terça-feira, 10 de julho de 2012

Lâmpadas Eternas ?











Luiz Carlos Nogueira







Há quem acredita na hipótese de que a alquimia tenha surgido no Egito Antigo e depois se transformado na química como hoje a conhecemos. Por conseguinte, segundo aquele povo, teria sido ele quem inventou as “Lâmpadas Eternas” ou as “Lâmpadas Perenes”,  ou ainda, se preferirem, as “Lâmpadas Perpétuas”, porquanto as almas das pessoas mortas vagavam pelo astral, por 3 mil anos, mas nunca se distanciando do corpo no qual estavam ligadas pelo cordão místico de prata, que somente elas podiam rompê-lo (Bíblia Sagrada Católica – Eclesiastes, 12:6: “antes que se rompa o cordão de prata, que se despedace a lâmpada de ouro, antes que se quebre a bilha na fonte, e que se fenda a roldana sobre a cisterna;.”). De tal sorte que seus familiares e amigos acreditavam na necessidade de ter uma lâmpada sempre acesa, simbolizando a incorruptibilidade e a imortalidade da personalidade-alma, além do que propiciava para que ela pudesse romper os laços que a prendiam aos seus restos mortais e assim poder se juntar com o EU divino.

Dizem os Kabalistas que Moisés teria aprendido com os egípcios, a fórmula com a qual fabricara uma lâmpada perene para alumiar, dia e noite, o tabernáculo erigido para a habitação do Altíssimo, conforme Ele teria ordenado, como está escrito na Bíblia Sagrada Católica – Êxodo, 27:20: [...] “Ordenarás aos israelitas que tragam para o candelabro, óleo puro de olivas esmagadas, a fim de manter acesa a lâmpada continuamente.” [...]


Helena Petrovna de Blavatsky[i], afirmou que: “[...] Santo Agostinho, a autoridade católica, também descreve uma lâmpada do templo de Vênus, da mesma natureza que as outras, inextinguível pelo vento mais violento ou pela água.”[...] “Quanto às lâmpadas pagãs, Santo Agostinho assegura-nos que elas eram obra do demônio, ‘que nos engana de mil maneiras’”

Ainda, conforme a Sra. Blavatsky: “[...]alguns dos 173 autores que escreveram sobre o assunto. Nenhum deles, como lembramos, afirmou que essas lâmpadas sepulcrais queimariam perpetuamente, mas apenas por um número indefinido de anos, e exemplos se registram de sua contínua iluminação por muitos séculos. Não se negará que, se existe uma lei natural pela qual uma lâmpada pode queimar sem ser alimentada durante dez anos, não há razão por que a mesma lei não permita a combustão por cem ou mil anos.

Entre muitas personagens de renome que acreditavam firmemente e afirmaram energicamente que tais lâmpadas sepulcrais queimavam por vários centenas de anos, e que poderiam continuar a queimar talvez para sempre, se não tivessem sido extintas, ou os vasos quebrados por algum acidente, podemos incluir os seguintes nomes: Clemente de Alexandria, Hermolaus Barbarus, Apiano, Burattinus, Citésio, Célio, Foxius, Costaeus, Casalius, Cedrenus, Delrius, Ericius, Gesnerus, Jacobonus, Leander, Libavius, Lazius, Pico dela Mirandola, Eugênio Filaletes, Liceto, Maiolus, Maturantius, Batista Porta, Pancirollus, Scardeonius, Ludovicus Vives, Voltarranus, Paracelso, vários alquimistas árabes e, finalmente Plínio, Solinus, Kirches e Alberto Magno.”[..]

Relata, ainda, Blavatsky, que Licetus escreveu uma espécie de jornal de duas folhas grandes dobradas como um livro, para registrar que em seu tempo, sempre que um sepulcro era aberto, uma lâmpada ardente era encontrada na tumba, mas extinguia-se instantaneamente devido à profanação. Tito Lívio, Burattinus e Michael Schatta, em suas cartas a Kirches, afirmam que encontraram muitas lâmpadas nas cavernas subterrâneas da velha Mênfis. Pausânias fala da lâmpada de ouro no templo de Minerva, em Atenas, que ele afirma ser obra de Calímaco, e que queimava durante um ano inteiro. Plutarco afirma que viu uma no templo de Júpiter Amon, e que os sacerdotes lhe asseguraram que ela queimava continuamente há anos, e que, mesmo quando colocada ao ar livre, nem o vento nem a água podiam extingui-la. Santo Agostinho, a autoridade católica, também descreve uma lâmpada do templo de Vênus, da mesma natureza que as outras, inextinguível pelo vento mais violento ou pela água. Encontrou-se uma lâmpada em Edessa, diz Cedrenus, "que, oculta no topo de uma certa porta, queimou durante quinhentos anos". Mas, de todas as lâmpadas, a mencionada por Maximus Olybius de Pádua é de longe a mais extraordinária. Ela foi encontrada nas proximidades de Ateste, e Scardeonius a descreve de maneira muito viva: "Numa ampla urna de argila havia uma outra menor, e nesta uma lâmpada ardente, que assim queimava há 1.500 anos, por meio de um licor puríssimo contido em duas vasilhas, uma de ouro e outra de prata. Estas estavam confiadas à guarda de Franciscus Maturantius, que as avaliava por um valor extraordinário".

A lâmpada de Antióquia, que queimou mil e quinhentos anos, num lugar público e aberto, sobre a porta de uma igreja, foi preservada pelo "poder de Deus", "que fez um número tão infinito de estrelas para queimar com luz perpétua". Sustentavam os cristãos durante o papado de Paulo III, que quando da abertura da tumba na via Ápia, em Roma, foi encontrado o corpo de uma jovem, imerso num líquido brilhante que a preservou tão bem que a face era bela como se estivesse viva. A seus pés queimava uma lâmpada, cuja chama se apagou quando o sepulcro foi aberto. Segundo alguns sinais gravados, descobriu-se que ela fora sepultada há mais de 1,500 anos e supôs-se que era o corpo de Tulliola, ou Tullia, filha de Cícero.

Os químicos e os físicos dizem não ser possível a existência das lâmpadas perpétuas porque tudo o que é transformado em vapor ou fumaça não pode ser permanente, e portanto, deve consumir-se; assim, como a alimentação de óleo de uma lâmpada acesa é exalado como o vapor, pela ação do fogo, por esse motivo ela não pode ser perpétua, pois necessita de alimento.

Por outro lado, Os alquimistas, negam que toda a alimentação do fogo ateado deve necessariamente converter-se em vapor. Eles dizem que há coisas na Natureza que não só resistem à ação do fogo e permanecem inconsumíveis, mas também se mostram inextinguíveis pelo vento ou pela água. Numa antiga obra química do ano de 1.705, intitulada Nekpornoeia, o autor dá numerosas refutações às pretensões de vários alquimistas. Mas, embora negue que se possa fazer um fogo queimar perpetuamente, ele está propenso a acreditar na possibilidade de uma lâmpada queimar por vários séculos. Além disso, diz Blavatsky: “temos numerosos testemunhos de alquimistas que devotaram anos a essas experiências e chegaram à conclusão de que isso era possível.”

Os possíveis ingredientes no fabrico de tais lâmpadas, teriam tido preparações peculiares de ouro, prata e mercúrio, assim também como da nafta, petróleo e outros óleos betuminosos. Os antigos alquimistas admitiam também, a possibilidade de se terem utilizado o óleo de cânfora e âmbar, o Lapis asbestos seu Amianthus, o Lapis Carystius, Cyprus e Linum vivum se Creatum, como ingredientes dessas lâmpadas, pois afirmavam que tal matéria poderia ser preparada com ouro e prata, reduzida a fluido, e indicam que o ouro é o pabulum mais conveniente para produzir uma maravilhosa chama, porquanto de todos os metais, o ouro é o que menos se gasta ao ser queimado ou fundido, além do que, pode reabsorver a sua umidade oleosa assim que seja exalada, podendo realimentar continuamente a sua própria chama.

Maturantius e Citesius acreditavam que a confecção dessas lâmpadas podia se dar por um processo puramente químico, utilizando esse licor de mercúrio conhecido pelos alquimistas como Aqua Mercurialis, Materia Metallorum, Perpetua Dispositio e Materia prima Artis, e também, Oleum Vitri. Segundo relato em Isis sem Véu, Trithemius e Bartholomeo Korndorf fizeram os preparos para o fogo inextinguível, deixando suas receitas, contidas nas notas da citada obra (pág.305), assim como os nomes mencionados, que são de personalidades pouco conhecidas na atualidade, estão mencionados nas notas das páginas 283 e 284.

Matérias relacionadas (a título de curiosidades):

1-) Voceamil

2-) Boca Aberta

3-) Luis Nassif On Line

4-) Mitologias e Mistérios:

5-) Guinness Brasil

6-) Jornal Lívre

7-) Colégio Academia



[i] Ísis Sem Véu, Vol. I –Ciência, tradução de Mário Muniz Ferreira e Carlos Alberto Feltre, com revisão técnica de Joaquim Gervásio de Figueiredo, Ed.Pensamento, S.Paulo, 1995.




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