segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quem foi Albert Pike – Sua biografia e algumas das suas afirmações sobre a Maçonaria


Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com


A BIOGRAFIA

Albert Pike, nasceu em Boston, Massachusetts (EUA), no dia 29 de dezembro de 1809, foi segundo informações extraídas do site: http://www.freemasons-freemasonry.com/apikefr.html (acessado em 17/10/2011), era o mais velho dos seis filhos de Benjamin e Sarah Andrews Pike. Albert foi criado em um lar cristão freqüentando uma igreja Episcopal.


Quando tinha 15 anos, Albert passou no exame de admissão na faculdade de Harvard, porém não pôde freqüentá-la porque não tinha recursos financeiros. Por isso, mais tarde foi para Santa Fé, estabelecendo-se em Arkansas, onde trabalhou como editor de um jornal antes de ir trabalhar num bar. No Arkansas, encontrou Mary Ann Hamilton, com quem se casou em 28 de novembro de 1834. Dessa união nasceram-lhes 11 filhos.


Quanto Albert tinha 41 anos, candidatou-se para a admissão no Western Star Lodge. Tornando-se membro ativo na Grande Loja do Arkansas, atingiu os 10 graus do Rito de York de 1850 a 1853.


Em março de 1853, em Charleston, Albert recebeu os 29 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, de Albert Gallatin Mackey ( O Rite The Scottish havia sido introduzido nos Estados Unidos em 1783. Charleston foi o local do primeiro Supremo Conselho, que governou o Rito Escocês nos Estados Unidos, até que um Supremo Conselho do Norte foi criada em Nova York, em 1813).. A fronteira entre o Jurisdições Sul e Norte, ainda hoje reconhecido, foi firmemente estabelecida em 1828. Mackey então convidou Pike a participar do Conselho Supremo para a Jurisdição do Sul em 1858 em Charleston, e ele tornou-se o Grande Comendador do Supremo Conselho no ano seguinte. Albert Pike ocupou esse cargo até sua morte, apoiando-se em várias ocupações, como editor do Memphis Daily Appeal, de fevereiro 1867 a setembro de 1868, graças aos seus conhecimentos das leis. Depois, Albert Pike abriu um escritório de advocacia em Washington, tendo defendido vários casos perante a Suprema Corte dos EUA.


No entanto, Pike se empobreceu por conseqüência da Guerra Civil, e passou grande parte de sua vida, muitas vezes pedindo o dinheiro para despesas básicas ao Conselho Supremo, que acabou votando (em 1879) uma ajuda financeira de US $ 1.200, por ano, como uma espécie de aposentadoria para o resto de sua vida. Ele faleceu em 02 de abril de 1892, em Washington.


Percebendo que uma revisão do ritual era necessário para que o Rito Escocês sobrevivesse, Albert Pike e Mackey foram encorajados a rever o ritual para produzir um padrão para ser usado em todos os estados da Jurisdição Sulista. A revisão começou em 1855, e depois de algumas alterações, o Conselho Supremo endossou revisão de Pike em 1861. Pequenas mudanças foram feitas em dois graus em 1873 depois de os corpos do Rito de York no Missouri objetar que os graus 29 e 30 ° revelavam segredos do Rito de York.


Pike é mais conhecido por sua grande obra, Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry (Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria), publicado em 1871. Morals and Dogma não deve ser confundido com a revisão que Albert Pike efetuou no ritual do Rito Escocês. São obras distintas. Walter Lee Brown escreveu: "Pike pretendia que [Morals and Dogma] fosse um complemento desse grande sistema de instrução moral, religiosa e filosófica, que ele tinha desenvolvido em sua revisão do ritual escocês."


Moral e Dogma era tradicionalmente dado ao candidato, quando atingia o grau 14 do Rito Escocês. Esta prática foi interrompida em 1974. Uma Ponte para a Luz, por Rex R. Hutchens, é fornecido aos candidatos hoje nos EUA. Hutchens lamenta que Morals and Dogma é lido apenas por alguns maçons. Uma Ponte para a Luz foi escrito para ser "uma ponte entre as cerimônias dos Graus e a leitura em Morals and Dogma".


Outras informações complementares foram colhidas do seu famoso livro “Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceita da Maçonaria Graus Simbólicos” (que pode ser adquirido, em português, na Livraria Maçônica Paulo Fuchs, São Paulo, SP, maio de 2002 — Telefone 11 5510-0370 — Site na Internet: http://www.livrariamaconica.com.br), dizem que:


— Albert Pike foi brilhante professor, poeta, escritor, advogado, editor e expoente da Maçonaria. Foi também General Brigadeiro da Confederação;

por se distinguir em literatura recebeu o grau de Mestre Honorário em Artes na Universidade de Harvard, da qual ele tinha sido excluído no colégio por falta de possibilidade de pagar seus estudos;

em 1831 partiu para o oeste, para Santa Fé, com um grupo comercial. No ano seguinte, com um grupo de caça, desceu o rio Pecos até a planície de Staked, onde, com outros, quatro viajou principalmente a pé até chegar a Fort Smith, no Arkansas. Suas aventuras e feitos estão contados em um livro de prosa e verso publicado em 1834;

— enquanto ensinava, ao sul de Van Buren e no rio Little Piney, contribuiu com artigos para o jornal Little Rock Advocate e chamou a atenção de Robert Crittenden, com a ajuda de quem chegou a ser editor daquele jornal – que dois anos mais tarde passou a ser sua propriedade;

— foi admitido no tribunal em 1835 e estudou e praticou advocacia até a Guerra do México, quando recrutou uma companhia de cavalaria e esteve presente na batalha de Buena Vista sob o comando do famoso Coronel Charles May. Em 1846 duelou com o General John Selden Roane, mais tarde governador do Arkansas, por algo que este disse em suas memórias daquela batalha sobre o regimento de Arkansas de Pike;

em 1849 foi admitido no tribunal da Suprema Corte dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que Abraham Lincoln e Hannibal Hamlin. Em 1853 mudou-se para New Orleans, já preparado para praticar na corte de Louisiana por ter estudado os “Pandects”, dos quais traduziu o primeiro volume para o inglês. A jurisprudência da corte de Louisiana estava baseada no Direito Romano e não no Direito Inglês. Também fez traduções de muitas autoridades Francesas. Escreveu, ainda mais, um livro inédito de três volumes sobre “As Máximas da Legislação Romana e Francesa”;

— depois em 1857 passou a atuar por muitos anos como advogado dos índios Choctaw e, em 1859, auxiliado por outros três advogados, obteve para os Choctaw uma indenização de US$ 2,981,247. Whig (1) declarado e anti-separatista (2), em 1861 foi advogado proeminente e grande proprietário de terras em Little Rock, Arkansas; mas preferiu apostar no Sul a abandonar seus amigos e sua propriedade. Foi indicado Comissário para as tribos do Território Indígena. Como tal, conseguiu a aliança dos índios Creek, Seminole, Choctaw, Chickasaw e parte dos Cherokee com a Confederação;

— em 15 de agosto de 1861 recebeu o posto de General Brigadeiro no exército dos Estados Confederados e comandou uma brigada de índios na batalha de Pea Ridge. Sua carreira na Guerra Civil foi infeliz, para dizer o mínimo, e finalmente resultou em sua prisão pelo General Hindman e a observação do General Douglas Cooper de que Pike seria “ou insano ou falso para com o Sul”;

— Pike lutou com suas tropas indígenas em Elkhorn Tavern, e a conduta dúbia dos índios refletiu sobre ele, talvez injustamente. Posteriormente, alegou que eles tinham sido recrutados apenas para defenderem seus territórios. Em sua defesa, devemos observar que Pike teve pouca oportunidade de disciplinar ou de treinar suas tropas índias. Quando as mortes dos Generais McCulloch e McIntosh fizeram de Pike o mais antigo oficial sobrevivente Confederado, ele não foi capaz de reagrupar nem de reorganizar suas tropas. Depois de muita acrimônia, Pike renunciou de seu posto Confederado em 12 de julho de 1862, renúncia aceita em 5 de novembro de 1860;

— como já foi visto, Albert Pike viveu em semi-aposentadoria durante o final da guerra e, depois que ela terminou, foi visto com suspeita por ambos os lados do conflito. Foi indiciado por traição pelas autoridades dos Estados Unidos, mas teve seus direitos civis restaurados em seguida. Depois da guerra, foi morar em Memphis(Tennessee), e em 1867 editou o jornal Memphis Appeal. No ano seguinte mudou-se para Washington, D.C. e praticou advocacia nas cortes até 1880;

— durante o restante de sua vida devotou sua atenção a escrever tratados legais e a interpretar a moral e os dogmas da Ordem Maçônica. Foi sétimo Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho aos 50 anos e serviu de 1859 até sua morte, em 1891. Durante esses 32 anos, escreveu e compilou muitos livros e familiarizou-se com muitos idiomas, entre eles o latim, grego e sânscrito;

— é reconhecido como um grande conhecedor da Maçonaria, filósofo e historiador. Utilizou seus amplos talentos para pesquisar e reescrever os Rituais do Rito Escocês Antigo e Aceito. Sua reputação como jurista, orador, filósofo, soldado, sábio e poeta, se espalhou pelo mundo.

Morreu na casa do Templo do Rito Escocês em Washington, D.C. em 2 de abril de 1891 e está enterrado no Cemitério Oak Hill, na mesma cidade;

— em 1898 o Congresso dos Estados Unidos aprovou a construção de um monumento em sua honra, que foi terminado e inaugurado em outubro de 1901 na Praça do Judiciário, em Washington, D.C.. O monumento o descreve como um “pioneiro, um cruzado da justiça para os índios americanos, brincalhão, reformador, jornalista, filósofo, advogado proeminente... ...general da Guerra Civil, violinista, cantor, compositor; realmente, um homem da Renascença”.

Notas do tradutor (Ladislau Fuchs) para a Livraria Maçônica Paulo Fuchs, São Paulo, SP, maio de 2002 — Telefone 11 5510-0370 — Site na Internet: http://www.livrariamaconica.com.br ):

(1) : Membro do partido fundado em 1834, em oposição ao partido democrático, e favorável à revolução contra

a Inglaterra.

(2) : Contra a separação dos estados sulistas (Confederados) do restante do país (Yankees).

* Consulte também a Wikipédia, clicando neste link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Pike.

AS AFIRMAÇÕES

Pois bem, então vamos agora às afirmações de Albert Pike:

(I) Sobre a falsa verdade e sobre a fraternidade dentro de uma fraternidade.

Esta é uma das afirmações que mais chama a atenção e convida a refletir.

“ A Maçonaria, como todas as Religiões, todos os Mistérios, Hermetismo e Alquimia, oculta seus segredos de todos exceto dos Adeptos e Instruídos, ou os Eleitos, e usa explicações falsas e interpretações equivocadas de seus símbolos para desorientar os que merecem apenas ser enganados, e para esconder a Verdade, que chama de Luz, dessas pessoas, para mantê-las longe dela.

A Verdade não é para os que não são merecedores ou incapazes de recebê-la, ou mesmo para os que possam subvertê-la. Assim, o próprio Deus incapacita muitas pessoas, com o daltonismo, de distinguir as cores, e dirige as massas para longe da Verdade mais alta, dando-lhes o poder de alcançar apenas o suficiente dela que lhes seja útil saber. Todas as épocas tiveram uma religião adequada a essa capacidade.

Os Professores, mesmo os da Cristandade, são, em geral, os mais ignorantes do verdadeiro significado do que eles ensinam. Não existe livro do qual tão pouco se saiba quanto a Bíblia. Para a maioria que a lê, é tão incompreensível quanto o Zohar.

Assim, a Maçonaria oculta zelosamente seus segredos e desorienta, intencionalmente, intérpretes presunçosos. Sob o sol não existe visão mais deplorável e ridícula do que o espetáculo dos Prestons e dos Webbs, sem citar as encarnações posteriores de estupidez e lugar-comum, tentando “explicar” os velhos símbolos da Maçonaria, acrescentando e “aprimorando”-os, ou até inventando novos.[..]”

Abro parêntesis para constar que sobre isso que Albert Pike afirmou, encontramos também uma descrição da organização da Maçonaria, dita pelo autor maçom Manly Palmer Hall, que essa organização é bidimensional. Ou seja, que a Maçonaria é formada de duas organizações distintamente diferentes, uma visível, e a outra invisível. Hall descreve essa organização de dois níveis: [Hall foi honrado pelo The Scottish Rite Journal, que o chamou de "O Ilustre Manly P. Hall', em setembro de 1990, e também de 'O Maior Filósofo da Maçonaria'.

Manly Palmer Hall escreveu:

“A Maçonaria é uma fraternidade dentro de uma fraternidade — uma organização exterior que esconde uma irmandade interior dos eleitos...é necessário estabelecer a existência dessas duas ordens separadas, porém independentes, a visível e a outra invisível. A sociedade visível é uma esplêndida camaradagem de homens ‘livres e aceitos’ que reúnem-se para dedicarem seu tempo às atividades éticas, educacionais, fraternais, patrióticas e humanitárias. A sociedade invisível é uma fraternidade secreta augustíssima [de majestosa dignidade e grandiosidade], cujos membros dedicam-se ao serviço dos arcanos [segredos, mistérios].” (Lectures on Ancient Philosophy, Manly P. Hal, p.433)

(II) Sobre a afirmação de que a verdade deve ser mantida em segredo.

Disse Pike, que Synesius, Bispo de Ptolemaïs, um grande Cabalista, mas de ortodoxia dúbia, escreveu:

O povo sempre zombará de coisas fáceis de serem mal-compreendidas; suas necessidades básicas têm embustes”.

Um espírito”, disse, “que ama a sabedoria e contempla a Verdade ao alcance da mão é forçado a dissimulá-la para induzir as multidões a aceitá-la... As ficções são necessárias para o povo, e a Verdade se torna mortal para aqueles que não são suficientemente fortes para contemplá-la em todo seu fulgor.

Se as leis sacerdotais permitissem a reserva de julgamento e a alegoria das palavras, eu aceitaria a distinção proposta com a condição de que eu seja um filósofo em casa e um narrador de apologias e parábolas alhures... Na verdade, o que podemos ter em comum entre a vil multidão e a sublime sabedoria? A verdade deve ser mantida em segredo, e as massas precisam de um ensinamento proporcional à sua razão imperfeita”.

“[...] as pessoas se tornam mais livres a cada dia, porque a liberdade está em sua razão. Elas podem refletir sobre suas próprias condutas futuras e calcular as conseqüências; podem ter visões mais amplas da vida humana e estabelecer regras para seguí-las constantemente.

Assim, estarão libertas da tirania do sentido e da paixão, e habilitadas, a qualquer momento, a viver de acordo com a ampla luz do conhecimento que está dentro delas, em vez de serem dirigidas, como uma folha seca nas asas do vento, a cada impulso momentâneo. Nisto reside a liberdade da pessoa, vista em conexão com a necessidade imposta pela onipotência e previsão de Deus. Quanto mais luz, mais liberdade. Quando o imperador e a igreja apelam para a razão, o sufrágio universal existe e é natural.

Portanto, ninguém precisa perder a coragem, nem pensar que o trabalho pela causa do Progresso será desperdiçado. Na natureza não existe desperdício de Matéria, de Energia, de Ação e nem de Pensamento. Um Pensamento é tanto a finalidade da vida quanto uma Ação; e, algumas vezes, um simples Pensamento consegue melhores resultados do que uma Revolução ou mesmo diversas Revoluções. Mas não deve haver separação entre Pensamento e Ação. O Pensamento verdadeiro é aquilo no que a vida culmina. Mas todo Pensamento sábio e verdadeiro produz Ação. É generativo como a luz; e a luz e a profunda treva da nuvem passageira são dádivas dos profetas da raça. O conhecimento, adquirido laboriosamente e induzindo hábitos de Pensamento sólido – o elemento pensante –, deve, necessariamente, ser raro. A multidão de trabalhadores não consegue adquiri-lo. A maioria das pessoas alcança apenas um pequeno nível dele. É incompatível com as vocações comuns e indispensáveis da vida. São necessários um mundo de erros e um mundo de trabalho para se fazer uma pessoa que pensa. Na nação mais evoluída da Europa existem mais ignorantes do que sábios, mais pobres do que ricos, mais trabalhadores automáticos, meras criaturas do hábito, do que pessoas racionais e pensadoras. A proporção é de, pelo menos, uma para mil.

É assim que se obtém unanimidade de opinião. Ela só existe em meio a uma multidão que não pensa, e no clero político ou espiritual que pensa por ela e que pensa em como dirigi-la e governá-la.

Quando as pessoas começaram a refletir, começaram a divergir. O grande problema é encontrar guias que não queiram ser tiranos.[...]”

(III) Sobre Deus e Mundo.

“Os Cabalistas consideram Deus o Infinito Inteligente, Vigoroso e Vivo. Não é, para eles, nem a agregação de existências, ou existência no abstrato, nem um ser definível filosoficamente. Ele está em tudo, é diferente em tudo e maior do que tudo. Até Seu nome é inefável; e ainda assim esse nome expressa apenas o ideal humano de Sua divindade. Não é dado às pessoas compreender o que Deus é em Si mesmo.

Deus é o absoluto da Fé; mas o absoluto da Razão é SER. “Eu sou o que sou” é uma tradução paupérrima. Ser, Existência, é por si mesmo, porque se É. A razão de Ser é o próprio Ser. Podemos perguntar, “Por quê algo existe?”, isto é, “Por quê tal ou tal coisa existe?” Mas não podemos, sem sermos absurdos, perguntar “Por quê é Ser?” Isto seria supor Ser antes de Ser. Se Ser teve uma causa, tal causa seria, necessariamente, Ser; isto é, a causa e o efeito seriam idênticos.”

“[...] o Mundo está em Deus, e Deus está n’Ele mesmo, manifestado à Inteligência. Eis o que está acima de todas as filosofias. Nisto devemos acreditar, sob pena de nunca realmente sabermos nada e reincidindo no absurdo ceticismo de Pirro.[...]”

“A Luz não é Espírito, como os Hierofantes hindus acreditavam; mas apenas o instrumento daquele Espírito. Não é o corpo do Protoplastes, como os Teurgistas da escola de Alexandria ensinavam, mas a primeira manifestação física da inspiração divina. Deus a cria eternamente, e o homem, como imagem de Deus, a modifica e parece que a multiplica.”

“Nossos Irmãos do Rito de York dizem que “em toda Loja bem dirigida existe a representação de um certo ponto dentro de um círculo, e que representa um Irmão, individualmente; o Círculo, a linha divisória de sua conduta, além da qual ele nunca sofrerá danos ou paixões que o traiam”.

Isto não tem a finalidade de interpretar os símbolos da Maçonaria. Alguns dizem que, com uma abordagem ou interpretação mais próxima, o ponto dentro do círculo representa Deus no centro do Universo. É um sinal Egípcio comum para o Sol e Osíris, e ainda é usado como sinal astronômico da grande Luz. Na Cabala, o ponto é YOD, a Energia Criativa de Deus, irradiando com luz o espaço circular que Deus, a Luz Universal, esvaziou para criar os mundos ao retirar de lá Sua substância de Luz e concentrá-la em todos os lados de um ponto.

(IV) Sobre o conhecimento, a sabedoria e a liberdade – Uns dos principais propósitos da Maçonaria.

A melhor dádiva que podemos legar às pessoas é humanismo. É o que a Maçonaria recebeu de Deus como obrigação de entregar às pessoas: não sectarismo ou dogma religioso; não uma moralidade rudimentar que possa ser encontrada nos escritos de Confúcio, Zoroastro, Sêneca e dos Rabinos, nos Provérbios e em Eclesiastes; mas humanismo, ciência e filosofia”

Conhecimento é conversível em poder e axiomas em regras de utilidade e dever. Mas conhecimento, em si, não é Poder. Sabedoria é Poder; e seu Primeiro Ministro é a JUSTIÇA, que é a lei aperfeiçoada da VERDADE. Portanto, o propósito da Educação e da Ciência é fazer as pessoas mais sábias. Se o conhecimento não o fizer, é desperdiçado, como água derramada na areia. Conhecer as fórmulas da Maçonaria, por si, é de tão pouca valia quanto conhecer muitas palavras e sentenças em algum dialeto bárbaro africano ou australasiano. Conhecer o significado dos símbolos é quase nada, a não ser que contribua à nossa sabedoria e também à nossa benevolência, que é para a justiça o que é um hemisfério do cérebro para o outro.

Não perca de vista, então, o verdadeiro objetivo de seus estudos na Maçonaria. É contribuir para seu patrimônio de sabedoria, e não simplesmente para seu conhecimento. Uma pessoa pode passar a vida estudando uma única especialidade de conhecimento, – botânica, concologia ou entomologia, por exemplo, – entulhando a memória com nomes derivados do grego, classificando-os e reclassificando-os; e ainda assim não ficar mais sábia do que quando começou. São as grandes verdades que mais preocupam as pessoas, assim como os seus direitos, interesses e deveres, que a Maçonaria procura ensinar aos seus Iniciados.

Quanto mais sábia uma pessoa se torna, menos estará inclinada a se submeter mansamente à imposição de grilhões ou canga, seja sobre sua consciência ou sobre sua pessoa. Isto porque, com o crescer da sabedoria, ela não só conhecerá melhor seus direitos, mas também os valorizará mais, e estará mais consciente e seu valor e dignidade. Então, seu orgulho a incentivará a assegurar sua independência. Tornar-se-á mais capaz de fazê-lo; e mais capaz de ajudar os outros e a seu país quando eles ou ele arriscarem tudo, até suas existências, na mesma reivindicação. Porém, o mero conhecimento não faz ninguém independente, nem o prepara para sê-lo. Na maioria das vezes faz dele um escravo mais útil. Para o ignorante e bruto, a Liberdade é uma calamidade.

A ciência política tem como objetivo averiguar de que maneira e por meio de quais instituições a liberdade política e pessoal pode ser assegurada e perpetuada: não a permissão de votar ou o simples direito de qualquer pessoa de fazê-lo, mas liberdade completa e absoluta de pensamento e opinião, da mesma forma livre do despotismo do monarca, dos agitadores e do prelado; liberdade de ação dentro dos limites da lei geral aprovada para todos; as Cortes de Justiça com Juízes e júris imparciais, abertas igualmente para todos; fraqueza e pobreza tão poderosos nessas Cortes quanto poder e riqueza; as avenidas para as profissões e fama igualmente abertas a todos os que mereçam; as forças militares, na guerra e na paz, em estrita subordinação ao poder civil; impossibilidade de prisão arbitrária por ato que não seja visto pela lei como crime, inquisições católicas, tribunais como os da Idade Média. Execuções militares, desconhecidas; meios de instrução ao alcance dos filhos de todas as pessoas; direito de Livre Expressão; e responsabilidade de todos os funcionários públicos, civis e militares.

Se a Maçonaria precisasse de justificação para impor deveres políticos e morais a seus Iniciados, bastaria apontar a triste história do mundo. Não só seria necessário voltar as páginas da história para os capítulos escritos por Tácito: poder-se-ia recitar os incríveis horrores do despotismo sob Calígula e Domiciano, Caracalla e Comodus, Vitelius e Maximiano.”

3 comentários:

  1. Ser humano, Robert Pike, foi fundador da ku klux kan! Não era somente um anti separatista, mas um anti abolicionista! Quanto sangue em suas mãos! Lutando contra outro maçom, Abraham Lincoln. Como foi-lhe dito, ou era maluco ou um falso sulista!

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  2. Ser humano, Robert Pike, foi fundador da ku klux kan! Não era somente um anti separatista, mas um anti abolicionista! Quanto sangue em suas mãos! Lutando contra outro maçom, Abraham Lincoln. Como foi-lhe dito, ou era maluco ou um falso sulista!

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