Luiz Carlos Nogueira
Segundo se sabe, tal
como Jesus, o fundador do budismo, ou seja, Sidarta Gautama (em sânscrito सिद्धार्थ गौतम, transliteração de Siddhārtha Gautama), também simplesmente
conhecido como Buda, não deixou nada escrito a respeito dos
seus ensinamentos ou da sua doutrina, que mais tarde, após sua morte, foram
compilados pelos seus novos seguidores.
Paulo Dreyfus, em seu
artigo: “Sidarta, o iluminado”, inserido num opúsculo sob o titulo “O Sagrado
na História: Budismo”[1],
informa que após ter atingido a iluminação, Buda partiu para Benares e depois
de atravessar o Rio Ganges, seguiu para Sarnath (ambas a cidades, da Índia),
onde teria encontrado “[...] ali cinco jovens,
que o acompanharam por um tempo, antes de cada um seguir seu próprio caminho.
Foram seus primeiros discípulos.[...] Buda disse: ‘Meus amigos, se vocês
seguirem meus conselhos, encontrarão, sem tardar, a luz que procuram’. E eles
perguntaram: ‘Como foi que você fez para atingí-las?’. A resposta começou com
‘Vou lhes explicar’. E ele começou um longo discurso [...]. Essas palavras, que
os cinco jovens cuidadosamente anotaram, entrariam para o corpus dos textos
fundadores do budismo com o nome de Sermão do Sarnath — chamado também de
Sermão de Benares. [...]”.
Assim é que chegaram
até os nossos dias, transmitidos por várias outras fontes, os ensinamentos de
Buda. Conta-se nos livros sagrados jainistas de Pattana, que Sidarta, quando já
moribundo, teria sido instado com estas palavras, como cita Blavatsky[2]: “Sobe ao Nirvi (Nirvana) saindo desse corpo
decrépito ao qual foste enviado. Sobe à tua morada anterior, ó abençoado
Avatâra!”. Ao que ela comenta dizendo:
“Isto nos parece o próprio oposto ao Niilismo. Se Gautama é convidado a
retornar à sua ‘morada anterior’, e essa morada é o Nirvana, então é
incontestável que a Filosofia Budista não ensina a aniquilação final.[...] E se
ele existe aí, tal estado não é um sinônimo de aniquilação.”.
Portanto, parece ter
sido desfigurada a doutrina de Buda, no sentido de que ele tenha ensinado
qualquer que seja sobre o propósito da vida post
mortem ou que tenha negado a sobrevivência do espírito humano.
Segundo Blavatsky, o
orador chinês Wong Ching Foo, lhe havia falado sobre o Niepang (o que no idioma
dele, corresponde ao Nirvana) que: “Esse
estado, segundo todos entendemos, significa uma reunião final com Deus, que
coincide com a perfeição do espírito humano por sua libertação final da
matéria. É exatamente o contrário da aniquilação pessoal.”
E, Blavatsky explica
que: “O Nirvâna significa a certeza da
imortalidade pessoal no Espírito, não na Alma, que, como uma
emanação finita, deve certamente desintegrar suas partículas — um composto de
sensações humanas, paixões e anseios por alguma espécie objetiva de
existência...”
[1]
Publicação da Ediouro Duetto Editorial, a partir de artigos publicados na
revista História Viva; Ed. Oscar Pilagallo – São Paulo: Duetto, 2010.
[2]
Blavatsky, Helena Petrovna. Isis Sin Velo, Claves de los mistérios de la
ciência y teologia antiguas Y modernas, Tomo III, Editorial Humanitas,
Barcelona, Espanha, S.L. 2004.
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