Por Luiz Carlos Nogueira
Ainda que a Bíblia Sagrada seja considerada por uns, como um livro não inspirado, ou por outros, geralmente os religiosos, como de inspiração divina, de qualquer modo trata-se de uma compilação produzida pelas mãos do Homem, com relação a possíveis fatos ocorridos ao longo da história da humanidade. De qualquer sorte não perde sua importância histórica, por indicar pistas que podem ser seguidas com a finalidade de se apurar as verdades.
Algumas das informações serviram para as explorações arqueológicas, muitas delas com algum êxito. Por exemplo, quando baseado nos escritos bíblicos no que diz respeito aos Patriarcas, se descobriu ao norte da Síria, o arquivo de Ebla, cujos registros (escritas cuneiformes) efetuados em tabletes de barro há aproximadamente 2.300 A.C, serviram para a constatação de que são genuínos os nomes de pessoas e lugares. Também os costumes descritos nas histórias dos Patriarcas foram registrados em tabletes de barro encontrados em Mari e Nuzi.
Em Gênesis 1:2 a palavra usada “tehom” (“o abismo”) era considerada como uma palavra mais moderna, e que, portanto, a história da criação teria sido escrita bem mais tarde do que se afirmava. Mas ocorre que o vocábulo “Tehom”, segundo pesquisas, já era usado em Ebla, aproximadamente 800 anos antes de Moisés.
Os tabletes de barro, também resultantes de descobertas arqueológicas, deram conta de que Belsazar era filho de Nabonidus e co-regente da Babilônia, aclarando a dúvida se Belsazar era o rei da Babilônia, nomeado em Daniel 5. Por isso, ele podia oferecer a Daniel "o seu lugar no reino" — o terceiro em importância no governo do reino. (Daniel 5.29)
Outro caso, foram os Hititas (Gênesis 15:20; 23:3; 23:5; 23:7; 23.10; 23:16; 23:18; 23:20; 25:10; 27:46; 49:32) (Êxodo 3:8; 3:17; 13:5; 23:23; 23:28; 33:2; 34:11) (Números 13:29) (Deuteronômio 7:1; 20:17) (Josué 1:4; 3:10; 9:1; 11:3; 12:8) que eram considerados como uma lenda bíblica, mas as descobertas arqueológicas em Bogazkoy na Turquia, demonstraram a veracidade do relato.
Afirmava-se o rei assírio chamado Sargom, conforme está em Isaías 20:1, não teria existido porquanto em nenhum outro lugar na Bíblia havia referência desse nome. Mas o palácio do rei Sargom foi descoberto em Khorsabad no Iraque.
O evento mencionado em Isaías estava, inclusive, gravado nos muros do palácio. Além disso, pedaços de um obelisco comemorativo da vitória foram encontrados na própria cidade de Asdode.
Entretanto e não obstante a Bíblia seja pródiga em referir-se aos nefilins, ou homens gigantes com estatura em torno de 4 metros, nenhum sítio arqueológico foi ainda descoberto, que pudesse fornecer evidências de que os nefilins poderiam sim, ter existido na Terra, num passado muito distante. Vejamos o que está registrado na Bíblia:
Gênesis 6.4 – “Naqueles dias havia nefilins [28] na terra, e também posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos..”
Números 13.33 - "Vimos também os gigantes, os descendentes de Enaque, diante de quem parecíamos gafanhotos, a nós e a eles.."
Deuteronômio 2.10; 9:2 - "Antigamente os emins habitavam nessa terra; eram um povo forte e numeroso, alto como os enaquins. " “O povo é forte e alto. São enaquins! Você já ouviu falar deles e até conhece o que se diz: “Quem é capaz de resistir aos enaquins?”
Deuteronômio 3.11 - "Ogue, rei de Basã, era o único sobrevivente dos refains. Sua cama[3] era de ferro e tinha, pela medida comum, quatro metros de comprimento e um metro e oitenta centímetros de largura[4]. Ela ainda está em Rabá dos amonitas."
Josué 11.22 - "Nenhum enaquim foi deixado vivo no território israelita; somente em Gaza, em Gate e em Asdode é que alguns sobreviveram. "
Josué 14.15"Hebrom era chamada Quiriate-Arba, em homenagem a Arba, o maior dos enaquins. E a terra teve descanso da guerra. "
1 Samuel 17.4 - "Um guerreiro chamado Golias, que era de Gate, veio do acampamento filisteu. Tinha dois metros e noventa centímetros [55] de altura.." (Golias teria sido descendente dos nefilins?)
1 Crônicas 20.6 - "Noutra batalha, em Gate, havia um homem de grande estatura e que tinha seis dedos em cada mão e seis dedos em cada pé; vinte e quatro dedos ao todo. Ele também era descendente de Rafa,." (Outro possível descendente dos nefilins?)
Assim, não obstante a Bíblia seja pródiga em referir-se aos nefilins ou homens gigantes, com estatura em torno de 4 metros, nenhum sítio arqueológico foi descoberto ainda, que pudesse fornecer evidências de que esses seres teriam vivido na Terra, antes de haver surgido os seres humanos, tais como conhecemos hoje e dos quais descende a humanidade atual.
Faz muito tempo que vem trafegando pelo Internet, o boato com foto dizendo que a National Geographic Society teria descoberto o esqueleto de um homem gigante, pois segundo já declarou essa sociedade — a notícia é falsa. Isso teria sido uma brincadeira que começou em 2002, quando um jovem fez uma alteração da foto digital e a publicou na rede mundial de computadores.
A mídia sensacionalista ajuda a propagar o logro, como se fosse um fato verdadeiro. A mesma coisa aconteceu com um artigo publicado em 2007 pelo Hindu Voice da Índia, que arqueólogos ajudados pelo exército indiano, teriam feito escavações em um sítio onde teria sido encontrado também o esqueleto de um homem gigante. Sabe-se hoje, que a imagem foi extraída do site Worth1000, que promove concursos e expõe as fotos modificadas como sendo descobertas arqueológicas.
Por conseguinte, não deve ser por isso que as pesquisas científicas devam ser deixadas de lado, afinal o papel a ciência e descobrir, inventar, esclarecer. Diz o ditado popular que: “onde há fumaça pode haver fogo”. A exemplo disso, por sorte eu havia guardado um artigo do Professor João Flávio Martinez (fundador do CACP- Centro Apologético Cristão de Pesquisas, graduado em história e professor de religiões), que foi publicado no dia 03/11/2007, sob o título: “O Templo de Davi em Jerusalém”, pesquisando em o Jornal Folha de São Paulo, edição do dia 06/08/2005 (sábado), que transcrevo a seguir para mostrar a concordância com o que eu disse no início deste parágrafo:
Eis o texto:
“O arqueólogo Randall Price comenta que referente à tomada da cidade de Jerusalém das mãos dos jebuseus (II Sm. 5:7-25) pelo Rei Davi já foram celebrados pelos Judeus mais de 3.000 aniversários. Dentro dessa conjuntura importantíssima fazem-se necessárias evidências, além de paleográficas, arqueológicas e parece que tais evidências estão sendo achadas.
O Jornal Folha de São Paulo, na sua edição de Sábado (06/08/05), traz a notícia do possível achado do Palácio do Rei Davi em Jerusalém, relata o seguinte à matéria: "Uma arqueóloga israelense diz ter descoberto em Jerusalém Oriental o lendário palácio do rei bíblico Davi... A descoberta é rara e importante: um grande edifício público do século 10 a.C., junto com fragmentos de cerâmica da época de Davi e Salomão e um sinete (usado para carimbar documentos) que pertenceu a um funcionário mencionado no livro do profeta Jeremias. A descoberta provavelmente vai se tornar mais um argumento numa das maiores controvérsias da arqueologia bíblica... Baseada na Bíblia e em um século de arqueologia no local, Mazar, 48, especulou que uma famosa escadaria com degraus de pedra escavada antes era parte da fortaleza que Davi conquistou... Seu palácio ficaria depois do perímetro original dos muros da cidade, no caminho para a Esplanada do Templo, edificado por seu filho, Salomão... Afirma ela - ´Quando os filisteus (grandes inimigos dos israelitas) vinham lutar, a Bíblia diz que Davi descia de sua casa para a fortaleza... Fiquei pensando: descia de onde? Então imaginei que talvez houvesse algo aqui (em Jerusalém Oriental)'... Mazar acredita ter achado a resposta: um grande edifício público, com pelo menos alguma cerâmica da época, e um sinete governamental de Jeucal, filho de Selemias, mencionados no livro de Jeremias. O prédio pode ser razoavelmente datado com a cerâmica achada ainda debaixo dele. Sob o Palácio encontrou fragmentos dos séculos 12 a.C. ou 11 a.C., pouco antes da conquista da cidade por Davi. Acima estavam as fundações de um edifício monumental, com pedras grandes usadas para fazer muros de 1,8 m de espessura. Num canto havia cerâmica dos séculos 10 ao 9 a.C., mais ou menos da época do reino unido de Israel".
A pessoa do Rei Davi agiganta-se nas páginas do Antigo e Novo Testamentos, sendo mencionada cerca de 1.048 vezes. No AT ele é o assunto primário de 62 capítulo e o autor de 73 salmos. No NT, figura proeminentemente em ambos os lados da genealogia de Jesus e no lugar onde nasceu (Mt. 1:1,6,17,20; Lc. 2:4,11; 3:31), mostrando sua relevância para a historiografia bíblica. Os atuais achados só vêm corroborar mais uma vez com provas factuais já atestadas pelas provas paleográficas. Apesar de alguns quererem usar a falta de evidências para provar alguma contradição da Bíblia, o tempo e as pesquisas sempre advogam favoráveis à Escritura Sagrada.”
O interessante dos escritos Bíblicos é que são explicitamente consistentes e de uma forma tão cabal, impossíveis de serem uma mera estória.
ResponderExcluirUma das evidências mais incríveis é a existência do povo Hebreu. A Bíblia não é obra do acaso,ela tem vida, é atual e não faz nenhum esforço para se apresentar. Ela é o que É.