segunda-feira, 13 de junho de 2011

Não tem que encaixar, tem é que mudar! - Prof. Hélio Arakaki

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data13 de junho de 2011 11:46
assuntoCoisas da alma-56 -"Não tem que encaixar, tem é que mudar"
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Coisas da alma (56)
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Hélio Arakaki - Educador, Prof de Karate, Facilitador didata de Biodanza, Consultor para o desenvolvimento dos potenciais humanos em empresas - www.muryokan.com.br contato@muryokan.com.br


Não tem que encaixar, tem é que mudar!



Somos excepcionais em resolver problemas relacionados com disciplinas de conhecimento preciso como a matemática, física, história etc, devido à nossa formação cartesiana.


Por outro lado, apresentamos uma grande dificuldade em lidar com as questões que nos afetam emocionalmente.


A emoção é uma manifestação instintiva que ocorre diante de certas situações que estaremos expostos até o último de nossos dias. Geralmente, situações imprevisíveis e complicadas a gerar uma carga emocional muito intensa.


O poeta Fernando Pessoa escreveu que “navegar é preciso, viver não é preciso”. Uma descrição poética, mas real da vida onde mapas e bússolas não nos conferem precisão nenhuma. A vida por si só é desordenada.


Por trás dessa imprecisão e desordem, o caos atuando. Eu, mesmo me vi no meio de um situação caótica que me veio interromper uma linha continua de harmonia. No início, incrédulo e atemorizado, tentava manter-me lúcido. Um exercício exaustivo pela busca do controle das emoções.


Aparentemente a situação caminhava para um desfecho com graves conseqüências. Mas com o desdobrar dos dias, eis que, inesperadamente, uma sucessão de fatos e, principalmente, o encontro com pessoas, conduziram a situação a um desfecho feliz.


Devido a nossa formação cartesiana, pouca ou quase nenhuma habilidade emocional possuímos para lidar com a falta de ordem - o caos, propriamente dito - em nossa vida.


Caos significa desestruturação do que está estruturado para se criar uma nova estrutura.


Diante dessa percepção positiva do caos foi que, numa aula de Biodanza, uma aluna, que vivia um momento de indefinição, uma vez que recentemente havia pedido demissão de seu emprego, veio com a frase sensacional: “não tenho que encaixar nada, tenho é que me mudar”!


Com isso, ela quis dizer que, mesmo sentindo que a sua vida estava desordenada, o certo seria não querer encaixar o que estava fora de ordem, e sim navegar no fluxo incerto da mudança.


O medo do incerto, de perder o controle, nos engessa de tristeza e apatia, sufocando a possibilidade de desfrutar a vida com prazer e alegria.


Por falar em prazer e alegria, lembrei-me de uma palestra do polêmico guru indiano Nithyananda, cujo tema era a ordem e o caos. Polêmicas a parte, achei interessante a sua linha de raciocínio.


Nithyananda, utilizando a dança para expressar a sua visão acerca do tema, dizia: Por que as pessoas gostam de dançar? Porque elas não precisam estar em ordem...se estiver você dançando ordenadamente, você perde a alegria...por isso, se diz que a verdadeira dança é só uma expressão do seu ser e não uma forma de exercício...Se você quiser gostar de dançar terá que dançar sem ordem, terá que ser o caos!”


Para quem conhece a Biodanza, até parece que o guru bebeu da fonte da Biodanza!


A sabedoria japonesa diz que em épocas de calmarias, é prudente não esquecermos das tempestades. Um lembrete para que internalizemos o fato de que a nossa vida por si só já é um caos, que a única certeza que temos é do agora.


Portanto, é essencial após cada adversidade superada, fortalecer em nós a capacidade de, ao invés de sermos engolidos, deslizarmos pelas ondas indomáveis da incerteza sempre existentes no grande oceano das possibilidades que é a vida.


Sem as ondas, o oceano deixa de ser oceano.


Sem o inesperado e, de vez em quando, o caos, sucumbimos em meio a um deserto árido de monotonia e insatisfação.


Acompanhe todos os domingos das 8h às 9h da manhã (horário do MS) o programa “Viva Blink” apresentado por mim na Rádio Blink FM 102.7 ou ouvindo o podcast dos programas gravados no www.blink102.com.br

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