de uma doença e isso não pode ser ajudado. Não se trata de falta de espiritualidade da parte da pessoa, é a falta de materialismo. Não é uma prova de que devemos equilibrar as coisas? Ninguém por sentir-se exaltado se souber que se tornando um homem espiritual flutua no ar num ato de levitação e não é melhor que um balão. O homem que consegue ficar firme na terra é quem realizou alguma coisa.

Não podemos dizer de cada homem que se mantém firme nos próprios pés. Nada pior no mundo do que ser dependente e se a espiritualidade torna o homem mais dependente ou, em outras palavras, coloca-o à mercê de outras pessoas nas coisas práticas da vida, nesse caso a espiritualidade não é desejável. Espiritualidade é domínio tanto material como espiritual, é sermos capazes de nos conduzir e nos habilitar a manter um mecanismo adequado de vida.

A tarefa do Sufi não é interferir na religião de ninguém, nem forçar uma crença em que quer que seja. O Sufi não diz a ninguém para acreditar numa coisa ou noutra. O Sufi diz: Queres saber tudo sobre inspiração? Queres saber a respeito da revelação? O caminho a seguir é crer tanto quanto tua inteligência te permite crer, tanto quanto possas alcançar. Não acredites naquilo que tua inteligência não permite que acredites.

No entanto, o Sufi vê a Verdade em todas as religiões, não diz que uma religião não é a sua religião. O Sufi vê uma Verdade em todas as formas. Se convidarem um Sufi para visitar e fazer preces numa igreja Cristã, prontamente aceita. Se quiserem leva-lo a uma sinagoga pedindo-lhe que ore como os israelitas, faz isso com prazer. Ente os Muçulmanos rezará o Nimaz com eles. No templo Hindu o Sufi vê o mesmo Deus, o Deus vivo, no lugar do ídolo. No templo de Budha sente-se inspirado e não se deixa cegar pela idolatria. A verdadeira mesquita do Sufi é o seu coração onde vive o Bem-Amado, que é adorado tanto pelos Muçulmanos como pelos Kufrs.

O objetivo no Movimento Sufi é trazer um melhor entendimento entre indivíduos, nações e raças e ajudar os que estão à procura da Verdade. Seu tem central é a conscientização da divindade da alma humana.

Hazrat também disse que o Sufismo é uma religião se as pessoas quiserem aprender religião com o Sufismo. É uma filosofia se alguém quiser aprender sabedoria com o Sufismo. É misticismo se alguém quiser ser guiado pelo Sufismo no desdobramento da alma.

O Sufismo não é nem deísmo nem ateísmo, porque deísmo significa crença num Deus distante no céu e ateísmo significa não crer em Deus. O Sufi crê em Deus, mas em que Deus? No Deus de quem se separou, no Deus que está dentro e fora dele. É como está escrito na Bíblia: “Vivemos, nos movemos e temos o nosso ser em Deus” (ver Atos dos Apóstolos 17:28: , "Porque nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos;...")

O Sufi não prescreve princípios para ninguém, mas isso obviamente não se aplica à vida comum, onde o fato de uma pessoa não ter princípios leva-a a ser considerada muito pouco recomendável. Muitos admiram-se como o Sufismo pode ser seguido se não tem princípios. A resposta é que o que é bom para um pode não ser bom para outro.

Os Sufis foram chamados de Sufis pelos outros, porque nunca deram a si próprios nenhum nome. Sempre foram indivíduos livres no que diz respeito a nomes, rótulos, distinções de personalidades. Por isso o mundo os chamava de Sufis, palavra derivada de “Saf”, que na língua Árabe quer dizer “puro”.

Finalmente, Hazrat dizia que:

O progresso espiritual é a expansão da alma. Não é sempre desejável viver no topo da montanha porque o chão também é feito para o homem. O desejável é ter os pés no chão e a cabeça tão alta como topo da montanha. Quem puder observar a vida de todos os lados, de todos os ângulos, terá uma experiência diferente de cada ângulo. De qualquer lado que olhar receberá um novo conhecimento, um conhecimento diferente ao anterior.

Nota: Esses ensinamentos Sufis são encontrados no livro A Mensagem Sufi de Hazrat Inayat Khan, editado pela Fundação Educacional e Editorial Universalista, Rua Joaquim Nabuco 205, Porto Alegre 90050-340, RS. T: 5132252417

4 comentários:

  1. Gosto muito dos livros de Hazrat. Gostaria de saber quais são os livros traduzidos para o português.
    Nilce.

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    1. Nilce, neste site há várias obras de Hazrat em vários idiomas, sendo sete delas em português. http://www.sufimovement.us/audio-hik-books.phpcupom

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  2. Tenho muita afinidade com o Movimento Sufi . E,desde tive conhecimento das idéias do Sufi Abu Al-Hassan Salman comecei como um Sufi a escrever poesias com fundamento Hermético. E como gosto de música identifiquei-me com o Mestre Hazrat.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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