sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Nirvâna do budismo, não corresponde a um estado de aniquilação do espírito após o fenômeno morte.





















Luiz Carlos Nogueira









Segundo se sabe, tal como Jesus, o fundador do budismo, ou seja, Sidarta Gautama (em sânscrito सिद्धार्थ गौतम, transliteração de Siddhārtha Gautama), também simplesmente conhecido como Buda, não deixou nada escrito a respeito dos seus ensinamentos ou da sua doutrina, que mais tarde, após sua morte, foram compilados pelos seus novos seguidores.


Paulo Dreyfus, em seu artigo: “Sidarta, o iluminado”, inserido num opúsculo sob o titulo “O Sagrado na História: Budismo”[1], informa que após ter atingido a iluminação, Buda partiu para Benares e depois de atravessar o Rio Ganges, seguiu para Sarnath (ambas a cidades, da Índia), onde teria encontrado “[...] ali cinco jovens, que o acompanharam por um tempo, antes de cada um seguir seu próprio caminho. Foram seus primeiros discípulos.[...] Buda disse: ‘Meus amigos, se vocês seguirem meus conselhos, encontrarão, sem tardar, a luz que procuram’. E eles perguntaram: ‘Como foi que você fez para atingí-las?’. A resposta começou com ‘Vou lhes explicar’. E ele começou um longo discurso [...]. Essas palavras, que os cinco jovens cuidadosamente anotaram, entrariam para o corpus dos textos fundadores do budismo com o nome de Sermão do Sarnath — chamado também de Sermão de Benares. [...]”.


Assim é que chegaram até os nossos dias, transmitidos por várias outras fontes, os ensinamentos de Buda. Conta-se nos livros sagrados jainistas de Pattana, que Sidarta, quando já moribundo, teria sido instado  com estas palavras, como cita Blavatsky[2]: “Sobe ao Nirvi (Nirvana) saindo desse corpo decrépito ao qual foste enviado. Sobe à tua morada anterior, ó abençoado Avatâra!”. Ao que ela comenta dizendo: “Isto nos parece o próprio oposto ao Niilismo. Se Gautama é convidado a retornar à sua ‘morada anterior’, e essa morada é o Nirvana, então é incontestável que a Filosofia Budista não ensina a aniquilação final.[...] E se ele existe aí, tal estado não é um sinônimo de aniquilação.”.

Portanto, parece ter sido desfigurada a doutrina de Buda, no sentido de que ele tenha ensinado qualquer que seja sobre o propósito da vida post mortem ou que tenha negado a sobrevivência do espírito humano.

Segundo Blavatsky, o orador chinês Wong Ching Foo, lhe havia falado sobre o Niepang (o que no idioma dele, corresponde ao Nirvana) que: “Esse estado, segundo todos entendemos, significa uma reunião final com Deus, que coincide com a perfeição do espírito humano por sua libertação final da matéria. É exatamente o contrário da aniquilação pessoal.”

E, Blavatsky explica que: “O Nirvâna significa a certeza da imortalidade pessoal no Espírito, não na Alma, que, como uma emanação finita, deve certamente desintegrar suas partículas — um composto de sensações humanas, paixões e anseios por alguma espécie objetiva de existência...”






[1] Publicação da Ediouro Duetto Editorial, a partir de artigos publicados na revista História Viva; Ed. Oscar Pilagallo – São Paulo: Duetto, 2010.
[2] Blavatsky, Helena Petrovna. Isis Sin Velo, Claves de los mistérios de la ciência y teologia antiguas Y modernas, Tomo III, Editorial Humanitas, Barcelona, Espanha, S.L. 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário