terça-feira, 19 de julho de 2011

Tulku e Tulkuismo


Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com





Segundo o fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose, Henrique José de Souza, o termo “tulku”, consiste na inversão da palavra, como acontece com os anagramas, que neste caso resultaria em kulto ou kutur, que em alemão significa cultura, e em latim, cultus que tem o mesmo significado.

Dessa forma o tulkuismo consiste num processo de transmissão de cultura ou sabedoria mental psíquica ou moral. Em outras palavras, assim como o aluno é um tulku do professor que lhe transmite ou infunde seus conhecimentos, assim também o Adepto (mestre espiritual) transfere ou projeta seus conhecimentos esotéricos, místicos, ocultos, etc, para o seu aprendiz, aluno ou discípulo.

Para aqueles que acreditam nessa possibilidade, o tulku é como uma sombra ou projeção de entidades superiores relacionadas com o Supremo Arquiteto dos Mundos ou Consciência Única (que chamamos de Deus), por um processo serial infinito, que vem criando ininterruptamente num sistema de evolução, todos os seres que integram a vida do universo.

Diz-se que no início a Unidade (o Todo) se desdobrou em sete partes, que por sua vez também se desdobrou em outras sete partes e assim sucessivamente, construindo assim uma imensa ramificação a que denominam de a Árvore da Vida, cujos ramos se prendem a todas as partes e ao próprio Todo que é essa Consciência Una, fluindo desde os seres por ela criados até à ultima partícula material ou espiritual. Isso para os versados nesse campo espiritual é que resulta no tulkuismo, ou seja, como se fosse uma irrigação da Consciência Una (ou a emanação do Uno) a todos os tulkus criados por Ela.

Segundo os versados na teoria ou doutrina do Tulkuismo, todos os Avataras ou Seres Iluminados, tais como Jesus, Buda e outros, fizeram de tulkus os seus discípulos, impregnando-os com as suas consciências, quando lhes deixaram seus ensinamentos para que eles pudessem prosseguir com as obras desses mestres da humanidade. Daí sucede que os discípulos que receberam os conhecimentos de seus mestres, podem criar novos tulkus, que por sua vez também prosseguem fazendo o mesmo, e assim sucessiva e infinitamente.

Ainda, conforme os estudiosos da doutrina do tulkuismo, que se insere na doutrina do Budismo Tibetano, chamada de Tulku, significa dizer que o ocultista superior elege um dos seus iniciados merecedores da sua mais alta confiança, e lhe destina uma parte da sua consciência que é corporificada por um período de tempo, seja de alguns minutos ou de alguns dias, a fim de que o iniciado eleito possa cumprir uma tarefa de ensinar. De tal sorte o iniciado eleito procede como portador consciente das mensagens do seu mestre, com se fosse um carteiro que conhece o teor das correspondências a serem entregues nos destinos.

Portanto, para esses estudiosos, não há que confundir o tulkuismo com a mediunidade comumente vista, ou seja, quando o médium entra nas várias condições de transe, ocorrendo a perda temporária da sua consciência, o que não ocontece com o tulku que fica completamente consciente do que ocorre. O tulku se mantém autoconsciente do que ocorre enquanto empresta o seu corpo físico para o uso temporário do seu mestre ou outra consciência superior.

Já o médium comum, e não há nenhum demérito nisso, está sujeito à influência de vários tipos de entidades astrais, sejam elas elevadas ou inferiores (espíritos dos mortos) e até mesmo dos elementais. Ao contrário, o ocultista trasmite as influências e os conhecimentos dos mestres vivos, que dominaram a maestria e os conhecimentos ocultos, mediante longos e árduos treinamentos.

Conta-se que Helena Petrovna de Blavatsky, no início da sua “missão” tinha fortes tendências mediúnicas, mas que foram domadas, controladas e transmutadas com o auxílio de seu Mestre Kut Hu Mi, tanto que ela declarou que: "Eu conhecia e conversava com muitos 'John King' em minha vida – um nome genérico para mais de um espectro -, mas graças ao céu nunca fui 'controlada' por um! Minha mediunidade foi aniquilada em mim há um quarto de século ou mais; e eu desafio em voz alta todos os 'espíritos' do Kâmaloka a se aproximarem – não queriam me controlar agora[..])”

A Sra. Blavatsky atuou muito durante toda a sua vida pública missionária, como o tulku temporário de um ou outro iniciado. Em seu Livro “Isis Sem Véu” (Vol. IV – Teologia, 10ª Ed., São Paulo: Editora Pensamento Ltda, 1995), ela escreveu: “A mediunidade é o contrário da condição de adepto; o médium é um instrumento passivo de influências estranhas, o adepto controla-se ativamente e a todas as potências inferiores.” [...] “Uma fase da habilidade mágica é a separação voluntária e consciente do homem interior (forma astral), do homem exterior (corpo físico). No caso de alguns médiuns ocorre essa separação, mas é inconsciente e involuntária. Nestes últimos, o corpo é mais ou menos cataléptico nessas ocasiões; mas, no adepto, a ausência da forma astral não seria notada, pois os sentidos físicos estão alertas e o indivíduo parece estar abstraído – ‘um devaneio’, como alguns o chamam.” (pag.208) [...] “O adepto pode controlar as sensações e alterar as condições dos corpos físicos e astrais de outras pessoas que não sejam adeptos; também pode governar e utilizar, como quiser, os espíritos dos elementos.”(pag.209)

Para visitar o site da Sociedade Brasileira de Eubiose, clique aqui.

6 comentários:

  1. IMPRESSIONANTE o conteúdo esclarecedor desta matéria,meus cumprimentos para quem a postou aqui na web. Uma pergunta: O Ser que foi o Mestre da Música, Ludwig van Beethoven,é assim TÃO evoluído,que possa ter tulkus atualmente encarnados na Terra? Ele mesmo poderia estar reencarnado? Ou seja,a MÔNADA, este Ser,poderia projetar uma nova,por assim dizer,ramificação de Si mesmo,sob forma palingenética terrena? Quais seriam,em princípio e em tese,as características para identificação de um Espírito encarnado que porventura fosse um tulku de Ludwig van Beethoven? Gostaria de receber considerações a tal respeito,se alguém ler este comentário e quiser contato,acesse este e mail: syntureytt@hotmail.com Grata, Deus nos abençoe,sempre e para sempre!

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    1. Gostaria tbm de saber esta resposta

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    2. Gostaria tbm de saber esta resposta

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    3. Desculpem-me, seus questionamentos me passaram despercebidos, dado ao volume de e.mails que recebo. Não sou um mestre como foi Henrique José de Souza, para afirmar que Beethoven possa ter deixado tulkus, mas pela informação do referido mestre, isso pode ter ocorrido, mas daí para detectar tal ocorrência, realmente eu desconheço. O nosso Orbe Terreste é imenso. Quantos virtuoses estão no mundo e não lhes foi apresentado? Pode ser que haja alguém ainda não descoberto, que tenha herdado as virtudes do Beethoven. Um abraço a vocês.

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  2. Agora sim entendi o que é tulkuismo,mas ainda ficou uma dúvida:todo ser humano é tulko? sempre do TODO ou de divindades? tem como saber se de quem somos tulko? gratidão!

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    1. Profa. Iraci, eu entendo que não são todas as pessoas que podem ser tulkus. Pelo que sei, uma ou outra pessoa poderá ser escolhida e preparada para isso, por um mestre, segundo a Eubiose.

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