quarta-feira, 13 de março de 2013

O CAMINHO DO MEIO












Luiz Carlos Nogueira













Quem assistiu o filme “O Pequeno Buda”, certamente se lembrará de uma passagem que contava que Siddartha Gautama, depois chamado de “Buda” (O iluminado), vivia há muitos anos com seus discípulos numa silenciosa floresta, bebendo água das chuvas e alimentando-se de sopa de musgo e até mesmo das fezes dos pássaros, tudo isso numa tentativa desarrazoada de dominar os sofrimentos e assim fortalecerem suas mentes de tal forma que pudessem se esquecer dos seus próprios corpos.

Todavia, Buda caminhava próximo a um rio, no qual vinham flutuando de barco, um maestro e seu aluno. Dizia o velho músico para que o aluno não procurasse afinar o seu instrumento musical, apertando muito suas cordas, porquanto poderia arrebentá-las, apenas deveria apertá-las o suficiente para que não ficassem frouxas a ponto de não poder extrair delas, os acordes.

Ouvindo essa advertência do maestro ao seu aluno, Buda pode perceber uma verdade incontestável que resolveu rever suas práticas que durante muito tempo as fez de forma errada — levando tudo ao extremo.

Ao retornar ao local de onde veio, passou por uma aldeia, e uma aldeã lhe ofereceu um punhado de arroz cozido, o que Buda prontamente aceitou, comendo-o em seguida, porque essa era uma alimentação mais saudável que há muito não tomava, pois só um corpo saudável é capaz de alcançar suas metas.

Ocorreu, porém, que seus discípulos ascetas ao verem o mestre tomar banho e comer como uma pessoa normal, sentiram-se traídos, deduzindo que Siddartha Gautama havia desistido da busca da “iluminação”

Buda então os chamou e os convidou a comerem com ele. Mas seus discípulos sentindo-se indignados, logo sentenciaram dizendo:

Como isto foi possível? Traíste os teus votos, Siddhartha! Desististe da grande busca pela iluminação? Assim não poderemos continuar te seguindo! Como então iremos continuar a aprender contigo?

Antes que seus discípulos se fossem, calmamente Buda replicou-lhes dizendo: – aprender é mudar, pois, o caminho da iluminação está no Caminho do Meio, que é a linha que separa todos os extremos.

No Caminho do Meio está a grande verdade que Siddartha Gautama (O Buda) descobriu, e é por esse caminho que passou a ensinar ao mundo: “Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca”.

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