segunda-feira, 18 de abril de 2011

Quais são a reais necessidades da vida?


Por Helena Petrovna de Blavatsky

Tradução de Luiz Carlos Nogueira

Nada mais valiosos para um indivíduo do possuir um ideal elevado em relação aos qual possa aspirar contínuamente, modelando por ele seus pensamentos e emoções que regulam sua conduta na vida. Se se esforça por ser, ao contrário de parecer ele se aproximará cada vez mais do seu ideal. No entanto, ele terá que lutar por essa realização, e se seu ideal é verdadeiramente elevado e ele (o indivíduo) estiver preparado para alcançá-lo, esse ideal não envanecerá, desde que, por outro lado, seja humilde e justo, porque para descobrir antes a possibilidade de maior avanço em níveis ainda mais elevados, terá que idealizar seu plano de existência de modo a refrear o seu ardor para não impedir seu progresso.

É precisamente, o reconhecimento dessas enormes possibilidades de vida humana, que será nece­sario para dissipar o ennui e converter a apatia na atração pela vida. Assim, vida não será odiosa, mas aceitável, quando compreendemos claramente sua finalidade e acreditamos que sua esplêndidas oportunidades. A maneira mais simples e segura para chegar a este nível elevado de consciência é o exercício do altruísmo, tanto nos pensamentos quanto na ações. Estreito é, de fato, do campo visual limitado da personalidade (do eu), que mede todas as coisas pelo interesse pessoal egoísta, porque em tal limitação não é possível que o ego possa conceber elevados ideais ou aproximar-se dos mais altos planos de existência. Condições de avanço estão dentro, não fora de cada um, e felizmente são independentes das circunstâncias e condições de vida terrena. Portanto, tudo isso dá-lhes a oportunidade de ir se elevando aos planos superiores da existência, desde que também colabore com a natureza de conformidade com o claro intuito de vida.

Se acreditamos que o propósito da vida é a satisfação e bem estar da personalidade, e que o bem-estar material é atribuído à suprema felicidade, nós confundiremos inferior com o superior tomando a ilusão pela verdade. A vida material é um resultado do material da constituição de nossos corpos. Nós somos "vermes da terra", porque nossas aspirações se acham rastejando no planeta. Mas se nós resolvermos trilhar o caminho da evolução buscando menos o material e mais o etéreo, levaria a civilização a ser muito diferente. Muitas coisas que pareciam indispensáveis e necessárias, agora deixam de significar uma necessidade para nós; e se nós pudessemos transferir nossa consciência de um extremo ao outro do globo com a velocidade do pensamento, não nos seria tão mais útil a mídia atual. Quanto mais nos afundarmos na matéria, mais necessitaremos de bens materiais para sentirmos conforto; mas o essencial e poderoso Deus interno do homem não é material e tampouco depende de restrições peculiares da matéria.

Quais são as reais necessidades da vida? A resposta está relacionada com o que todo mundo cria como sendo necessário. As estradas de ferro, navios a vapor, luz elétrica, etc., são ainda necessidades para nós; mas milhões de pessoas viveram em outras épocas muito felizes sem sabê-los. Para uns uma dezena de palácios podem ser uma necessidade imperiosa já para outros, basta-lhes uma carruagem, um cachimbo ou uma garrafa de rum. Mas todas essas necessidades só existem porque o homem as criou. Elas são fictícias, representam o estado em que o homem está satisfeito, e que pode ser um incentivo a permanecer nele, sem querer algo maior, por isso pode ser obstáculo para a sua evolução. Se nós nos elevarmos a um estado superior, que efetivamente não é nada artificial, todas as coisas fictícias já não seriam necessárias; mas o desejo de delícias rudes, no que tem fixado o seu pensamento, impede que o homem entrar na vida superior.

Tradução do texto original em espanhol, extraído do livro “Ocultismo Prático”, de Helena Petrovna de Blavatsky, de domínio público na Internet:


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