segunda-feira, 6 de junho de 2011

CAMPOS MÓRFICOS, O AKASHA, O MUWAKKALS

Por Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com


Segundo ensinam as escolas esotéricas e místicas, todos nós seres humanos, desde o momento em nascemos passamos a ter uma história individual e completa de nossas vidas ou almas, inclusive dos nossos conhecimentos adquiridos nos mundos por onde nossas almas transitaram equipadas de um corpo físico, até quando dos seus retornos à origem, que fica registrada na memória do Akasha. Esses registros a que denominam de Registros Akáshicos (Akasha é uma palavra em sânscrito que significa "céu", "espaço" ou "éter"), definição que se encontra na Wikipédia, e que segundo o hinduísmo bem as diversas correntes místicas, são um conjunto de conhecimentos armazenados misticamente no éter, que abrange tudo o que ocorre, ocorreu e ocorrerá no Universo. Trocando em miúdos, o Akasha é como um incomensurável “Banco de Dados” do Universo.


Ensinam ainda, essas escolas, que desde o momento em que nos dispomos a viver as experiências num corpo físico, seja na Terra ou em algum outro mundo habitado, até que ocorra o fenômeno chamado morte (algumas escolas preferem chamá-lo de transição), forma-se um campo de energia que tem por fim gravar todos os nossos pensamentos, palavras, ações, sentimentos ou emoções resultantes das nossas experiências. A esse campo de energia dá-se o nome de Registros Akáshicos, que são compostos pela Akasha ou substância energética da qual toda a vida está formada.


Akasha é palavra sânscrita com a qual se denomina o plano da consciência cósmica que funciona como um arquivo. Helena Petrovna Fadeef Von Blavatisky define-a como "O Akasha, a Luz Astral, pode definir-se como a Alma Universal, a Matriz do Universo, o Mysterium Magnum do qual tudo quanto existe é nascido por separação ou diferenciação. É a causa da existència; por todo espaço infinito...é o espaço". Consideram-na como sendo parte da Mente de Deus e que os budistas se referem a ela como da “Memória da Natureza”. Nesse contexto incluem-se o que os Sufis dão o nome de “Muwakkals”, e porque não dizer também dos “Memes”. O Akasha ou os Campos Morfogenéticos são os arquivos que guardam todas as informações acerca de tudo isso.


Hermes Trismegistus ensinava que o “PRINCÍPIO DO MENTALISMO”, dizendo que Universo é mental, "O TODO é MENTE”; portanto, este axioma significa que a realidade objetiva do Universo é Mente; e o mesmo Universo é Mental, isto é, existente na Mente do TODO (Deus), e que "Enquanto Tudo está n'O TODO, é também verdade que O TODO está em Tudo".


É precisamente no Novo Testamento, em Atos dos Apóstolos (17:24-28, que Paulo complementando a explicação a respeito de Deus, disse: "Porque nele (em Deus) vivemos, e nos movemos, e existimos;..."


Leonardo Boff em seu livro Espiritualidade – Um caminho de transformação (Rio de Janeiro: Sextante, 2001), ratifica esse ensinamento que se extrai da sua obra: “O universo e cada coisa se encontram em Deus. (pag.51)” “Para expressar essa mútua presença, a teologia cristã criou a expressão panenteismo. Significa: Deus está em todas as coisas e todas as coisas estão em Deus. Não é o panteísmo, onde tudo indiferentemente é Deus. Deus e o mundo guardam sua diferença. Pois um é Criador e o outro e criatura. Mas eles se interpenetram e se fazem presentes um ao outro.” (págs. 51,52) “[...] Nele nós vivemos, Nele nos movemos, Nele nós somos, como recordava São Paulo a seus interlocutores na praça pública de Atenas. (pág.52)” “[...] É o que Teilhard de Chardin, esse extraordinário místico e cientista moderno, chamava de ‘o meio divino’, le milieu divin: Nós estamos dentro de Deus.[...] (pag.52)” “[...] A matéria é sagrada. A natureza é espiritual. Por quê? Porque é templo de Deus.(pag.52). Deus está em tudos e tudo está em Deus, tudo reflete dentro de Deus. (pag.53)”. Donde concluímos que se tudo está em Deus, então nada se perde no universo.


Charles Darwin sacudiu o meio científico no século XIX, com a sua teoria da evolução das espécies. Rupert Sheldraki levantou no meio científico, acalorada polêmica no século XX, dizendo que a natureza sempre está mostrando pistas que podem indicar as respostas sobre os mistérios da criação, pois segundo as fontes que podem ser consultadas, Rupert ainda criança já havia observado um prodígio da natureza, qual seja, a de um broto saído de uma estaca de madeira que parecia morta. Esse fenômeno da vida na natureza lhe deixou tão admirado que, dali para frente começou a tentar compreender os mistérios que encerravam nos processos de morte e de regeneração.


Assim por longos anos dedicou-se as pesquisas nesse sentido, chegando a intuir que a chave para esse mistério estaria numa espécie de memória coletiva inconsciente, que transmitia de geração para geração, as formas e hábitos. A essa memória ele deu nome de “Campo Mórfico” ou “Campo Morfogenético” que seria alguma coisa como um campo eletromagnético, igual ao que existe em redor dos imãs e que exercia influencia nos organismos vivos, sendo a sua atuação comparada à dos campos magnéticos, conhecidos pela física.


Para Rupert, tanto os animais, pássaros, plantas etc. se encontram envoltos por um campo invisível portador de uma memória, tornando as leis da natureza semelhante aos hábitos em que cada animal usa essa memória coletiva dos outros animais da mesma espécie e que os mantém e transmite. Essa espécie de memória comum foi a que Carl Gustav Jung chamou de inconsciente coletivo dos seres humanos.


Os holistas costumam dizer que os campos morfogenéticos acumulam informações da memória coletiva, emanadas dos membros de cada uma das espécies. E a palavra “morfo” deriva de morphe, em grego, que significa forma. Logo os campos morfogenéticos, são campos de forma, que organizam os campos dos organismos vivos, assim como também, das moléculas e dos cristais. Cada molécula e cada proteína segundo o seu tipo, têm o seu próprio campo mórfico, por exemplo: um campo de insulina outro campo de hemoglobina e assim por diante. Portanto, existem muitos desses campos, devido à infinidade de coisas na natureza, como os átomos e moléculas de cada coisa material, os cristais, as células e os tecidos, órgãos, organismos, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias, etc.


Pois bem, ao que parece, certas informações podem ser acessadas pelos místicos, yogues, esoteristas, etc. ou mesmos algumas pessoas com certa afinidade com esses mecanismos. Desses Campos Mórficos retiram ou colhem idéias ou como se diz na psicologia: dali surgem os insights que já conduziu à pesquisas científicas. Imaginem que num passado muito distante na nossa atualidade, existiram pessoas como, por exemplo, os filósofos Leucipo de Mileto e Demócrito, que intuíram a existência do átomo, sem mesmo possuir algum instrumento como os que temos hoje — o microscópio eletrônico de tunelamento (STM), que nos possibilita desenhar um átomo, utilizando um dispositivo de varredura rápida piezoelétrica e um scanner.


Esse tipo de coisas ou assuntos, no entanto, encontram refutação no meio científico, aliás, como, por exemplo, já disse David Mills, em Atheist Universe, que relata uma entrevista concedida por uma rádio a um representante religioso, que teria dito afirmando sobre a conservação da massa-energia: “Como somos todos compostos de matéria e energia, aquele princípio científico não empresta credibilidade à crença na vida eterna?””Quando morremos, nenhum dos átomos de nosso corpo (e nenhuma energia) ser perde. Portanto, somos imortais”. Em razão dessa declaração, Mills teria replicado: “Nem eu, em minha longa experiência, tinha encontrado um pensamento positivo tão bobo.”


No entanto, um sábio cientista, Antoine-Laurent de Lavoisier disse: "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Há quem contesta e afirma que essa frase teria sido atribuída erroneamente a ele, posto que tal enunciado remonta ao filósofo, físico, matemático e astrônomo grego Anaxágoras de Clazómenas (500 – 428 a.C), muito antes de Lavoisier: "Nada nasce nem se perde mas as coisas existentes se combinam, depois se separam novamente".


Um comentário:

  1. Alzheimer não seria perda de memória, seria perda de acesso pelo cérebro à memoria no campo morfico individual.

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