Luiz Carlos Nogueira
O ponto dentro do círculo representa um dos Aforismos Rosacrucianos, ou
seja, de que está presente no universo, a Alma do Mundo ou o Espírito Universal
(Verbo, Logos, etc. que em outras denominações que significam o mesmo conceito).
Em outras escolas esotéricas é conhecida como Anima Mundi.
Para os Rosacruzes o círculo simboliza o Infinito ou o Absoluto em seu
estado Imanifestado, e o ponto é o foco de tal revelação. O Absoluto ou
Infinito Imanifestado é segundo as
correntes místicas ou esotéricas, a conseqüência da Alma Universal. É a idéia do Ovo Cósmico que os antigos
ocultistas abrigavam.
Assim, comparam a Alma do Mundo
ao alegórico Ovo Cósmico, que contém em si o germe como que de um ovo, que vai
se desenvolvendo até eclodir uma forma material e ativa, por assim dizer: que
carrega in nuce, o princípio que
vitaliza.
Portanto, não há o que se
estranhar, que desde as épocas mais prístinas do entendimento da humanidade, o
ovo era o símbolo mais empregado para indicar os mistérios da existência e da
vida. De tal sorte, os ensinamentos ocultos preferem-no para sugerir a Causa
Primeira, que depois foi sendo alegoricamente admitida na imaginação dos
antigos pensadores (egípcios, persas, assírios e gregos), pela representação de
uma Ave invisível que botava um ovo no caos, de onde surgia o universo.
Para os egípcios o deus Rá, assim
como Brama, incubava o ovo do universo. Os cristãos das igrejas latinas e
gregas, também chegaram a adotar esse símbolo, porque lembrava-lhes a
ressurreição e a vida eterna. Daí o costume de presentear com ovos de páscoa,
que perdura até nossos dias.
Por conseguinte, retomando à
alegoria da Alma do Mundo, os antigos ensinamentos de todas as doutrinas,
diziam que o Mundo tinha uma Alma indivisível e que as personalidades humanas e
suas almas, embora aparentassem estar separadas, na verdade estavam atreladas e
unidas por laços etéreos ou invisíveis.
Tudo isso podemos achar escrito em A Doutrina Secreta
dos Rosa-Cruzes, de William Walker Atkinson, o Magus Incognito (Ed.Pensamento, SP,
1976 – Tradução de Frederico Pessoa de Barros). E a parte mais interessante do
seu livro, explica que “O Logos, como
idéia, é uma variedade especulativa — filosoficamente falando — que o conceito
fundamental da Alma Vital, já que o Logos, cuja evolução vem desde a escola de
Heráclito de Éfeso, apresenta-se, sob uma lei do mundo objetivo, como uma
espécie de elemento diretor que regular os movimentos de equilíbrio das coisas.
Não se pode esquecer que o Logos constitui a parte vital da filosofia estóica.
Esta escola tinha-o como força motriz que gerava no Universo um princípio
produtor. A esse respeito se disse: ‘O
Logos é um Ser intermediário entre Deus e o mundo, e está difundido pelo mundo
objetivo. O Logos não existe desde toda a eternidade, como existe Deus; e,
contudo, sua gênese não é da mesma índole que a nossa ou que as das outras
criaturas. É o Unigênito de Deus. Deus criou o mundo por meio do Logos’”
“Mas existe outro conceito de
grande importância — por outro aspecto, uma variação do mesmo axioma — e é o chamado Demiurgo. Que valores estão encerrados dentro deste conceito? Os discípulos de Platão consideraram o
Demiurgo como Poder que Deus ser serviu para criar o Universo. Essa concepção
é magnífica, se se levar em conta que existe uma analogia entre esse conceito e o
do Deus-Natureza, proclamado pelos panteístas, e a chamada Natureza vivente dos
adeptos de outras escolas filosóficas que floresceram na época do
esposismo. A Vida Universal era o
Demiurgo, e as almas das criaturas viventes são grãos dele desprendidos. Embora
seu verdadeiro sentido , junto aos discípulos de Platão, não chegasse à
concepção definida de que o Demiurgo era Deus, significava evidentemente a
primeira manifestação de Deus ao criar o Universo e ao mantê-lo na forma de
Matéria e Espírito.”
Qualquer divindade só vai existir se você acreditar nela.
ResponderExcluirLindo Luiz Carlos.
ResponderExcluirEstamos presos em um mistério, velados em um enigma, trancados em um enigma.
~ Terence Kemp McKenna 1946-2000.