terça-feira, 19 de março de 2013

Sobre o temor - (Ordem Sufi Tradicional Muçulmana)












     
Vivemos com temor, temor de perder as coisas que  acreditamos possuir: nossa saúde, nossa juventude, nossa  vida, nossa esposa, filhos, dinheiro, trabalho, etc. De  fato, a maior parte do nosso tempo e esforço é usada para  assegurar essas coisas. Seguimos o conselho do nosso  gerente de banco, do nosso advogado, do nosso médico.  Economizamos, somos cautelosos com nossos direitos  legais, fazemos dietas, tomamos remédios. Para apaziguar  de alguma maneira nossos temores de perder nosso bem  estar material, contratamos seguros, abrimos contas de  poupança, fazemos check-up médico, tomamos vitaminas,  corremos pelas ruas. Para obter a aprovação dos outros,  não nos mostramos como somos, mas nos comportamos como  eles querem que sejamos.  Alguns também temem perder sua boa reputação, sua  honra, o respeito e o amor dos outros. Uns poucos tem  medo de perder o seu juízo, sua fé, sua esperança de  salvação no outro mundo e sua religião. Os poucos que tem  medo de perder sua fé e seu lugar no Paraíso, se dão uns  poucos minutos ao dia para a oração, uns poucos dias de  jejum ao ano e enganam quando se trata de dar o que devem  em caridade, mas por nenhum motivo se atrevem ao pagar os  impostos.   Nos queixamos de cansaço, stress, injustiça,  falta de boa sorte, de tirania do governo, da sociedade,  da economia, do chefe, empregados, vizinhos, mães, pais,  esposas e esposos, dos nossos filhos, quase de tudo e de  todos e raramente encontramos falhas em nós mesmos.

Apesar de todo esse esforço, não podemos eliminar nossos  medos.   De fato, quanto mais tentamos e falhamos, pior  nos sentimos e nossos medos aumentam. Este é o estado do  mundo interior. A solução que tem encontrado os que regem  esse mundo (políticos, imprensa, Wall Street) é  oferecer "circo e vinho", diversão e passatempo. Sua  solução não é encontrar força para encarar essa situação  e sim para esquecer e distrair-se. Não funciona! O bêbado  desperta "atordoado" depois de uma loucura momentânea,  volta-se a seus problemas acompanhado de uma terrível dor  de cabeça.   Na realidade não há nada a temer a não ser a nós  mesmos, nosso ego, e seu insaciável apetite que sempre  quer mais do que tem ainda que se tem a todo mundo.

O que  se deve fazer para deter essa demência? Como viver essa  vida com paz e sanidade? Sem dúvida nenhuma não há  conforto nesse mundo. É um teste difícil que dura de  setenta a oitenta anos, pelo qual temos de passar para  encontrar nosso Senhor. É um teste que muito poucos  superam porque escolhem este mundo e as coisas do mundo  como seu professor.   Desde o início Allah enviou 124.000 mestres, Seus  Profetas.

Os professores das coisas mundanas ainda quando  consideram os profetas como mestres, dizem que estão  todos mortos, o último morreu há 1400 aos. Além disso  pertencem a outros tempos e lugares; eles os julgam nos  seus próprios termos. Conhecemos muito bem esta "lógica".  Com a esperança de reduzir nossos medos temos que  triunfar, e triunfar é ser melhor que os outros. Nós  competimos. Nós precisamos ser modernos. O novo não é  novidade. É a mesma coisa antiga com ingrediente a mais.  Assim "novo" é na realidade um pouco a mais que também  valorizamos.   Porém, nossos professores, nossos modelos,  lutaram para fazer a tradição, o "velho" e o "menos", seu  objetivo é ser "nada" .Categoricamente o oposto do que se  pensa e se ensina hoje em dia. Por isso, atualmente a  maior parte da humanidade não tem fé, mesmo aqueles que  se dizem religiosos. A maior parte desses religiosos  foram pelo "caminho da novidade".   Os professores desses novos professores também  morreram, e são esquecidos tão logo seus discípulos são  capazes de agregar alguma coisa nova naquilo que  aprenderam.

Mas o Professor dos profetas é sempre vivo.  Sua mensagem e Sua Criação é uma e constante e os  profetas não podem ser trocados e não podem trocar,  agregar ou eliminar nenhuma parte da mensagem que lhes  foi revelada.   O último e o selo dos profetas, o abençoado  Muhammad, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com  ele, foi enviado como um homem. Nasceu e passou  diferentes provas como todo homem em qualquer parte do  mundo, em qualquer tempo. Trabalhou, lutou, comeu,  dormiu, se casou, teve filhos, adoeceu e morreu. A ele  foi revelado o Alcorão, a mensagem de Allah em linguagem  humana, que contém instruções para toda a humanidade.  Tudo que ele pensou, sentiu e fez não veio dele, mas foi  originado por Allah, através dele. Ele era o Alcorão  vivo, um homem perfeito (como Allah quer que todos os  homens sejam) um guia e um exemplo, uma resposta a todas  as nossas interrogações, uma solução para todos os nossos  problemas. Ele não está morto. Seu formoso corpo material  se foi, mas seu espírito vive para sempre. Suas ações em  toda situação possível e condição. Suas respostas e  conselhos para resolver todos os possíveis problemas têm  sido guardados em registros numerosos por muitos de seus  companheiros e estes "hadiths" estão disponíveis em todos  os idiomas.   Seguir suas instruções e seu exemplo não é  difícil. Só temos que decidir fazê-lo, dar-nos ao  trabalho de aprender sua maneira de viver, quer seja  estudando as "tradições proféticas", ou, melhor ainda,  encontrando um professor que  imite.

Contudo, há uma  condição prévia, um requisito prévio, que é a parte  difícil. É a chave para o tesouro da paz e serenidade  neste mundo e no outro mundo. E é dada no seguinte  versículo do Sagrado Alcorão,

Sura 33, ayat 21:   "Realmente tendes no mensageiro de Deus um  excelente exemplo para aqueles que esperam contemplar  Deus, deparar-se com o dia do Juízo Final e evocam Deus  freqüentemente."


 Assim, nós podemos seguir seu exemplo, e imitá-lo  em nossas vidas, somente se tivermos confiança em Allah e  se tivermos confiança na assistência Divina, mantendo-nos  firmes através das provas mais difíceis. Devemos sentir-  nos responsáveis de nossas ações e crenças no Dia do  Juízo final e estar conscientes, ser capazes de ver as  manifestações de Allah ao nosso redor e recordá-lo com  freqüência.   Oh Senhor, ensina-nos a verdade de Muhammad  (saws), guia-nos ao caminho de Muhammad (saws), embeleze  nossos corações com o Amor de Muhammad (saws). E dá-nos  sua Coragem daquele que só teme a Allah como Vós  dissestes.   Aquele que teme a Allah, todas as demais  criaturas o temem.

 Amim bi hurmeti seyyi al Murselin.

Sheikh Tosun Bayrak al-Jerrahi al-Halveti, Agosto  de 1997.

Fonte: site oficial da ORDEM  JERRAHI NO BRASIL (Ordem Sufi Tradicional Muçulmana) – Clique neste link para conferir:


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