Luiz
Carlos Nogueira
Quem assistiu o filme “O Pequeno
Buda”, certamente se lembrará de uma passagem que contava que Siddartha
Gautama, depois chamado de “Buda” (O iluminado), vivia há muitos anos com seus
discípulos numa silenciosa floresta, bebendo água das chuvas e alimentando-se
de sopa de musgo e até mesmo das fezes dos pássaros, tudo isso numa tentativa
desarrazoada de dominar os sofrimentos e assim fortalecerem suas mentes de tal
forma que pudessem se esquecer dos seus próprios corpos.
Todavia, Buda caminhava próximo a
um rio, no qual vinham flutuando de barco, um maestro e seu aluno. Dizia o
velho músico para que o aluno não procurasse afinar o seu instrumento musical,
apertando muito suas cordas, porquanto poderia arrebentá-las, apenas deveria
apertá-las o suficiente para que não ficassem frouxas a ponto de não poder
extrair delas, os acordes.
Ouvindo essa advertência do
maestro ao seu aluno, Buda pode perceber uma verdade incontestável que resolveu
rever suas práticas que durante muito tempo as fez de forma errada — levando
tudo ao extremo.
Ao
retornar ao local de onde veio, passou por uma aldeia, e uma aldeã lhe ofereceu
um punhado de arroz cozido, o que Buda prontamente aceitou, comendo-o em
seguida, porque essa era uma alimentação mais saudável que há muito não tomava,
pois só um corpo saudável é capaz de alcançar suas metas.
Ocorreu,
porém, que seus discípulos ascetas ao verem o mestre tomar banho e comer como
uma pessoa normal, sentiram-se traídos, deduzindo que Siddartha Gautama havia
desistido da busca da “iluminação”
Buda
então os chamou e os convidou a comerem com ele. Mas seus discípulos
sentindo-se indignados, logo sentenciaram dizendo:
Como isto foi possível? Traíste os teus votos, Siddhartha! Desististe da grande busca pela iluminação? Assim não poderemos continuar te seguindo! Como então iremos continuar a aprender contigo?
Antes que
seus discípulos se fossem, calmamente Buda replicou-lhes dizendo: – aprender é
mudar, pois, o caminho da iluminação está no Caminho do Meio, que é a linha que
separa todos os extremos.
No Caminho do Meio está a grande verdade que Siddartha Gautama (O Buda)
descobriu, e é por esse caminho que passou a ensinar ao mundo: “Se apertares esta corda demais, ela
arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca”.
EXCELENTE, LUIZ!
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