segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

À procura do Mestre Perfeito













Idries Shah [1], conta que certo dia um homem decidira procurar um mestre perfeito.

Para isso leu inúmeros livros, visitou todos os sábios que lhe indicavam, ouviu inúmeras preleções e executou todas as práticas que lhe recomendavam. Porém, esse homem estava sempre inseguro com muitas dúvidas que lhe assaltavam o espírito.

Assim, depois de 20 anos acabou por conhecer um mestre, do qual cada palavra e cada ação dele, indicavam que este seria um ser altamente evoluído e que, portanto, deveria tomá-lo como mestre.

Sem perder mais nenhum segundo, o buscador disse-lhe: o senhor parece-me ser um perfeito mestre e, sendo assim, se o for, então a minha busca terminou.

Ao que “Mestre!” lhe respondeu: pois é isso que dizem que eu sou.

Então o pretenso discípulo disse: então, já que assim é, aceita-me como seu discípulo.

O “Mestre” em seguida retrucou: não posso fazer isso! Pois enquanto você quer ter-me como seu “mestre perfeito”, eu só posso aceitar um “discípulo perfeito”.





[1] Shah, Idries. Sabiduria de los idiotas, cuentos de la Tradición Sufi, Editorial Edaf, Madrid, 1970 (o texto foi adaptado para o português, por este blogueiro)

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